Plebe Rude

Plebe Rude
Plebe Rude
Pocket show na FNAC/Brasília, novembro de 2006.
Informação geral
Origem Brasília, Distrito Federal
País Brasil
Gênero(s) Punk rock, pós punk, new wave, rock alternativo
Período em atividade 1981-1994
1999-atualmente
Gravadora(s) EMI
Natasha Records/Sony Music
Independente/OutraCoisa
Coqueiro Verde
Substancial Music
Integrantes
Ex-integrantes
  • Gutje
  • Jander Bilaphra
  • Txotxa
Página oficial pleberude.com.br

Plebe Rude é uma banda brasileira de punk rock formada em Brasília em meados de 1981, surgida da "Turma da Colina" numa época em que a censura proibia canções e vetava sua execução pública, por causa da ditadura.

O estilo da banda, repleto de críticas sociais e políticas, reflete toda a cultura da época, porém com uma preocupação maior nas composições e elaboração dos arranjos e melodias. Por estes fatores, é considerado uma mistura do rock com a influência inglesa e sua invasão oitentista da new wave. Seus temas apontam para as incertezas políticas do país desde os estertores da ditadura até a atualidade e para o comportamento do ser humano em meio às dificuldades da vida. Suas letras são repletas de críticas sociais, tais como "Até quando esperar", "Johnny vai à guerra (outra vez)", "Censura", entre tantas outras.[1]

Sem fazer concessões, a Plebe Rude vendeu mais de 500 mil cópias de seus discos, tocou no rádio e se apresentou na televisão.

Atualmente, é formada por Philippe Seabra nos vocais e na guitarra, Clemente Nascimento também nos vocais e na guitarra, André X no baixo e nos vocais, e Marcelo Capucci na bateria.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

A banda foi formada no início dos anos 1980 por Philippe Seabra, Gutje Woorthmann, André X Mueller e Jander "Ameba" Bilaphra[1], mais precisamente em 7 de julho de 1981, quando Phillipe, André e Gutje escreveram a canção "Pressão Social".[1] Os quatro integrantes tinham preferências diferentes dentro do gênero punk, mas estavam unidos pela admiração ao Clash, inclusive eles fizeram covers da banda, sob o nome de Clash City Rockers.[1]

Em Brasília fizeram parte da "Turma da Colina", integrada por outras bandas como Aborto Elétrico (que posteriormente deu origem Capital Inicial e Legião Urbana), Blitx 64, Metralhas e outras.

Um marco importante foi quando Plebe Rude e Legião Urbana fizeram um show num festival de rock em Patos de Minas, em 5 de setembro de 1982, primeiro show da recém formada Legião Urbana, abrindo para a Plebe Rude. Após as apresentações, acabaram sendo presos por causa de suas letras, Plebe Rude por uma música chamada "Voto em Branco" e Legião Urbana pela "Música Urbana 2", mas todos acabaram soltos após a polícia local ser informada por eles mesmos que eram de Brasília, temendo que fossem filhos de políticos.[2]

Consolidação[editar | editar código-fonte]

Plebe Rude chamava muita atenção por onde passava. Tocaram em todas as danceterias importantes do eixo Rio-São Paulo e ainda no lendário Circo Voador. E numa destas apresentações no Circo Voador conheceram Herbert Vianna, que haviam “homenageado” na música “Minha Renda”. No princípio, o encontro entre os plebeus e o paralama foi tenso, mas logo Herbert sacou todo o inteligente sarcasmo da Plebe Rude e a partir daquele momento tornou-se um dos que mais ajudaram a Plebe a estourar nacionalmente. Herbert se transformou no padrinho do primeiro disco da Plebe, recomendando a contratação deles para a EMI. O concreto já rachou, primeiro disco da banda, foi lançado sob produção de Herbert, e contou com sete faixas, tendo a participação de Fernanda Abreu (na época vocalista do Blitz) na canção "Sexo e Karatê", George Israel (do Kid Abelha) tocou sax e Renato Russo se encarregou de fazer a release para a imprensa. Seu lançamento ocorreu em fevereiro de 1986, com duas apresentações da banda na boate Noites Cariocas, em 14 e 15 de fevereiro.[1]

Pausa[editar | editar código-fonte]

A Plebe se separou oficialmente no ano de 1994, quando Seabra mudou para Nova Iorque, onde fundou o grupo Daybreak Gentlemen.[3]

Em 1999, a banda se reúne para se apresentar no festival Porão do Rock 99, em Brasília, reunindo os integrantes originais.[3] A partir daí, retoma as atividades.

