Rodrigues Lima

Rodrigues Lima
Rodrigues Lima
Rodrigues Lima, c. 1900.
Governador da Bahia
Período 1892 a 1896
Antecessor(a) Leal Ferreira
Sucessor(a) Luís Viana
Dados pessoais
Nome completo Joaquim Manoel Rodrigues Lima
Nascimento 4 de maio de 1845
Caetité
Morte 18 de dezembro de 1903 (58 anos)
Caetité
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Rita Sofia Gomes de Lima
Pai: Joaquim Manoel Rodrigues Lima (pai)
Alma mater Faculdade de Medicina da Bahia
Cônjuge Maria Victoria Gomes de Albuquerque Lima
Parentesco Barão de Caetité (tio, sogro)
Antônio (irmão)
Haroldo Lima (bisneto)
Profissão Médico
Serviço militar
Lealdade Corpo Médico do Exército Imperial do Brasil
Anos de serviço 1866-1869

Joaquim Manuel Rodrigues Lima (Caetité, 4 de maio de 184518 de dezembro de 1903) foi um médico e político brasileiro, que serviu na Guerra do Paraguai, foi intendente da cidade natal e governou o estado da Bahia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho do capitão Joaquim Manuel Rodrigues Lima e Rita Sofia Gomes de Lima (irmã do Barão de Caetité).

Aos dez anos foi estudar em Salvador e em 1862 ingressou na Escola de Medicina da capital baiana e, cursando o 5º ano, serve nos hospitais de sangue da Guerra do Paraguai, como cirurgião. Sobrevive, com heroísmo,[1] ao naufrágio do navio que o conduzia para o Uruguai. Em 1868, após retornar conclui o curso médico.[2] retorna para Caetité e ali se casa com a primogênita do Barão de Caetité e sua prima, D. Maria Victoria Gomes de Albuquerque Lima. Exerce a clínica, cuida das fazendas e inicia-se na política, sendo eleito por três vezes para a Assembléia Provincial.

Em 1876-77 realiza extensa viagem de estudos pela Europa.

Quando da Proclamação da República era o presidente do Conselho Municipal (a Câmara de Vereadores, da época). Em 1891, quando os partidos políticos são organizados, ocupava a Intendência Municipal, sendo indicado para a Assembléia Constituinte Estadual, onde propõe a mudança da capital para a Chapada Diamantina.

Após a deposição do interventor José Gonçalves, foi o indicado pelo grupo que viria a ter por líder Luís Viana, que depois o sucederia, a se candidatar na primeira eleição para Governador da História da Bahia, em 1891, num pleito em que obtém maioria no chamado sistema do voto bico-de-pena, a descoberto[3].

Findo seu governo, retorna para a terra natal, onde ocupa ainda a vereança. Falece, em decorrência de mal hepático adquirido na campanha paraguaia, em 1903, como um dos espíritos mais progressistas de sua cidade.

Governo da Bahia[editar | editar código-fonte]

Sua administração foi marcada pela reestruturação administrativa, incentivo total à cultura e educação, marcada sobretudo pela probidade (em diversas vezes escrevia ao seu procurador em Caetité para que lhe mandasse dinheiro, pois não julgava honesto valer-se do erário publico para manter-se). Diversas instituições culturais tiveram seu apoio para constituir-se, dentre as quais o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

Rodrigues Lima também espalhou as obras públicas por todo o estado, sobretudo aquelas de combate aos efeitos das secas (muitas delas existentes até o presente), e pela interiorização do ensino de qualidade.

Em Salvador realiza diversas obras, objetivando modernizar e embelezar a Capital: a mais bonita praça da cidade, o Campo Grande, atração turística que homenageia os heróis da Independência Baiana, é obra de seu governo.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

O Largo da Vitória, em Salvador, ostenta um busto em sua homenagem. Regista Pedro Celestino da Silva que este monumento fora erguido inicialmente na Praça da Aclamação, sendo posteriormente trasladado para o largo. Registra, ainda, que este se deu como "preito de saudade e gratidão ao benemérito cidadão que, por suas virtudes cívicas e privadas, deixou seu nome inteiramente ligado à história da Bahia, por sua honradez imaculada, por sua grandeza de espírito e por sua indefectível lealdade política". O monumento foi autorizado por resolução municipal nº 144 de 4 de janeiro de 1905 e inaugurado a 13 de maio de 1911, pelo governador João Ferreira de Araújo Pinho e pelo intendente (prefeito) Antônio Carneiro da Rocha. O monumento traz a seguinte inscrição: "Dr. em Medicina pela Faculdade da Bahia; voluntário do Corpo de Saúde do Paraguay;. deputado provincial; senador do Estado; membro da Constituinte; Intendente do Município de Caetité, onde residia, e Governador deste Estado".[4]

É nome de diversos logradouros na Bahia, sobretudo em Lençóis e em Caetité.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Fontes e referências

  1. Durante este episódio, agiu com denodo no salvamento e proteção ao ouro que a embarcação levava para custeio da campanha, de cujo sucesso dependia: o epíteto de ação heróica foi, então, em reconhecimento por seu denodo na ação militar. In: Arthur Dias, op. cit.
  2. «Levantamento Nominal dos Formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA.» (PDF). Faculdade de Medicina da Bahia. 2009. Consultado em 16 de novembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  3. Tavares, Luís Henrique Dias (2008). História da Bahia 11a. ed., rev. e ampliada ed. Salvador, BA: EdUFBA/Editora Unesp. p. 306. 542 páginas. ISBN 8523202390 
  4. SILVA, Pedro Celestino da. Notícias Históricas e Geográficas do Município de Caetité, revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, vol. 58, 1932, pp. 266 a 270

Fontes[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Leal Ferreira
Presidente da Bahia
18921896
Sucedido por
Luís Viana