O Ópio dos Intelectuais

Raymond Aron

O ópio dos intelectuais é um livro lançado em 1955 pelo francês Raymond Aron (1905-1983), dedicado à crítica do conceito de esquerda e da sua ideologia marxista.[1] A primeira tradução brasileira do original francês foi publicada em 1959, pela Editora Fundo de Cultura, com o título "Mitos e Homens" e em 1980 pela Editora Universidade de Brasília, atualmente a edição que se encontra disponível é a de 2016, pela editora Três Estrelas, de São Paulo[2]

Aron procura em tal livro respostas ao por que o marxismo regressou "à moda" numa França, na qual a evolução económica supostamente tem desmentido as previsões marxistas, do porque as ideologias do proletariado e do partido marxista supostamente teriam mais sucesso quando a classe trabalhadora é menos numerosa e quais seriam as circunstâncias que comandariam, nos diferentes países, as maneiras de falar, de pensar e de agir dos intelectuais? [carece de fontes?]

Para Aron, nenhuma outra doutrina criou no homem, como o marxismo, uma "ilusão da onipotência".[3] Acreditava que o marxismo havia se tornado uma ideologia e, por isso, considerava-o "o ópio dos intelectuais".

Afirma no livro que "as sociedades ocidentais não têm o equivalente ao marxismo-leninismo, seja como base para o regime, seja como fundamento de uma síntese, ou pseudo-síntese, intelectual". Ideologia, segundo Aron, era "uma concepção mais ou menos sistemática da realidade política e histórica de mistura de fatos e valores".

Aron considerava o comunismo "uma versão aviltada da mensagem cristã". Segundo Aron, o comunismo "sacrifica o que foi e continua sendo a alma da aventura definitiva: a liberdade de pesquisa, a liberdade de controvérsia, a liberdade de crítica e de voto do cidadão. Submete o desenvolvimento da economia a um planejamento rigoroso e a edificação socialista a uma ortodoxia de Estado".[4] Aron entendia que "o cristão nunca poderá ser um autêntico comunista, do mesmo modo que o comunista não pode crer em Deus, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, declara que o destino do homem cumpre-se todo inteiro nesta terra. O cristão progressista esconde de si mesmo essa incompatibilidade".

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «"The-Opium-of-the-Intellectuals"». britannica.com (em inglês). Britannica. Consultado em 15 janeiro 2013 
  2. «" O Opio dos intelectuais".». editora3estrelas.folha (em portugues). Três Estrelas. Consultado em 23 maio 2018 
  3. «" Le nouvel opium des intellectuels".». lefigaro.fr (em francês). Le Figaro. Consultado em 15 janeiro 2013 
  4. «"The-Opium-of-the-Intellectuals ".». britannica.com (em inglês). Britannica. Consultado em 15 janeiro 2013 
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