Países patrocinadores do terrorismo internacional segundo os Estados Unidos

Países atualmente (em vermelho) e anteriormente (em verde) designados como "patrocinadores do terrorismo" pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.

"Patrocinadores do terrorismo" é uma designação aplicada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para países que "repetidamente deram apoio para atos de terrorismo internacional". A inclusão na lista impõe sanções severas.

A lista começou em 29 de dezembro de 1979 com Líbia, Iraque, Iêmen do Sul e a Síria. Cuba foi adicionada à lista em 1 de março de 1982 e o Irã em 19 de janeiro de 1984. Mais tarde, a Coreia do Norte, em 1988, e o Sudão em 12 de agosto de 1993 seriam adicionados.

Países da lista[editar | editar código-fonte]

  • Irã - adicionado em 1984. O Irã fornece apoio financeiro, material e logístico para grupos terroristas e militantes em todo o Oriente Médio e Ásia Central.[1] Desde 2006, o Irã tem organizado envio de armas para o Taliban, incluindo armas ligeiras e munições correspondentes, lança-granadas-foguetes, morteiros, foguetes e explosivos plásticos. Durante a onda de manifestações pró-democracia na Síria, o Irã forneceu um amplo apoio, incluindo armas, financiamento e treinamento para ajudar o regime de Assad em sua repressão brutal. O Irã tem proporcionado centenas de milhões de dólares em apoio ao Hezbollah no Líbano e já treinou milhares de combatentes do Hezbollah em campos iranianos. O Irã forneceu armas, treinamento e financiamento para o Hamas e outros grupos terroristas como a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina. Irã tem colaborado com o rearmamento do Hezbollah em violação direta da Resolução 1701. Em 2011, foi o responsável pela tentativa de assassinato do embaixador saudita nos Estados Unidos. Em 2012, o Irã esteve envolvido em ataques terroristas na Índia, Tailândia, Geórgia e no Quênia. O país continua violando suas obrigações internacionais em relação ao seu programa nuclear.[2]
  • Síria - "forneceu ao Hamas, Frente Popular para a Libertação da Palestina, Jihad Islâmica[3] e outras organizações terroristas asilo e privilégios para instalarem-se".[1]
  • Sudão - adicionado em 1993. "Um certo número de grupos terroristas internacionais, incluindo a Al-Qaeda, a Jihad Islâmica Egípcia e palestina e o Hamas continuam usando o Sudão como um refúgio para logística e outras atividades de apoio".[1]

Países retirados da lista[editar | editar código-fonte]

