Paquetá (bairro do Rio de Janeiro)

Paquetá
  Bairro do Brasil  
Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte
Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte
Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte
Localização
Região administrativa da Ilha de Paquetá (onde se localiza o bairro de Paquetá) no município do Rio de Janeiro, dentro do estado do Rio de Janeiro
Região administrativa da Ilha de Paquetá (onde se localiza o bairro de Paquetá) no município do Rio de Janeiro, dentro do estado do Rio de Janeiro
Região administrativa da Ilha de Paquetá (onde se localiza o bairro de Paquetá) no município do Rio de Janeiro, dentro do estado do Rio de Janeiro
Unidade federativa Rio de Janeiro
Região administrativa Ilha de Paquetá
Município Rio de Janeiro
História
Criado em 23 de julho de 1981
Características geográficas
Área total 170,57 ha (em 2003)
População total (2010) 3,361 (em 2 010)[1] hab.
 • IDH 0,822[2](em 2000)
Outras informações
Domicílios 2.223 (em 2010)
Limites baía de Guanabara
Subprefeitura Centro e Centro Histórico
Commons
Commons
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Paquetá é um bairro da Zona Central do município do Rio de Janeiro, no estado homônimo, no Brasil, que reúne diversas ilhas na Baía de Guanabara, sendo a maior delas a Ilha de Paquetá, um tradicional recanto turístico do município do Rio de Janeiro, a poucos minutos da agitação da metrópole, habitado por população de classe média.[carece de fontes?] O bairro possui infraestrutura turística com hotéis, restaurantes, hospital, policiamento, comércio e serviços.

Seu índice de desenvolvimento humano, no ano 2000, era de 0,822, o 74º melhor do Rio de Janeiro, dentre 126 bairros avaliados; sendo considerado regular.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ilha de Paquetá
Ilha de Paquetá, 1894. Arquivo Nacional.

A Ilha de Paquetá foi descoberta em 1555 pela expedição francesa fundadora da França Antártica. A ilha já era habitada pelos índios tupinambás, que viriam a ser conhecidos também como tamoios. Estes chamavam a ilha de Paketá, que significa "muitas pacas"[3][4]. Somente em 18 de dezembro de 1556 o rei francês reconheceu a descoberta de André Thevet, cosmógrafo membro da expedição francesa, sendo essa data até hoje considerada como aniversário da ilha.

Com a vitória dos portugueses contra os franceses, na disputa pelas terras da então França Antártida, a ilha passou para o controle dos vencedores que, em 1565, mesmo ano da fundação da cidade do Rio de Janeiro, a dividiram em duas sesmarias. Depois de expulsar os franceses da Baía de Guanabara, Estácio de Sá tratou de dividir a ilha em duas sesmarias e as entregou a dois companheiros de viagem: a primeira foi para Inácio de Bulhões (Campo) e a outra para Fernão Valdez (Ponte). Em 1697, foi construída a Capela de São Roque, padroeiro da ilha.

No século XIX a ilha caiu nas graças do Império: foi local de hospedagem frequente de D. João VI, no Solar Del Rey (hoje a biblioteca pública). Ali também viveu seus últimos anos o político e naturalista José Bonifácio, cuja residência ainda existe, preservada e em uso. O bairro, que já pertenceu ao município de Magé, foi incorporado à Corte em 1833.

Durante a Revolta da Armada, em 1893, a ilha foi ocupada durante seis meses pelos marinheiros sublevados, o que ocasionou diversos prejuízos para a população local. Até então a ilha não tinha uma controle certo, vivendo basicamente de pesca e troca dos pescados por outros produtos no porto.

No período da Guanabara (1960-1975) a ilha passou a ser administrada em conjunto com a Ilha do Governador e a Cidade Universitária, na então subprefeitura das ilhas. Em 1981 foi estabelecida como um bairro autônomo, pelo prefeito Júlio Coutinho, e passou a ter sua própria região administrativa, sendo também desincorporada da Zona Norte e tornando-se o bairro mais distante da Zona Central do Rio.

Brasão[editar | editar código-fonte]

Apesar de incomum nos municípios brasileiros, algumas divisões do município do Rio de Janeiro possuem brasões, bandeiras e hinos, adquiridos à época em que seu território era compreendido no antigo estado da Guanabara. O brasão da região administrativa da Ilha de Paquetá é composto:

Brasão da Região Administrativa da Ilha de Paquetá
  • Pelos anos de 1565, que marca a entrega das terras de Paquetá aos sesmeiros, e de 1961, em homenagem à criação da região administrativa da Ilha de Paquetá.
  • Por duas estrelas, representando os dois primeiros sesmeiros, Inácio de Bulhões e Fernão Valdez.
  • Por um escudo onde figuram a Capela de São Roque, um flamboyant (marca registrada da ilha), uma lua cheia (alusão ao hino da ilha, chamado Luar de Paquetá) e uma antiga barca a vapor cantareira.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Ilha de Paquetá, 2008

Situada no fundo na Baía da Guanabara, Paquetá é um bairro do município do Rio de Janeiro formado pela Ilha de Paquetá e por outras pequenas ilhas no interior da baía de Guanabara: Brocoió, Braço forte, Redonda, do Manguinho, Comprida, dos Ferros, Casa da Pedra e das Folha, além de outras ilhotas e rochedos situadas entre elas.

A Ilha de Paquetá, que dá nome ao bairro, tem 8 km² de área e dezenas de pequenas praias, sendo 15 as mais conhecidas e frequentadas. Outro destaque é a Ilha de Brocoió, ocupada pela residência oficial de férias do governador do estado do Rio de Janeiro.

