Tartaruga-aligator

Tartaruga-aligator
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Testudines
Subordem: Cryptodira
Família: Chelydridae
Gênero: Macrochelys
Espécies:
M. temminckii
Nome binomial
Macrochelys temminckii
(Troost, 1835)[1]
Sinónimos
tartaruga aligátor gravura

A tartaruga-aligátor[3] (nome científico: Macrochelys temminckii) é uma espécie de tartaruga de água doce (também chamadas de cágados) da família Chelydridae.

É uma das duas espécies do género Macrochelys, a outra é a Macrochelys suwanniensis[4][5], e pertence à mesma família da Tartaruga-mordedora.[6] A tartaruga-aligátor habita os rios, lagos e pântanos do sul dos Estados Unidos da América.[7] O nome "tartaruga-aligátor" fica-se a dever de sua potente mordida, já que o aligátor-do-mississipi possui uma das mordidas mais fortes do planeta e habita o mesmo ambiente.[8][9]

Aspecto[editar | editar código-fonte]

É o maior cágado do mundo, podendo alcançar 80 centímetros de comprimento, podendo ultrapassar os 100 quilos.[10] Caracteriza-se pela carapaça escura e achatada, de placas, exornada com três cristas espinhosas, de consideráveis dimensões, posicionadas longitudinalmente.[11]

As placas da carapaça, à guisa do que acontece com as dos aligátores, crescem ao longo da vida da tartaruga.[12] A isto acresce que esta tartaruga se reveste de algas, amiúde, por molde a camuflar-se.[12] Mantendo-se imóvel no fundo de um lago ou pântano, a tartaruga-aligátor espera pacientemente até que uma presa se aproxime para a abocanhar com as suas poderosas mandíbulas.[10]

Hábitos e alimentação[editar | editar código-fonte]

Apesar de maior do que sua parente, a tartaruga-mordedora, a tartaruga-aligator é menos agressiva.[13] Este animal possui um apêndice curioso preso à língua, que lembra uma minhoca ou outro verme, e que lhe serve de engodo para apanhar peixes e outros animais.[10] Imóvel e camuflada por entre as algas no leito dos lagos e dos rios, a tartaruga-aligátor permanece com a boca aberta debaixo de água e agita a língua, que lhe serve de engodo, de maneira a atrair as presas directamente para dentro da boca.[14]

Segue uma dieta omnívora, que consiste mormente de peixe, pese embora inclua praticamente tudo aquilo que consigam apanhar, desde carcaças de animais mortos, a invertebrados aquáticos, anfíbios, pequenos répteis e até tartarugas de menor envergadura.[13]É uma espécie tendencialmente noctívaga, pelo que costuma caçar mais ativamente à noite.[13] Tem uma esperança de vida que ronda os 20 a 30 anos, sendo certo que já foram documentadas ocorrências de indivíduos com até 70 anos ou mais.[15]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Desovam de 8 a 52 ovos (com uma média de 25 ovos) com cerca de 37 a 45 mm de comprimento, 37 a 40 mm de largura e com 24 a 36 gramas de peso, que demoram cerca de 82 a 140 dias para eclodirem e em média apenas 78% dos ovos apenas eclodem (a temperatura influencia no tempo e desenvolvimento dos ovos, um aumento leve na temperatura de incubação diminuí o tempo de incubação).

A incubação dos ovos pode ser feita naturalmente nas margens de lagos ao ar livre ou em sistemas artificiais de incubação (obtendo assim maior eficiência) com uma mistura de vermiculita e água, em proporções iguais, para a deposição dos ovos, mantendo assim níveis de humidade na ordem dos 90%, sendo que o recipiente deverá permanecer fechado e com temperatura constante variando apenas entre os 25 e os 30 °C, os ovos apodrecidos e inférteis devem ser retirados. Temperaturas próximas de 29 e 30 °C nascem maior percentual de fêmeas e temperaturas próximas de 25 e 26°C nascem maior percentual de machos.

