Partido de Renovação Social (Guiné-Bissau)

Partido para a Renovação Social
(PRS)
Presidente Alberto Nambeia
Secretário-geral Florentino Mendes Pereira
Fundação 12 de janeiro de 1992 (32 anos)
Sede Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, bairro Belém, Bissau
Ideologia Social-democracia
Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
21 / 102
Espectro político Centro-esquerda
Cores Vermelho, Branco, Azul
Slogan Liberdade-Transparência-Justiça
Página oficial
http://prsgw.webnode.pt/

Partido da Renovação Social (PRS) é um partido político de Guiné-Bissau.

É um dos principais partidos do país, geralmente fazendo oposição ao PAIGC.

História[editar | editar código-fonte]

A abertura democrática de Guiné-Bissau permitiu a criação de diversos partidos no país, onde antes era permitido somente o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Kumba Yalá, que tinha sido expulso do PAIGC no ano anterior, fundou o PRS em janeiro de 1992.[1]

Yalá correu na eleição presidencial de 1994 pelo PRS, e recebeu 21,88% dos votos no primeiro turno no dia 3 de julho.[2] Embora a oposição tenha se unido sob a figura dele, no segundo turno, realizado no dia 7 de agosto, ele perdeu para o presidente Nino Vieira, recebendo 47,98% dos votos.[3] O PRS ganhou 10,3% dos votos na eleição parlamentar de 3 de julho do mesmo ano, conquistando 12 dos 100 assentos.[2] The PRS won 10.3% of the vote[4]

Depois que Vieira foi deposto num golpe de Estado no dia 7 de maio de 1999, o governo de transição sob a liderança de Malam Bacai Sanhá realizou novas eleições. Mais uma vez Yalá concorreu à presidência. No primeiro turno, realizado em novembro de 1999, ele recebeu 38,81% dos votos; e no segundo turno, em janeiro de 2000, ele derrotou decisivamente Sanhá com 72% dos votos. Nas eleições legislativas, também realizada em novembro, o PRS ganhou 38 dos 102 assentos, tornando-se o maior partido na Assembleia Nacional Popular. O PRS indicou seu líder congressista, Caetano N'Tchama, para assumir primeiro-ministro em janeiro 2000.[5] Yalá renunciou ao cargo de presidente do PRS em maio de 2000. O primeiro-ministro Alamara Nhassé foi eleito como líder do partido em janeiro de 2002 em uma convenção PRS, na sequência da sua demissão como primeiro-ministro no final do ano, ele renunciou ao cargo de líder do partido e foi substituído por Alberto Nan Beia.

O período em que o PRS esteve no poder foi caracterizado por uma má situação econômica e instabilidade política. Yalá foi acusado por críticos de ser irregular e ter tendências autocráticas. Ele dissolveu o parlamento em novembro de 2002, mas as eleições antecipadas previstas para serem realizadas em fevereiro de 2003 foram adiadas várias vezes, até que o próprio Yalá foi deposto num golpe de Estado liderado por Veríssimo Correia Seabra, em 14 de setembro de 2003.[6] O governo militar de Seabra escolheu o secretário-geral do PRS, Artur Sanhá, para tornar-se primeiro-ministro de um governo de transição, com Henrique Rosa como presidente; eles foram empossados ​​em 28 de setembro.[7] Sanhá assumiu o cargo, apesar da oposição de 15 dos 17 partidos políticos envolvidos, que cobravam do primeiro-ministro independência governativa.[8]

A eleição legislativa 2004 foi ganha pelo PAIGC, que recebeu 33,88% dos votos e 45 dos 100 assentos, o PRS tornou-se o segundo partido mais forte no parlamento, com 26,50% dos votos e 35 assentos. A PRS concordou em apoiar a PAIGC no parlamento, em troca de uma série de cargos importantes, apesar de não ter qualquer ministro no governo.[9] Yalá foi libertado da prisão domiciliar pouco antes das eleições legislativas em março de 2005,[10] sendo escolhido pelo PRS como seu candidato na eleição presidencial daquele ano.[11] Ele recebeu 25% dos votos no primeiro turno eleitoral e, portanto, não poderia participar do segundo turno, que foi realizada entre Malam Bacai Sanhá e João Bernardo Vieira. Yalá e seu partido protestaram contra o resultado do primeiro turno, alegando ter efetivamente recebido a maioria dos votos. Entretanto Yalá posteriormente reconheceu o resultado e endossou a candidatura de Vieira para o segundo turno.[12][13]

Por causa de uma crise no PAIGC, que causou a desfiliação de muitos parlamentares deste partido, o PRS tornou-se mais uma vez o maior partido no parlamento.

