Valmique

||Da mesma maneira que Veda Purusha (Virat Purusha) nasceu como o filho terreno de Dasaratha, os Vedas nasceram de Prachetasa (Valmique) na forma d'O Ramayana||[1][2]

Valmique escreve o Ramayana

Valmique[3] (sânscrito: वाल्मीकि, vālmīki) é um lendário sábio hindu (maharishi) tradicionalmente considerado o autor do épico Ramayana, baseado na atribuição no texto do próprio épico.[4] Ele era o décimo filho de Pracheta.

História[editar | editar código-fonte]

Ver Ramayana para mais informações

O Rāmāyaṇa, que Valmique é famoso por ter composto 24 001 versos[5] em sete cantos (kāṇḍas) e conta a história de um príncipe, Rama de Ayodhya, cuja esposa Sita é sequestrada pelo demônio (Rākshasa) rei de Lanka, Rāvana. Na sua forma atual, o Ramayana de Valmique é datado variadamente de 500 a.C. a 100 a.C., ou quase contemporâneo às primeiras versões do Maabárata.[6] De modo similar aos épicos mais tradicionais, já que passou por um longo processo de interpolações e revisões, é impossível datá-lo precisamente.

No Ramayana, ele escreveu:

aapadaam apahartaaram daataaram sarvasaMpadaam.h .
okaabhiraamam shriiraamam bhuuyo bhuuyo namaamyaham.h ..

Tradução: "Eu me curvo de novo e de novo ao Sri Rama, aquele que remove (todos) os obstáculos, garante a todos riqueza e agrada a todos."[7]

No Ramayana original de Valmique, Rama era retratado como nada mais que um ser humano ideal. Interpolações posteriores modificaram o Ramayana de Valmique levando em conta o Rei Rama como a deidade suprema. No Ramayana de Valmique, se acredita que o sudra Sambuka seja uma ameaça ao sistema de castas ao praticar tapas. Mesmo antes que Samuka termine de falar, ele é decapitado por Rama. Essa é ainda outra inserção brâmane para bloquear a possibilidade de casamento entre castas e manter o status do sistema de castas.

O maharishi Valmique é aceito por muitas comunidades indianas como o autor do Yoga vasistha. Essa obra em particular foi ensinada a Rama quando ele estava desiludido com o mundo em geral. O Yoga Vasistha é um incrível texto que discute uma ampla gama de assuntos filosóficos, e parece ter sido escrito há mais de 5 000 anos.[8]

No seu eremitério, ele guiou ambos homens e mulheres. Ele deu a Sita abrigo após ter sido banida de Ayodhya.

"Valmique, Tulsidas, Madhav Kambali de Assam, Kamban de Tamil Nadu e quase todos os compositores do sul da Índia foram inspirados a cantar a glória de Rama, que foi uma encarnação de virtude, valor, caráter, e, em resumo, de todos os valores humanos."[9]

Lenda de Valmique[editar | editar código-fonte]

Valmique era de uma comunidade Bhil de Kirata. O monge (muni) Valmique era de uma comunidade de casta inferior, e o seu nome, antes de se tornar o Adi-Kavi ('poeta principal') que escreveu o Ramayana, era Vailya. Ele foi treinado por Narada Muni, dito de ser um avatar de Vishnu.

Valmique uma vez perguntou a Narada:

"Ó, venerável rishi! Por favor, me diga se existe um homem perfeito neste mundo que seja virtuoso, bravo, obediente, verdadeiro, nobre, rápido nos seus deveres e bom a todos os seres, tudo de uma vez."[10]

Narada respondeu:

"Há tal homem, um príncipe da linha de Ikshvaku chamado Rama. Ele é virtuoso, bravo, gentil e sábio. Ele é um grande herói. Ele ama imensamente todos que estão sujeitos a ele. Ele é protetor do Dharma. Ele é firme e rápido. Ele é justo e liberal. Ele é bem versado nos Vedas e na ciência das armas. Ele é único na possessão de virtudes e sem comparação em beleza. Ele é um filho obediente, um irmão gentil, marido afetuoso, um amigo fiel, um rei ideal, um inimigo misericordioso e ama todos os seres vivos. Todas as pessoas o adoram."[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Ramayana- the essence of the Vedas 02 April 01». www.sathyasai.org. Consultado em 8 de agosto de 2021 
  2. Traduzido da citação original em inglês: ||Just as the Veda Purusha (Virat Purusha) was born as Dasaratha's earthly son, the Vedas are born from Prachetasa (Valmique) in the form of The Ramayana||[1]
  3. O Instituto: revista scientifica e literária. [S.l.]: Instituto de Coimbra. 1928 
  4. Vālmīki, Robert P. Goldman (1990). The Rāmāyaṇa of Vālmīki: An Epic of Ancient India. 1. [S.l.]: Princeton University Press. pp. 14–15. ISBN 069101485X 
  5. Cerca de 480.002 palavras, ou um quarto do tamanho do texto em íntegra do Maabárata, ou cerca de quatro vezes o tamanho da Ilíada.
  6. Goldman, Robert P., The Ramayana of Valmique: An Epic of Ancient India pp. 23
  7. Traduzido do inglês: "I bow again and again to Sree Rama who removes (all) obstacles and grants all wealth and pleases all."
  8. Julia Leslie "Authority and Meaning in Indian Religions: Hinduism and the Case of Valmique" 2004, ISBN 0-7546-3430-2
  9. Traduzido do inglês: "Valmique, Tulsidas, Madhav Kambali of Assam, Kamban of Tamil Nadu, and almost all South Indian composers have been inspired to sing the glory of Rama who was an embodiment of virtue, valour, character, and in short, all human values."[2]
  10. Traduzido do inglês: "O Venerable Rishi! Please tell me whether there is a perfect man in this world who is at once virtuous, brave, dutiful, truthful, noble, steadfast in duty, and kind to all beings".[3]
  11. Traduzido do inglês: "There is such a one, a prince of Ikshvaku's line named Rama. He is virtuous, brave, gentle, and wise. He is a great hero. He loves his subjects immensely. He is a protector of Dharma. He is firm and steadfast. He is just and liberal. He is well-versed in the Vedas and in the science of arms. He is unique in the possession of virtues and matchless in beauty. He is an obedient son, a kind brother, loving husband, a faithful friend, an ideal king, a merciful enemy, and a lover of all living beings. All people adore him."

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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