Teeteto

O Teeteto (em grego, Θεαίτητος; transl. Theaítētos) é um diálogo platônico sobre a natureza do conhecimento, escrito em 369 a.C.

Nele aparece, talvez pela primeira vez, explicitamente, na Filosofia, o confronto entre verdade e relativismo.

O início do diálogo, em sua primeira edição impressa (editio princeps), de Aldo Manúcio (Veneza, 1513).

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Os personagens principais no diálogo são: Sócrates, Teodoro de Cirene e Teeteto. O matemático Teeteto estudou com Teodoro na cidade de Cirene. Outros dois personagens — Terpsião e Euclides — participam apenas do início do diálogo.

Questões relativas à obra[editar | editar código-fonte]

O diálogo tem início quando Euclides diz a seu amigo Terpsião [1]:35 que ele escrevera um livro, anos antes, baseado no que Sócrates lhe contara de uma conversa que tivera com Teeteto quando ainda era jovem. O motivo do relato é que Euclides tinha visto Teeteto sendo carregado para fora do campo de batalha, nocauteado por uma disenteria e leves ferimentos de guerra.

Platão procura desmentir a subjetividade gnosiológica dos sofistas, que afirmavam que os sentidos determinassem o conhecimento. Segundo Platão é possível chegar ao conhecimento através da razão.

Desse diálogo, provém uma definição tradicional do conhecimento como crença verdadeira justificada. Teeteto de Atenas, um jovem estudioso de matemática e ciências afins, propõe três definições que são rechaçadas por Sócrates. O saber não pode ser definido mediante exemplos, não é percepção nem opinião verdadeira, nem uma explicação acompanhada de opinião verdadeira. Sócrates rebate esses argumentos de um ponto de vista crítico, isto é, só questiona o que propõe Teeteto através de perguntas e não formula um conceito do que é conhecimento.

Citações[editar | editar código-fonte]

No diálogo, Sócrates esclarece a Teeteto o motivo de sua arte se chamar maiêutica (148e-149a)[2]:45:

Nesse diálogo ocorre também o famoso relato de Sócrates a Teodoro de Cirene sobre a rapariga (criada) da Trácia que zombou de Tales de Mileto, quando este caiu num poço, porque observava o céu (174a)[2]:83:

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Grafia adotada por Carlos Alberto Nunes. PLATÃO. Teeteto - Crátilo. In: Diálogos de Platão. Tradução do grego por Carlos Alberto Nunes. 3a. ed., Belém: Universidade Federal do Pará, 2001, p. 35.
  2. a b PLATÃO. Teeteto - Crátilo. In: Diálogos de Platão. Tradução do grego por Carlos Alberto Nunes. 3a. ed., Belém: Universidade Federal do Pará, 2001

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Press, Gerald A. (2012). The Continuum Companion to Plato (em inglês). [S.l.]: A&C Black. ISBN 0826435351 
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