Em 12 de novembro de 2006, a Yalá foi eleito novamente presidente da PRS no terceiro congresso do partido, com cerca de 70% dos votos. O líder anterior, Nan Beia, recebeu 20%. Sua vitória foi, porém, contestada por seus adversários dentro do partido.[14]

Em março de 2007, o PRS formou uma tríplice-aliança partidária, com o PAIGC e o Partido Unido Social Democrático, onde tentaram formar um novo governo.[15] Isto levou a um bem-sucedida estratégia, que culminou numa moção de censura contra Aristides Gomes. Sua demissão ocorreu no fim do mês, abrindo espaço para a indicação, pelos três partidos, de um novo primeiro-ministro, Martinho Ndafa Kabi. Ele foi nomeado por Vieira, e em 17 de abril de um novo governo foi formado, composto por ministros dos três partidos.[16][17]

Em maio de 2007, na sequência de um apelo para a anulação do terceiro congresso ordinário por uma facção do PRS contra Yalá, o Tribunal Regional de Bissau cancelou resoluções do congresso e Yalá foi removido da liderança do partido. Em 23 de agosto de 2007, no entanto, a Suprema Corte da Guiné-Bissau reverteu essa decisão e Yalá foi reconduzido á liderança do partido.[18]

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data CI. Votos % +/- Deputados +/-
1994 4.º 29 957
10,30 / 100,00
12 / 100
1999 1.º
38 / 100
Aumento26
2004 2.º 113 656
26,50 / 100,00
35 / 100
Baixa3
2008 2.º 115 755
25,21 / 100,00
Baixa1,29
28 / 100
Baixa7
2014 2.º 180 432
30,76 / 100,00
Aumento5,55
41 / 102
Aumento13
2019 2.º 127 104
21,10 / 100,00
Baixa9,66
21 / 102
Baixa20

Referências

  1. "Guinea-Bissau's Kumba Yala: from crisis to crisis", Afrol.com, May 17, 2005.
  2. a b Elections in Guinea-Bissau, African Elections Database.
  3. Political Parties of the World (6th edition, 2005), ed. Bogdan Szajkowski, page 271.
  4. IPU PARLINE page on 1994 election.
  5. "New Guinea-Bissau ruling party names prime minister", AFP (nl.newsbank.com), 24 January 2000.
  6. "Army ousts president who kept delaying elections", IRIN, September 14, 2003.
  7. "Interim government takes over Bissau", BBC News, September 28, 2003.
  8. "New Bissau PM 'rejected'", BBC News, September 23, 2003.
  9. "Elected parliament sworn in, new government to follow", IRIN, May 7, 2004.
  10. "Ousted president freed ahead of end-of-March polls", IRIN, March 9, 2004.
  11. "Main opposition party picks Kumba Yala as presidential candidate", IRIN, March 28, 2005.
  12. "Ex-Bissau leader accepts defeat", BBC.co.uk, June 27, 2005.
  13. "Kumba Yala to back Nino Vieira in second round of presidential election", IRIN, July 4, 2005.
  14. "Des militants contestent le congrès du PRS en Guinée-Bissau", Panapress, November 23, 2006 (em francês).
  15. "Vieira rejects calls to dissolve government", AFP (IOL), March 14, 2007.
  16. "Guinea-Bissau appoints consensus premier", Reuters (IOL), April 10, 2007.
  17. Alberto Dabo, "Guinea-Bissau's new government named", Reuters (IOL), April 18, 2007.
  18. "Koumba Yala réhabilité leader du Parti de la rénovation sociale", Panapress (Jeuneafrique.com), August 23, 2007 (em francês).
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