Anos 2000[editar | editar código-fonte]

Em 2003, Gutje e Jander Bilaphra deixam a banda. Plebe Rude volta na forma definitiva com Clemente, que também integra a banda Inocentes, e Txotxa, que já havia integrado a banda Maskavo Roots. Marca a banda mais madura e que é ainda uma das grandes bandas do rock nacional.

Em 2006, com esta nova formação, lançaram o álbum independente intitulado R ao Contrário, lançado pela revista OutraCoisa do Lobão. Com destaque para as músicas "O que se Faz", "R ao Contrario" e "Vote em Branco", música que inclusive foi tocada pela banda no show de Patos de Minas em 1982 junto a Legião Urbana.

Em 2009, a banda gravou de forma independente o CD e DVD Rachando Concreto: Ao Vivo em Brasília, que concorreu ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro.

Em 2010, a banda assina com a gravadora Coqueiro Verde e confirma o lançamento do projeto no primeiro semestre de 2011. Ainda em 2010, a faixa "The Wake", versão em inglês de "A Ida", é destaque na trilha sonora do filme Federal, com Selton Mello, Michael Madsen e Carlos Alberto Riccelli no elenco e direção de Erik de Castro.[4]

Em 2011, após o lançamento do DVD Rachando Concreto, o baterista Txotxa deixou a banda para ir tocar no Natiruts, ficando Marcelo Capucci no lugar. Ainda no mesmo ano, o álbum de estreia da banda (O Concerto Já Rachou, de 1986) é relançado dentro do box-set do documentário Rock Brasília juntamente com os álbuns de estreia do Capital Inicial e da Legião Urbana.

Já em 2012, continuou a fazer shows da turnê do DVD, inclusive se apresentando no festival Lollapalooza Brasil[5], e no segundo semestre do ano começou a gravar material para um novo álbum de inéditas. Ao mesmo tempo, em conjunto com a produtora Pietá Filmes, a banda iniciou a produção do Plebe Ignara, que tentou ser financiado através da mobilização virtual dos fãs da banda mas não obteve êxito na empreitada. Além disso, a banda revelou a intenção de gravar um novo DVD ao lado da Orquestra Sinfônica de Brasília e um álbum infantil chamado Punkinho, que seria um álbum infantil tocado no estilo Punk.

Desfalcada temporariamente em virtude da ida de André X para os Estados Unidos fazer um mestrado em meados do mesmo ano, a Plebe contou com o baixista Fred Ribeiro durante dois anos.

Em março de 2014, a banda finalizou seu sexto álbum de estúdio intitulado Nação Daltônica, lançado em novembro pelo selo Substancial Music, além de abrir os shows da banda americana Guns N' Roses em Brasília e em São Paulo.[6][7]

Em 2016, a banda lançou o documentário agora intitulado A Plebe é Rude, em parceira com a Pietá Filmes e o Canal Brasil.[8] No mês de novembro a banda novamente abriu shows para o Guns N' Roses, dessa vez em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília.[9][10][11][12]

Em abril de 2018, lançam em formato digital o álbum Primórdios 1981 – 1983.[13]

Em 2019, é lançado o álbum Evolução - Volume I, idealizado como uma ópera-rock.[13][14] O primeiro single deste álbum foi a música “A Mesma Mensagem”.[15]

Em 7 de julho de 2021, data do aniversário de 40 anos, lança o single "68", do álbum Evolução - Vol. II.[16][17][18] Em março de 2023, é lançado o álbum Evolução - Volume II, que, junto da parte I, conta com 28 músicas sobre a evolução humana.[19][20][21]

Integrantes[editar | editar código-fonte]

Formação atual[editar | editar código-fonte]

Músicos de apoio[editar | editar código-fonte]

Ex-integrantes[editar | editar código-fonte]

  • Jander Bilaphra - guitarra e vocais (1981-1990) (1999-2004)
  • Gutje - bateria (1981-1991) (1999-2003)
  • Txotxa - bateria (2006-2011)

Linha do tempo[editar | editar código-fonte]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

Coletâneas[editar | editar código-fonte]