  • Coreia do Norte - adicionada em 1988. Em 26 de junho de 2008, o presidente George W. Bush anunciou que iria retirar a Coreia do Norte da lista. Em 11 de outubro, o país foi oficialmente removido da lista por atender todos os requisitos de inspeção nuclear. O Norte foi inicialmente adicionado porque vendeu armas para grupos terroristas[4] e deu asilo a membros da Liga Comunista Japonesa-Exército Vermelho Japonês. O país também é o responsável pelo Atentado de Rangum e pelo atentado ao Voo 858 da Korean Air.
  • Iraque - foi adicionado à lista de em 29 de dezembro de 1979 e removido em 1982 para permitir que as companhias estadunidenses vendessem armas aos iraquianos enquanto estavam lutando contra o Irã na Guerra Irã-Iraque, porém seria recolocado em 1990 após a invasão do Kuwait. A razão do Departamento de Estado para a inclusão do Iraque foi que forneceu bases para o Mujahedin-e-Khalq (MEK), o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a Frente pela Libertação da Palestina (FLP), e a organização Abu Nidal (OAN). Foi novamente removido após a invasão de 2003 e a derrubada do governo de Saddam Hussein. Após a invasão, as sanções contra o Iraque foram suspensas em 7 de maio de 2003 e o presidente Bush anunciou a retirada do Iraque da lista em 25 de setembro de 2004.[5]
  • Líbia foi adicionada em 29 de dezembro de 1979. Em 15 de maio de 2006, os Estados Unidos anunciaram que a Líbia seria removida da lista após um período de espera de 45 dias.[6] A secretária de Estado, Condoleezza Rice, explicou que isso se deveu "... ao compromisso contínuo da Líbia para a sua renúncia do terrorismo".[7]
  • Iêmen do Sul - foi adicionado à lista em 29 de dezembro de 1979. Havia sido rotulado de patrocinador do terrorismo, devido ao seu apoio a vários grupos terroristas de esquerda. O Iêmen do Sul foi retirado da lista, em 1990, depois da unificação com a República Árabe do Iêmen (Iêmen do Norte), para se tornar o Iêmen.[8]
  • Cuba - adicionada em 1982, continuava na lista porque o governo cubano proporcionava desde atenção médica e assistência política para as FARC e aos membros atuais e antigos do Pátria Basca e Liberdade (ETA) que continuam a viver em Cuba; entretanto, Cuba não fornece armas ou treinamento paramilitar ao ETA ou as FARC.[2][9] Como resultado do acordo de 17 de dezembro de 2014 para restabelecer as relações diplomáticas com Cuba, o presidente Barack Obama encarregou o Secretário de Estado a iniciar imediatamente a revisão da inclusão da ilha caribenha na lista e apresentar um relatório ao presidente dentro de seis meses sobre o suposto apoio de Cuba ao terrorismo internacional.[10] Obama anunciou em 14 de abril de 2015 que Cuba seria removida da lista.[11] Entretanto, o país não ficaria completamente fora da lista por conta de um período de avaliação de 45 dias, durante o qual o Congresso dos Estados Unidos poderia tentar bloquear a remoção de Cuba através de uma resolução comum.[12] O Congresso não agiu e Cuba foi oficialmente retirada da lista em 29 de maio de 2015.[13]

O Afeganistão nunca esteve na lista, apesar de um relatório em 2001 do Office of the Coordinator for Counterterrorism declarar que o Afeganistão quando era controlado pelo Talibã foi e continua sendo um ponto de encontro para os grupos e facções propendentes ao terrorismo.[14] As sanções nunca aconteceram porque os Estados Unidos não reconheceram o Talibã como um governo legítimo e soberano do Afeganistão.

Cronologia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «EUA mantêm Cuba, Irã, Sudão e Síria na lista de patrocinadores do terrorismo». Revista Veja. 31 de julho de 2012 
  2. a b Chapter 3: State Sponsors of Terrorism Overview, May 30, 2013
  3. Al-Qaeda affiliate filmed using US anti-tank missiles in west Aleppo
  4. «State Sponsors: North Korea». Council on Foreign Relations. 
  5. U.S. Removes Iraq From List of State Sponsors of Terrorism
  6. From Elise Labott CNN. «U.S. to restore relations with Libya - May 15, 2006». CNN.com 
  7. «Libya Is Off U.S. Terrorist List». ABC News 
  8. «Reality or Politics Shaping U.S. 'Sponsors of Terrorism' Blacklist?». The Washington Diplomat 
  9. «Cuba still on U.S. list of state sponsors of terrorism». Los Angeles Times. 30 de maio de 2013 
  10. Office of the Press Secretary (17 de dezembro de 2014). «Fact Sheet: Charting a New Course on Cuba» (Nota de imprensa). The White House. Consultado em 14 de abril de 2015 
  11. Pace, Julie (14 de abril de 2015). «Obama Removes Cuba from State Sponsor of Terror List». ABC News. Associated Press. Consultado em 15 de abril de 2015 
  12. Archibold, Randal C.; Davis, Julie Hirschfeld (14 de abril de 2015). «Obama Endorses Removing Cuba From Terrorism List». The New York Times. Consultado em 14 de abril de 2015 
  13. Wall, Katie (29 de maio de 2015). «U.S. Officially Removes Cuba From State Sponsors of Terrorism List». NBC News 
  14. «Patterns of Global Terrorism». Consultado em 31 de outubro de 2011. Arquivado do original em 31 de outubro de 2011