Rufino da Silva Neto

Rufino da Silva Neto
Deputado estadual de Minas Gerais
Período 5 de abril de 1978
a 1º de fevereiro de 1983
Prefeito de Coronel Fabriciano
Período 1971
a 1º de fevereiro de 1973
Vice-prefeito Otávio Cupertino dos Reis
Antecessor(a) Mariano Pires Pontes
Sucessor(a) Amilar Pinto de Lima
Prefeito de Coronel Fabriciano
Período 1957 a 1961
Vice-prefeito Otávio Cupertino dos Reis
Antecessor(a) Raimundo Alves de Carvalho
Sucessor(a) Raimundo Alves de Carvalho
Dados pessoais
Nome completo Rufino da Silva Neto
Nascimento 1921
Morte 9 de dezembro de 1993 (72 anos)
Coronel Fabriciano, Minas Gerais
Nacionalidade brasileiro
Partido PSD
PTB
ARENA
MDB
PDS
PFL
Profissão Metalúrgico

Rufino da Silva Neto (1921Coronel Fabriciano, 9 de dezembro de 1993) foi um metalúrgico e político brasileiro.[1] Foi prefeito do município de Coronel Fabriciano por dois mandatos não consecutivos, de 1957 a 1961 e 1971 a 1973. Posteriormente foi deputado estadual de Minas Gerais, empossado como suplente da 8ª legislatura em 1978 e reeleito para a 9ª legislatura (1979 a 1983).

Vida pública e política[editar | editar código-fonte]

Vista parcial do Morro do Carmo, onde Rufino realizou a distribuição de lotes na década de 70.

Filiado ao Partido Social Democrático (PSD), Rufino foi prefeito de Coronel Fabriciano de 1957 a 1961. Sucedeu a Raimundo Alves de Carvalho, por quem também foi sucedido, ao lado de Otávio Cupertino dos Reis na condição de vice-prefeito.[2] Tentou se eleger pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para a gestão 1963–1967, mas foi derrotado para Cyro Cotta Poggiali (UDN) por 47 votos.[3]

Foi um líder operário na área da Usiminas sob o contexto do Massacre de Ipatinga, ocorrido no então distrito de Ipatinga em 7 de outubro de 1963. Nesse ano, após o massacre, Rufino integrou um Grupo dos Onze (Gr-11), recebendo dicas de resistência de Leonel Brizola contra um eventual "golpe" de Estado da direita política, juntamente com outros revoltosos locais. Nos meses seguintes articulou o repasse de reivindicações à Usiminas com reuniões entre ativistas sindicais e operários, como aumentos salariais, melhorias no transporte dos trabalhadores e doação de lotes, ainda que isso gerasse desconfiança da diretoria da empresa e do então governador mineiro José de Magalhães Pinto.[3]

Em 1970, agora filiado à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), Rufino foi eleito para um segundo mandato não consecutivo como prefeito de Coronel Fabriciano, cumprindo-o de 1971 a 1973. Sucedeu a Mariano Pires Pontes, sendo sucedido por Amilar Pinto de Lima, ao lado de Otávio Cupertino dos Reis como vice-prefeito.[2] Deixou dentre seus feitos a distribuição de lotes no atual Morro do Carmo, o que era parte de suas promessas de campanha.[3] A partilha ocorreu sem avaliações ou critérios técnicos, favorecendo a construção de moradias sem planejamento e o adensamento populacional irregular, porém ocupações espontâneas já eram realizadas desde a década de 50.[4]

Posteriormente, ao filiar-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), foi suplente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Assumiu o cargo de deputado estadual para a 8ª legislatura em 5 de abril de 1978, após a morte do deputado Wilson Luiz Tanure.[5] No mesmo ano foi eleito para mais um mandato com 19 167 votos,[6] cumprindo a 9ª legislatura de 1979 a 1983.[5] Após filiar-se ao Partido Democrático Social (PDS), tentou sem sucesso se reeleger para mais uma legislatura nas eleições de 1982.[6] Já nas eleições municipais de 1988, dessa vez integrante do Partido da Frente Liberal (PFL), candidatou-se a um terceiro mandato como prefeito de Coronel Fabriciano em pleito que contou com oito candidatos. Ficou em sexto lugar, com 2,96% dos votos válidos, em votação vencida por Hélio Arantes de Faria (PSDB) com 23,66% dos votos.[7] Nas eleições municipais de 1992 foi candidato a vereador de Fabriciano pelo PFL, porém não foi eleito.[8]

Falecimento e homenagens[editar | editar código-fonte]

Rufino faleceu aos 72 anos de idade na casa de sua irmã, Lourdes da Silva Pereira, com quem morava em Coronel Fabriciano, às 15 horas de 9 de dezembro de 1993. Sua morte ocorreu devido a complicações de problemas de saúde que enfrentou nos últimos cinco anos de vida, inclusive realizava tratamento no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. O então prefeito fabricianense Paulo Almir Antunes decretou luto oficial de três dias no município e no velório compareceram, dentre outras autoridades políticas, o ministro das Minas e Energia Paulino Cícero de Vasconcellos e o deputado federal Jofran Frejat. O corpo foi sepultado na manhã do dia seguinte em Coronel Fabriciano.[8] Também no dia 10, foi homenageado pelo deputado estadual Antônio Milton Salles (PFL) durante reunião extraordinária da ALMG.[1] Empresta seu nome ao Terminal Rodoviário de Coronel Fabriciano, oficialmente denominado Terminal Rodoviário Urbano Rufino da Silva Neto.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) (15 de janeiro de 1994). «Diário do Legislativo de 15/01/94» (PDF). p. 1. Consultado em 9 de dezembro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 9 de dezembro de 2019 
  2. a b Cartilha do Cidadão (1998). Vale do Aço - Perfil histórico, cultural e informativo - Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo 98 ed. João Monlevade-MG: Click Idéias Assessoria Ltda. p. 15 
  3. a b c Fernandes, Edvaldo (outubro de 2013). «Massacre de Ipatinga Quadro a Quadro» (PDF). Memória Operária do Vale do Aço (Movaço): 92; 144–145. Consultado em 8 de agosto de 2019. Arquivado do original (PDF) em 8 de agosto de 2019 
  4. Revista Caminhos Gerais, nº 35, pag 54.
  5. a b Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). «Composição da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (1947–2002)» (PDF). p. 83; 87. Consultado em 18 de novembro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 18 de novembro de 2014 
  6. a b «Legislativo aposenta deputados». Jornal do Brasil (332): 4. 10 de março de 1983. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  7. licht.io.inf. «Eleição Prefeito 1988». Consultado em 8 de agosto de 2019. Arquivado do original em 18 de julho de 2014 
  8. a b «Ex-prefeito Rufino morre em Fabriciano, aos 72 anos». Jornal Diário do Aço (4483): 1. 10 de dezembro de 1993  — consultado no arquivo central do Jornal Diário do Aço em 20 de janeiro de 2020.
  9. Câmara Municipal de Coronel Fabriciano (9 de novembro de 1998). «Lei nº 2.771/98» (PDF). Consultado em 8 de agosto de 2019. Arquivado do original (PDF) em 8 de agosto de 2019