São João da Barra

 Nota: Para outros significados, veja São João da Barra (desambiguação).
São João da Barra
  Município do Brasil  
Praça São João Batista, Centro histórico de São João da Barra
Praça São João Batista, Centro histórico de São João da Barra
Praça São João Batista, Centro histórico de São João da Barra
Símbolos
Bandeira de São João da Barra
Bandeira
Brasão de armas de São João da Barra
Brasão de armas
Hino
Gentílico sanjoanense[1]
Localização
Localização de São João da Barra no Rio de Janeiro
Localização de São João da Barra no Rio de Janeiro
Localização de São João da Barra no Rio de Janeiro
São João da Barra está localizado em: Brasil
São João da Barra
Localização de São João da Barra no Brasil
Mapa
Mapa de São João da Barra
Coordenadas 21° 38' 24" S 41° 03' 03" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana
Distância até a capital 334 km
História
Fundação 17 de junho de 1850 (173 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Carla Caputi (PT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 458,611 km²
População total (Estimativa IBGE/2021[3]) 36 731 hab.
Densidade 80,1 hab./km²
Clima Tropical de savana de inverno seco (Aw)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 28200-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [4]) 0,671 médio
 • Posição RJ: 77º
PIB (IBGE/2015[5]) R$ 7,329,728,380 mil
PIB per capita (IBGE/2015[5]) R$ 211 946,00

São João da Barra é um município da mesorregião do Norte Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Ocupa uma área de 462,611 km², contando com 32 747 habitantes (2010).[6] Foi criado no ano de 1677.

História[editar | editar código-fonte]

Até a chegada dos portugueses ao Brasil, no século XVI, toda a região da foz do Rio Paraíba do Sul era ocupada pelos índios goitacá.[7] A partir de 1630, a região passou a ser colonizada por pescadores provenientes de Cabo Frio. Data, dessa época, a construção da Ermida de São João Batista, que daria origem à Vila de São João Batista da Barra. No século XVIII, a vila tornou-se um importante ponto de passagem para o açúcar proveniente de Campos dos Goytacazes em direção a Salvador. Em 17 de junho de 1850, a vila foi elevada à condição de cidade por decreto do imperador brasileiro Dom Pedro II. Após um período de decadência durante a maior parte do século XX, a cidade voltou a prosperar com a descoberta de petróleo na Bacia de Campos no final desse século.[8]

Geografia[editar | editar código-fonte]

A área do município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 462,611 km².[2] Situa-se a 21° 38' 24" de latitude sul e 41° 03' 03" de longitude oeste e está a cerca de 334 quilômetros da capital fluminense. Seus municípios limítrofes são São Francisco de Itabapoana, a norte; Campos dos Goytacazes, a oeste e a sul; e o Oceano Atlântico, a leste.

De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017, o município pertence às regiões intermediárias e imediatas de Campos dos Goytacazes.[9]

Relevo e hidrografia[editar | editar código-fonte]

O relevo é predominantemente plano. São 32 quilômetros de litoral, banhados pelo Oceano Atlântico. A planície costeira possui aproximadamente 30 km de largura, suas areias são quartzosas sendo pobre em nutrientes.

Também existem algumas ilhas que pertencem ao território São-Joanense. A Ilha do Graça, a Ilha das Cabritas, Ilha Tocos e a Ilha do Jair, além de outras ilhas menores, sendo todas elas fluviais. As mesmas são locais de te reprodução de aves marinhas como as garças.

São João da Barra possui uma única bacia hidrográfica; a bacia do rio Paraíba do Sul, cuja foz deságua ao norte do município no Oceano Atlântico. São encontrados também diversas lagoas em duas superfície dentre as principais podemos destacar as lagoas de Grussaí, lagoa de Iquipari, a lagoa do Açú, a lagoa Salgada e a lagoa do Taí.[10]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima São-joanense é caracterizado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, como tropical quente úmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual de 23,0 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos com temperaturas elevadas.[11] A baixa incidência de chuvas nos meses de maio a agosto caracteriza o período de seca. O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 25,5 °C. E o mês mais frio, julho, de 20,4 °C. Os ventos são constantes o ano todo, ventos sub úmidos do setor Nordeste, atingem as maiores velocidades nos meses de agosto a dezembro.