O arquipélago fica muito próximo da única área remanescente de manguezais da Baía, a 10 minutos da entrada de Magé pelo mar, ainda preservada e significativa, com fauna e flora ricas.

Economia[editar | editar código-fonte]

Transporte[editar | editar código-fonte]

O acesso à ilha é feito por linha regular de barcas e ainda por barcas e catamarãs, sempre a partir da Praça XV de Novembro, no Centro do Rio de Janeiro. Atualmente, o trajeto pode ser feito em 40 minutos.

Na ilha, não é permitido o tráfego de veículos motorizados particulares: apenas bicicletas e charretes elétricas se locomovem nas ruas revestidas de saibro. Somente é permitido o tráfego de carros que prestam serviços públicos - polícia, bombeiros, ambulância, coleta de lixo etc.

O transporte de moradores e visitantes é feito por charretes elétricas e bicicletas. Há ainda o serviço de táxis apelidado de ecotáxi, com bicicletas especialmente adaptadas para transportar grupos de pessoas em uma espécie de cabine traseira.

Vista aérea da Ilha de Paquetá (2021)
Vista aérea da Ilha de Paquetá, 2021

Hospedagem[editar | editar código-fonte]

O público flutuante pode chegar a 20 mil pessoas, em dias de sol na alta temporada, conta com pequenas pousadas recentemente reformadas e de perfil profissional, que fazem da ilha uma boa opção para o “two days tourism”, conceito que vem ganhando espaço nas opções de lazer dos cariocas ser mais econômico e prático: viagens curtas, com apenas um pernoite e dois dias de proveito, em lugares próximos para diminuir o tempo de deslocamento.

Cultura[editar | editar código-fonte]

O isolamento geográfico e a legislação de caráter preservacionista que sempre regeu a ilha contribuíram para que boa parte do acervo arquitetônico do bairro e do Rio Antigo fosse preservado.

Nos últimos anos, Paquetá tem sido uma opção para quem busca lazer e tranquilidade sem se afastar muito da cidade. Conhecida como Ilha dos Amores, a Ilha de Paquetá vem sendo procurada por artistas, poetas e outros adeptos de uma vida mais tranquila e comunitária.

Um dos destaques é a Casa de Artes de Paquetá, inaugurada em 1999 e pioneira nas ações que atualmente movimentam a vida cultural do bairro. A Casa de Artes tem exposições permanentes e temporadas de música clássica, jazz e outros gêneros. O espaço mantém ainda uma Orquestra Jovem, com apoio das leis de incentivo à cultura.

Outra vocação de Paquetá são os programas ao ar livre, em especial no Parque Municipal Darke de Mattos, onde são realizados piqueniques e encontros culturais.

Alguns bares oferecem sessões de cineclube e debates. O Iate Clube de Paquetá tem festas e bailes, com destaque para as festas tipo flashback.

Aos sábados, na Paróquia Senhor Bom Jesus do Monte, momentos com cantoria e serestas são abertas ao público.

A vocação do bairro para o turismo cultural e ambiental ainda comporta a edição de eventos na praia – como torneios de vôlei e futevôlei – e esportes náuticos. E as praias da Guarda, mais popular; e da Moreninha, cenário do romance de Joaquim Manuel de Macedo, que imortalizou Paquetá na memória cultural do povo brasileiro. É também um dos cenários da série A Arma Escarlate, da autora brasileira Renata Ventura, publicada em 2011.

Pontos turísticos[editar | editar código-fonte]

Entre os pontos turísticos da ilha, destacam-se:

  • Parque Darke de Matos
  • Mirante do Morro do Cruz
  • Pedra da Moreninha
  • Praias da Moreninha e da Guarda
  • Casa de José Bonifácio
  • Casa de Artes de Paquetá
  • Ponte da Saudade
  • Baobá "Maria Gorda"

Na internet[editar | editar código-fonte]

No Instagram é possível encontrar páginas voltadas ao turismo da ilha, como a Cariocando na Ilha de Paquetá[5], que reúne notícias, dicas, sugestões, divulgação de produtos e serviços locais para quem mora ou quer visitar.

Esportes[editar | editar código-fonte]

A ilha possui quatro clubes que oferecem atividades esportivas e sociais aos moradores:

Carnaval[editar | editar código-fonte]

Durante o período de Carnaval aumenta o fluxo de turistas à ilha. Diversos blocos carnavalescos locais saem pelas ruas de Paquetá nesta época, como o Bloco do Goró, o Bloco do Camelo, o Bloco da Tartaruga, o Bloco das Piranhas, Fecha Bar, entre outros. Vindos de outros bairros, já iniciando a festa dentro da barca, blocos como Pérola da Guanabara e Boto Marinho também acontecem na ilha. Na rua principal, Furquim Werneck, desfilaram por muitos anos as duas maiores agremiações do bairro: o GRBC Silêncio do Amor e o GRBC Unidos de São Roque.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Dados». portalgeo.rio.rj.gov.br. Consultado em 25 de março de 2012. Arquivado do original em 2 de setembro de 2013 
  2. a b «Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000». www.armazemdedados.rio.rj.gov.br 
  3. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/que_siquinifica_guaratingueta_paqueta.htm
  4. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição. São Paulo. Global. 2005. p. 30.
  5. «Página no Instagram». Instagram. Consultado em 28 de novembro de 2022. Cópia arquivada em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]