  • 1997 - Portfólio (EMI) - caixa
  • 1998 - Preferência Nacional (EMI)
  • 2001 - Para Sempre (EMI)
  • 2002 - Identidade (EMI)
  • 2003 - 2 em 1 (O Concreto Já Rachou e Nunca Fomos Tão Brasileiros juntos em um único CD) (EMI)
  • 2012 - Brasília (EMI)

Referências

  1. a b c d e DAPIEVE, Arthur (1996). BRock - O rock brasileiro dos anos 80. [S.l.]: Editora 34. p. 168-169. ISBN 8573260084 
  2. MARCELO, Carlos (2009). Renato Russo - O Filho Da Revolução. [S.l.]: Agir. p. 235-236. ISBN 9788522009077 
  3. a b «Folha de S.Paulo - Rock: Banda Plebe Rude ressurge em Brasília - 31/07/99». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  4. «Plebe Rude faz show em Curitiba neste sábado». + Pop. Tribuna PR. 20 de julho de 2011. Consultado em 4 de outubro de 2019 
  5. G1, Braulio LorentzDo; Paulo, em São (8 de abril de 2012). «Plebe Rude homenageia ícone punk brasileiro e recorda anos 80». Lollapalooza 2012. Consultado em 1 de maio de 2023 
  6. «A pedido do Guns N' Roses, Plebe Rude abrirá show da banda em SP - 27/03/2014 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  7. Internet (amdb.com.br), AMDB (27 de março de 2014). «A pedido do Guns N' Roses, Plebe Rude abrirá show da banda em São Paulo». Rolling Stone. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  8. «Plebe Rude revisita história em documentário sobre os 35 anos da banda; assista ao trailer em primeira mão». Rolling Stone. 17 de maio de 2016 
  9. DF, Lucas NaniniDo G1 (3 de novembro de 2016). «Plebe Rude vai abrir show do Guns N' Roses em Brasília no dia 20». Música no Distrito Federal. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  10. (4 de novembro de 2014). «Plebe Rude é escolhida para abrir os shows do Guns N'Roses no Brasil». Acervo. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  11. «Banda Scalene e Plebe Rude vão abrir os shows do Guns N' Roses no Brasil». R7.com. 4 de novembro de 2016. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  12. «Scalene e Plebe Rude abrirão shows do Guns N' Roses no Brasil». VEJA. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  13. a b «Plebe Rude evolui ao historiar caminhos tortos da humanidade em disco conceitual». G1. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  14. «Plebe Rude lança novo clipe e álbum Evolução, Volume I». Metrópoles. 6 de dezembro de 2019. Consultado em 7 de dezembro de 2019 
  15. Hahne, Stephanie (24 de outubro de 2019). «Plebe Rude lança lyric video para a consciente "A Mesma Mensagem"; veja». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  16. Lima', 'Irlam Rocha (19 de julho de 2009). «Plebe Rude celebra 40 anos lançando single do próximo disco». Diversão e Arte. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  17. End, Lucas Tavares-Front End / Adriano Franco- Back (7 de julho de 2021). «Plebe Rude completa 40 anos de estrada e libera novo single: "68"». A Rádio Rock - 89,1 FM - SP. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  18. Internet (amdb.com.br), AMDB (31 de julho de 2021). «Plebe Rude celebra 40 anos de punk rock e resistência: 'Artista tem que ter postura' [ENTREVISTA]». Rolling Stone. Consultado em 17 de outubro de 2021 
  19. End, Lucas Tavares-Front End / Adriano Franco- Back (22 de março de 2023). «Plebe Rude lança novo álbum e anuncia turnê; ouça "Evolução Vol.II"». A Rádio Rock - 89,1 FM - SP. Consultado em 1 de maio de 2023 
  20. «Banda Plebe Rude lança novo álbum, "Evolução Vol. II" e anuncia turnê». EBC Rádios. 23 de março de 2023. Consultado em 1 de maio de 2023 
  21. «Opinião - Música em Letras: Plebe Rude lança 'Evolução Vol. II' nesta quarta-feira». Folha de S.Paulo. 21 de março de 2023. Consultado em 1 de maio de 2023 
  22. «RL Entrevista: De volta aos primórdios, Plebe Rude lança novo álbum com músicas escritas nos anos 80». Portal Rock Line. Consultado em 7 de setembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Marchetti, Paulo (2001). O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília. [S.l.]: Conrad. ISBN 9788587193377 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]