A precipitação média anual é de 1 200 mm, sendo julho o mês mais seco, quando ocorrem em média apenas 28 mm. Em novembro, o mês mais chuvoso, a média fica em torno dos 148 mm.[11]

Ecologia e meio ambiente[editar | editar código-fonte]

A vegetação original e predominante no município é a de Mata Atlântica e restinga, apesar de uma grande e considerável parte da mata nativa ter sido devastada nos últimos anos, principalmente para ceder lugar à malha urbana, áreas de pastagem, lavouras e abrir caminho para a construção de loteamentos e residenciais. Vários projetos foram e estão sendo realizados e planejados, para a criação de áreas de preservação, as unidades de conservação (UC) ou Áreas de Preservação Permanente (APP).

São João da Barra possui duas unidades de conservação, a Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Fazenda Caruaru de proteção integral que tem como objetivo proteger o ecossistema de restinga, além de abrigar porções de ambientes lacustres e áreas alagáveis, está localizada no distrito de Grussaí.[12] E o Parque Estadual da Lagoa do Açú - PELAG, tem apenas 1% da sua área em São João da Barra a grande área do parque esta presente no município vizinho de Campos dos Goytacazes, o mesmo possui a finalidade de preservar remanescentes de vegetação nativa de mata atlântica como restinga, mangue e uma importante área alagada.[13]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Crescimento populacional
Censo Pop.
199120,847
200027,68232,8%
201032,74718,3%
Est. 202136,731

Em 2010, a população de São João da Barra segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 32 747 habitantes[14], sendo que 16 229 habitantes eram homens (49,6%) e 16 518 mulheres (50,4%).[15] Ainda segundo o mesmo censo, mais da metade da população era urbana.

Composição étnica[editar | editar código-fonte]

No censo de 2010, a população de São João da Barra era formada por 20 779 brancos (63,43%), 10 264 pardos (31,34%), 1 588 pretos (4,85%), 89 amarelos (0,3%) e 27 indígenas (0,08%).[14]

Economia[editar | editar código-fonte]

Em 1676 quando São João da Barra era uma Vila sua economia girava em torno da pesca, criação de gado e o início da cultura da cana. No início do século XIX, quando a Família Real se mudou para o Brasil, a Vila, que já se dedicava ao comércio, passou a suprir as necessidades da Corte. No início do século XX, os problemas de assoreamento da foz do rio Paraíba do Sul se intensificaram, forçando a venda da Companhia de Navegação, que já enfrentava problemas com a competição gerada pela abertura da navegação a navios estrangeiros. O que não permitiu que a cidade entrasse em decadência total foi o surgimento da Indústria de Bebidas Joaquim Thomaz de Aquino. No final da década de 70, o município voltou a prosperar com a descoberta do Petróleo passando, assim, a receber royalties por ser município limítrofe aos campos produtores de petróleo, tornando-se definitivamente produtor a partir do ano de 2000. A partir de 2014, o Porto do Açú começou a operar na cidade, fazendo com que sua economia desse um grande salto. De acordo com dados do IBGE, no ano de 2014 e 2015, a cidade obteve o maior PIB per capita das cidades do estado do Rio de Janeiro, ficando assim em primeiro lugar. A nível nacional São João da Barra ficou em nono lugar.  O Imposto sobre Serviços (ISS) arrecadou 700 mil reais em 2004, seis anos depois, 2010, subiu para 12 milhões. A geração de emprego também aumentou, comparando os anos de 2010 com 2011, saiu de 400 para 1286 postos de trabalho.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Piscina no SESC em Grussaí, que teve que encerrar as atividades em maio de 2020 devido à crise financeira causada pela pandemia de COVID-19.

São João da Barra conta com diversas praias turísticas, como: Praia de Grussaí, Praia do Chapéu de Sol, Praia do Açu e Praia de Atafona, conhecida pelas ruínas de casas transgredidas pelo mar, tornando submersas algumas ruas da região, além da Lagoa de Iquipari e Lagoa do Salgado.

O Sesc Mineiro Grussaí e o Pontal de Atafona (local de encontro entre o Rio Paraíba do Sul e o mar) também constituem pontos de interesse à visitação. É uma cidade calma, tranquila e à beira-mar.

No verão de 2008, a cidade recebeu cerca de 400 000 turistas, principalmente da região de Campos dos Goytacazes e dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entretanto, ainda depende consideravelmente de Campos, maior município do Norte Fluminense, sobretudo nas áreas de saúde e educação de nível superior.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Transporte[editar | editar código-fonte]

A BR-356 é a sua principal rota de acesso, ao ligar a cidade de Campos dos Goytacazes à São João da Barra. A cidade é servida por uma empresa de ônibus, que tem linhas municipais e distritais.

