Queda do Avro York LV-XIG

Queda do Avro York LV-XIG
Acidente aéreo
Queda do Avro York LV-XIG
Avro 685 York da Air Charter, similar ao avião destruído.
Sumário
Data 23 de dezembro de 1946
Causa Colisão com o solo em voo controlado CFIT
Local Brasil Morro do Sertão, a oeste do Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro
Origem Reino Unido Aeroporto de Heathrow, Londres
Escala França Aeroporto de Le Bourget, Paris Portugal Aeroporto da Portela, Lisboa SenegalAeroporto de Dakar, Dakar

Brasil Aeroporto de Natal, Natal, Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro

Destino Argentina Buenos Aires
Passageiros 17
Tripulantes 4
Mortos 20
Feridos 1
Sobreviventes 1
Aeronave
Modelo Reino Unido Avro York
Operador Argentina Flota Aérea Mercante Argentina
Prefixo LV-XIG
Primeiro voo 1946

A Queda do Avro York LV-XIG ocorreu em 23 de dezembro de 1946, quando um Avro York da empresa Flota Aérea Mercante Argentina (FAMA) chocou-se contra uma montanha nas proximidades do Morro do Sertão a oeste do Parque Nacional da Tijuca, matando 20 dos seus 21 ocupantes.[1][2]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

A Flota Aérea Mercante Argentina (FAMA) foi criada em 1946 sendo a única empresa aérea argentina autorizada a executar voos internacionais. Em meados de 1946 a empresa fez vários voos transatlânticos de teste entre a América do Sul e a Europa. Em 21 de novembro, a FAMA obteria autorização para operar no Brasil, através do Decreto nº 22.144. [3]O Brasil seria escala essencial para os voos entre a Argentina e a Europa que a empresa planejara. Para realizar essa rota, haviam sido adquiridos 5 Avro York, que receberiam os prefixos LV-AFN, LV-AFY, LV-AFZ, LV-XIG (aeronave acidentada) y LV-XIH (acidentada em 25 de julho de 1947 na Argentina). O Avro York prefixo LV-XIG foi fabricado em 1946, recendo o número de série 1365.[4]

Acidente[editar | editar código-fonte]

O Avro York prefixo LV-XIG decolou de Londres no dia 22 de dezembro, fazendo escalas em Paris, Dakar e Natal. Essa seria a viagem transatlântica inaugural entre a Argentina e a Grã Bretanha. [1]

No dia 23, ao se aproximar do Rio (última escala antes de Buenos Aires- destino final do voo transatlântico) se deparou com mau tempo, principalmente chuva forte, contactando a torre do aeroporto do Galeão por volta das 11h30 min (hora local). Sua chegada estava prevista para as 12:30 min.

Durante a aproximação para o pouso, a aeronave se perdeu em denso nevoeiro indo de encontro a uma elevação na região do Morro do Sertão por volta das 12h00 min, à oeste do Parque Nacional da Tijuca. Como a aeronave estava próxima do pouso, transportando pouco combustível, acabou não explodindo. Isso dificultou a localização dos destroços, localizados por agricultores locais algumas horas depois da queda. Por conta do local ser de difícil acesso, os bombeiros iniciariam a retirada dos corpos mais de 12 horas depois do acidente. [1]

Dos 21 ocupantes, apenas 2 sobreviveriam ao choque. Um dos sobreviventes, Enrique Lacroix (funcionário da FAMA), faleceria por conta da gravidade dos ferimentos. Com isso, apenas Claudio Mendoza Rios (tenente da Força Aérea Peruana) sobreviveria ao desastre. Entre os mortos estava o ex interventor da província de Salta e então ministro da embaixada argentina em Portugal , Arturo Fassio.[1] Durante a remoção dos destroços foram encontrados bens valiosos entre a bagagem dos passageiros como dinheiro e joias. Esses bens seriam furtados por conta da ineficiência das autoridades, que notariam o furto apenas muitos dias depois.[5]

Nacionalidades[editar | editar código-fonte]

Nacionalidade Tripulação Passageiros Total
 Reino Unido 3 3 6
 Argentina 4 3 7
 Itália 2 2
 Peru 2 2
Desconhecida 4 4
Total 7 14 21

Consequências[editar | editar código-fonte]

O acidente no Rio seria o primeiro dos 7 acidentes graves sofridos pela FAMA em sua curta existência.[6] Naquela época, as cartas aeronáuticas não eram precisas e eram raros serem encontrados erros na altitude de morros e montanhas. Aliado ao mau tempo e a inexistência (à época) de eficientes equipamentos para proporcionar um voo seguro por instrumentos contribuiriam para o acidente.

Por conta do controle da empresa argentina pertencer ao governo argentino, muitos pilotos militares assumiram o comando de suas aeronaves. Esses pilotos militares protagonizariam diversos atos de desrespeito às autoridades aéreas brasileiras. Era frequente o desrespeito de ordens da torre de controle, pousos não programados e não autorizados previamente. Esse comportamento rendeu diversas punições aos aviadores argentinos.[7]

Referências

  1. a b c d Jornal do Brasil (25 de dezembro de 1946). «Mais um grave acidente na aviação comercial». Ano LVI, número 302, página 4. Consultado em 22 de abril de 2012 
  2. Folha da Noite (24 de dezembro de 1946). «Caiu na Tijuca um avião de passageiros argentino». Ano XXV, número 7926. Consultado em 1 de maio de 2012 
  3. DOU. «Concede a sociedade argentina "Frota Aérea Mercante Argentina"' (F. A. M. A.) au!orizaçâo para funcionar na República». Consultado em 1 de maio de 2012  line feed character character in |título= at position 37 (ajuda)
  4. Aviation Safety Network. «Accident description». Consultado em 1 de maio de 2012 
  5. Folha da Manhã (1 de janeiro de 1947). «O roubo das bagagens dos passageiros do Avro York». Ano XXII, número 6977. Consultado em 1 de maio de 2012 
  6. Aviation Safety Network. «Flota Aérea Mercante Argentina - FAMA- Accident & incidents:». Consultado em 1 de maio de 2012 
  7. Raul de Polillo (12 de novembro de 1948). «As transgressões da disciplina do voo». Folha da Manhã. Consultado em 1 de maio de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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