As tartaruguinhas nascem com 39 a 42 mm de comprimento de carapaça, com 34 a 38 mm de largura de carapaça, com 57 a 61 mm de comprimento de cauda e 18 a 22 gramas de peso. Quando ainda são pequenas, os seus como principais predadores são as aves, alguns peixes de maiores dimensões, mamíferos e crocodilos.[11] Atingem a maturidade sexual entre 11 e 13 anos de idade. [9]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O nome científico Macrochelys temminckii resulta da combinação do nome Macrochelys aglutinação dos étimos gregos «makros», que significa «grande» e «khelus» que significa «tartaruga».[16]

Quanto ao epíteto específico, temminckii, trata-se de uma remissão a Coenraad Jacob Temminck, aristocrata e zoólogo holandês.[16]

Referências

  1. a b Tortoise & Freshwater Turtle Specialist Group (2016) [errata version of 1996 assessment]. «Macrochelys temminckii». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 1996: e.T12589A97272309. doi:10.2305/IUCN.UK.1996.RLTS.T12589A3362355.enAcessível livremente. Consultado em 5 de junho de 2022 
  2. a b Fritz, Uwe; Havaš, Peter (2007). «Checklist of Chelonians of the World» (PDF). Vertebrate Zoology. 57 (2): 149–368. Arquivado do original (PDF) em 1 de maio de 2011 
  3. Infopédia. «tartaruga-aligátor | Definição ou significado de tartaruga-aligátor no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 25 de outubro de 2021 
  4. Stephenie Livingston (10 de Abril de 2014). «Study shows 'dinosaurs of the turtle world' at risk in Southeast rivers». University of Florida News 
  5. Joshua E. Brown (24 de Abril de 2014). «Research splits alligator snapping turtle, 'dinosaur of the turtle world,' into three species». Phys.org 
  6. Rhodin, A.G.J.; Iverson, J.B.; Bour, R. Fritz; U., Georges; A., Shaffer, H.B.; van Dijk, P.P. (Turtle Taxonomy Working Group) (2017). Rhodin, A.G.J.; Iverson, J.B.; van Dijk, P.P.; Saumure, R.A.; Buhlmann, K.A.; Pritchard, P.C.H.; Mittermeier, R.A., eds. Turtles of the World: Annotated Checklist and Atlas of Taxonomy, Synonymy, Distribution, and Conservation Status. Chelonian Research Monographs. Col: Conservation Biology of Freshwater Turtles and Tortoises: A Compilation Project of the IUCN/SSC Tortoise and Freshwater Turtle Specialist Group. 7 8th ed. [S.l.: s.n.] pp. 1–292. ISBN 9781532350269. doi:10.3854/crm.7.checklist.atlas.v8.2017  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  7. Alleman, Bryan J. (2016). «Geographic Distribution: Macrochelys temminckii (Alligator Snapping Turtle).». SOCIETY FOR THE STUDY OF AMPHIBIANS AND REPTILES. Herpetological Review: 253 
  8. http://www.euquerobiologia.com.br/2014/02/a-tartaruga-que-morde-mais-forte-que-u.html
  9. a b http://www.tartarugas.avph.com.br/tartarugaaligator.htm
  10. a b c Elsey, Ruth M. «Macrochelys temminckii (alligator snapping turtle) juvenile basking». SOCIETY FOR THE STUDY OF AMPHIBIANS AND REPTILES. Herpetological Review: 668-88 
  11. a b Bartlett, P. (1999). A Field Guide to Texas Reptiles and Amphibians. Houston, Texas, USA: Gulf Publishing Co. 331 páginas. ISBN 978-0877193371 
  12. a b Ernst, Carl H. (2009). Turtles of the United States and Canada. Baltimore, Maryland, USA: Johns Hopkins University Press. p. 827. 840 páginas. ISBN 978-0801891212 
  13. a b c Barbour, R. W. (1989). Turtles of the World. Washington D.C., USA: Smithsonian Institution Press. 328 páginas. ISBN 978-1560982128 
  14. http://www.tortoise.org/archives/macrocl.html
  15. http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Macrochelys_temminckii.html
  16. a b «Macrochelys temminckii». The Reptile Database. Consultado em 25 de outubro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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