Ficção pré-histórica

Capa de The Eternal Savage de Edgar Rice Burroughs, 1963, arte de Roy Krenkel

Ficção pré-histórica é um gênero literário em que a história se passa no período anterior à existência da escrita, período conhecido como pré-história.[1][2][3] Como gênero ficcional, a descrição realista varia, sem necessariamente o compromisso de desenvolver um relato antropológico objetivo. Por causa disso, é possível que o autor de ficção pré-histórica lide com seu assunto com muito mais liberdade do que o autor de uma ficção histórica, e o gênero também tenha conexões com ficção especulativa.[4] Em muitas narrativas, humanos vivem com dinossauros e outras criaturas que já estavam extintas quando a humanidade surgiu.[5][6][7][8]


Histórico de gênero[editar | editar código-fonte]

Reconstrução facial do "Homem do Sambaqui"

Esse gênero literário aparece com o botânico e geólogo Pierre Boitard. Para expressar seu ponto de vista muito avançado sobre a evolução, muito antes de Charles Darwin, Boitard criou um conto o conto Paris avant les hommes, publicado postumamente em 1861.[9][10] A ficção pré-histórica teve seu primeiro grande sucesso na França com o romance La Guerre du feu de J.-H. Rosny aîné, publicado em 1909, constantemente reeditado desde então e que foi objeto de duas adaptações cinematográficas. Existem nos Estados Unidos e no Brasil, existem trabalhos que lidam com a América pré-colombiana.[11] Em 1975, a escritora brasileira Stella Carr Ribeiro publicou o romance O homem do Sambaqui: (uma estória na pré-história), o homem do sambaqui identifica um povo da pré-história do Brasil que teria vivido há aproximadamente 3000 a.C,[7][12][13] em 2000, o escritor Ivanir Calado publicou um conto sobre os sambaquis intitulado Foi assim (talvez) publicado em Aventura no Tempo — Os Primeiros Brasileiros (Editora Record),[14][15] em 2008, a historiadora Urda Alice Klueger publica o romance Sambaqui,[16] outro trabalho que usa a pré-história brasileira como plano de fundo é a graphic novel Piteco: Ingá (2013) por Shiko, sendo uma nova versão do personagem Piteco de Maurício de Sousa,[7][17] que usa como inspiração a Pedra do Ingá,[18] um monumento rupestre localizado em Ingá, Paraíba.[19]

O paleontólogo Björn Kurtén cunhou o termo "paleoficção" para definir suas obras.[20]

Cerca de 1.200 títulos de livros, incluindo 350 em francês, foram listados no final de 2011.[21] Um dos derivados do cyberpunk é o stonepunk, ele próprio um subgênero da ficção científica. Stonepunk um neologismo nascido da contração entre a stone (pedra) e o cyberpunk. Esta é uma ucronia que se refere ao uso massivo de tecnologia nos tempos pré-históricos.[22]

Lista de obras[editar | editar código-fonte]

Literatura[editar | editar código-fonte]

Histórias em quadrinhos[editar | editar código-fonte]

Cinema e televisão[editar | editar código-fonte]

Foto do filme One Million B.C. (1940)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Prehistoric Fiction» 
  2. «What was prehistoric Britain like?». BBC Bitesize (em inglês) 
  3. «Filme apocalíptico '2012' arrasa bilheteiras mundiais - DN» 
  4. «Themes : Prehistoric SF : SFE : Science Fiction Encyclopedia» 
  5. «Yahoo! Movies Presents: The 10 Most Historically Inaccurate Movies». 22 de maio de 2011 
  6. «Themes : Dinosaurs : SFE : Science Fiction Encyclopedia» 
  7. a b c Palhares, Edilson Rodrigues (20 de maio de 2016). «Fogo fátuo, fogo fatal pré-história e indeterminação na ficção científica» (PDF) 
  8. Tim Fridtjof Flannery (2005). Os senhores do clima. [S.l.]: Editora Record. p. 71. ISBN 9788501075048 
  9. «Pierre Boitard: Paris Before Man» 
  10. «Authors : Boitard, Pierre : SFE : Science Fiction Encyclopedia» 
  11. «Novels Set in Prehistoric Times» 
  12. de Sousa Causo, Roberto. «Fantasy and Science Fiction - Curiosities». SF Site 
  13. de Sousa Causo, Roberto (9 de julho de 2010). «FC pré-histórica: O Homem de Sambaqui». Terra 
  14. «Aventura no Tempo - Os Primeiros Brasileiros». www.editoras.com. Consultado em 2 de abril de 2022 
  15. Os primeiros brasileiros. [S.l.]: Editora Record. 2000 
  16. «Concurso Literário: Entrevista com a escritora Urda Alice Klueger». Blog oficial do Senac SC. 15 de junho de 2016. Consultado em 14 de janeiro de 2021 
  17. Zeni, Lielson (janeiro de 2020). «Os quadrinhos de ficção científica brasileira dos últimos anos». UERJ. Abusões. doi:https://dx.doi.org/10.12957/abusoes.2020.46211 Verifique |doi= (ajuda) 
  18. a b EPEDITORA (19 de novembro de 2013). «Shiko faz releitura ousada de personagem de Mauricio de Sousa» 
  19. «Pedra do Ingá, na Paraíba, guarda enigmas sobre os primeiros habitantes do Brasil» 
  20. Annales zoologici fennici (em inglês). [S.l.]: Finnish Zoological and Botanical Pub. Board. 1991 
  21. «Prehistoric Fiction». www.trussel.com. Consultado em 30 de dezembro de 2021 
  22. «Punkpunk: A Compendium of Literary Punk Genres». LitReactor (em inglês). Consultado em 30 de dezembro de 2021 
  23. Appelbaum, Stanley; Kelly, Richard Michael (1 de janeiro de 1981). Great Drawings and Illustrations from Punch, 1841-1901: 192 Works by Leech, Keene, Du Maurier, May and 21 Others (em inglês). [S.l.]: Courier Corporation 
  24. «Piteco - Fogo: veja prévia da nova Graphic MSP». 29 de maio de 2019 
  25. «BD de préhistoire - Pascal Semonsut - Hominidés» 
  26. «La préhistoire sur grand écran - Pascal Semonsut - Hominidés» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]