Existe um ônibus jardineira da empresa Carioquinha que faz o transporte de turistas que visitam a cidade, saindo diariamente do Sesc Mineiro de Grussaí.

Há também o transporte alternativo, ligando o centro a outros distritos como Atafona e Gruçaí e vice-versa.

Outros meios de transporte bastantes utilizados em São João da Barra são as pequenas embarcações que transportam moradores para as ilhas fluviais bem como para o município vizinho de São Francisco de Itabapoana. Escunas turísticas são bem utilizadas por visitantes e turistas que desejam conhecer o delta do Rio Paraíba do Sul e os manguezais.

Em agosto de 2018 a cidade passou a contar com sete linhas de ônibus que faz o transporte da população entre os bairros da cidade, com tarifa inicial no valor de 2 reais. Em 2019, a prefeitura passou a utilizar o aplicativo de celular "CittaMobi" permitindo a população ficar informada sobre horários e itinerários das linhas, São João da Barra foi a terceira cidade do estado a usar a tecnologia.

A cidade já foi atendida por transporte ferroviário entre os anos de 1897 e 1962, como parte do chamado Ramal de Campista (antiga E.F. Campista) da Estrada de Ferro Leopoldina, que fazia a ligação de São João da Barra com o município vizinho de Campos dos Goytacazes. O ramal seguia paralelamente a uma ferrovia particular (pertencente à antiga Usina Barcelos) e a BR-356. Devido a desativação dos trens de passageiros, ainda no início dos anos 1960, o ramal foi desativado e permaneceu abandonado ao longo de anos, tendo grande parte de seus trechos extintos, porém nunca foi oficialmente suprimido.

Patrimônios Culturais e Turísticos[editar | editar código-fonte]

  • Igreja de São João Batista
  • Igreja de Nossa Senhora da Penha
  • Igreja de São Pedro
  • Igreja de São Benedito
  • Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte
  • Igreja Nossa Senhora dos Navegantes
  • Palácio Cultural Carlos Martins
  • Cine Teatro São João
  • Centro Cultural Narcisa Amália
  • Antiga Casa da Câmara e Cadeia Municipal
  • Estação das Artes Derly Machado
  • Igreja de Santo Amaro
  • Cais do Imperador
  • Cais da Imperatriz
  • Cais do Alecrim
  • Ruínas do Trapiche
  • Solar do Comendadador André Gonçalves da Graça (atual Fórum)
  • Delta do Rio Paraíba do Sul
  • Ruínas de Atafona
  • Praia Fluvial do Viana
  • Usina Barcelos
  • Palmeiras Imperiais
  • Antiga Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Leopoldina, em Atafona
  • Complexo Portuário do Açu

Pessoas Notáveis[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. São João da Barra
  2. a b IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  3. «Estimativa da população 2021» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2021. Consultado em 20 de fevereiro de 2022 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. a b «Produto Interno Bruto de São João da Barra». IBGE 
  6. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 out. 2010. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  7. BUENO, E. Brasil: uma história. Segunda edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
  8. São João da Barra. Disponível em http://www.ferias.tur.br/informacoes/7068/sao-joao-da-barra-rj.html. Acesso em 10 de outubro de 2012.
  9. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  10. Sales Figueiredo, Carolina Pereira (2015). LEVANTAMENTO DO PROCESSO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO URBANA E OS IMPACTOS NA DESCARACTERIZAÇÃO DA LAGOA DE GRUSSAI/SÃO JOÃO DA BARRA-RJ (BRASIL) (Tese). Campos dos Goytacazes/RJ: Instituto Federal Fluminense (IFF - Campos). Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  11. a b «CLIMA SÃO JOÃO DA BARRA». Climate-date.org. Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  12. «RPPN Caruaru». Porto do Açú. 23 de Junho de 2017. Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  13. «Parque Estadual da Lagoa do Açú». Instituto Estadual do Ambiente - INEA. Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  14. a b «IBGE - Cidades - São João da Barra». IBGE. Consultado em 7 de abril de 2020 
  15. «Tabela 608 - População residente, por situação do domicílio e sexo - Sinopse». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 7 de abril de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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