Revolta dos Faitiões

A Revolta dos Faitiões foi uma insurreição armada contra o domínio colonial português sobre Macau, que ocorreu a 8 de outubro de 1846. A revolta fora motivada pelo lançamento de impostos sobre os barcos ligeiros chineses, conhecidos como faitiões (do chinês fai teang), implementados por João Maria Ferreira do Amaral, que foi nomeado Governador de Macau a 21 de abril de 1846, na sequência da Primeira Guerra do Ópio, quando os portugueses queriam fazer valer os seus direitos contra a China, que havia sido derrotada pelo Império Britânico nas guerras do ópio e resistir ao poder britânico.[1]

Os novos regulamentos sugeridos pelo procurador Manuel Pereira, exigiam que todos os faitiões chineses fossem registados e pagassem uma taxa de uma pataca por mês. A 3 de outubro, João Maria Ferreira do Amaral ordenou a Manuel Pereira prender qualquer barqueiro que recusasse a pagar o novo imposto.[2] Em resposta, muitos chineses protestaram no Pagode Novo. A 7 de outubro, cerca de quarenta faitiões entraram no Porto Interior e no dia seguinte um grande número desembarcou com três canhões e marcharam em direção à Freguesia de Santo António, onde enfrentaram e dispararam contra um grupo de sipaios (soldados nativos pagos pelos portugueses).[1] Os reforços portugueses logo chegaram e dispersaram a multidão, na Fortaleza do Monte abriram fogo contra os juncos chineses. Embora as baixas dos rebeldes fossem grandes, não houve prejuízo grave ao lado português.[1]

Os chineses da cidade responderam às ações militares de João Maria Ferreira do Amaral suspendendo os suprimentos, mas quando o governador ameçou destruir a zona chinesa, os chineses cederam e entregaram os suprimentos.[1] Na manhã de 9 de outubro, todas as lojas em Macau abriram suas portas para os negócios como habitualmente. A 10 de outubro, dois mandarins partiram antes até Macau para felicitar o governador por restaurar a ordem e assegurar os laços de amizade com a China.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Garrett 2010, p. 70–71
  2. a b França 1888, p. 190–92

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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