Museu de História Natural de Berlim

Museum für Naturkunde
Museu de História Natural de Berlim
Inauguração 1810 (214 anos)
Website
Geografia
País  Alemanha
Cidade Berlim
Localidade Invalidenstrasse 43, 10115
Coordenadas 52° 31' 48.86" N 13° 22' 45.22" E
Museum für Naturkunde está localizado em: Alemanha
Museum für Naturkunde
Geolocalização no mapa: Alemanha

O Museum für Naturkunde, por vezes chamado de Naturkundemuseum ou Museu Humboldt (oficialmente: Museum für Naturkunde - Leibniz-Institut für Evolutions- und Biodiversitätsforschung),[1] é um museu de história natural localizado em Berlim, Alemanha. O museu abriga mais de 30 milhões de espécimes, dentre zoológicas, paleontológicas e mineralógicas, incluindo mais de dez mil tipos nomenclaturais. O local é famoso por duas exposições mundialmente reconhecidas: o maior dinossauro montado no mundo, o Giraffatitan, e por uma espécime extraordinariamente preservada da primeira ave conhecida, a Archaeopteryx lithographica.[2]

Fundado em 1810, é o maior museu de história natural na Alemanha. As coleções de minerais do museu remontam à Academia de Ciências da Prússia, de 1700. Importantes espécimes zoológicas incluem aquelas recuperadas pela "Expedição Valdiva", realizada em regiões abissais entre 1898 e 1899, pela "Expedição Sul-Polar" (em inglês: Southpolar Expedition) entre 1901 e 1903, e pela "Expedição Sunda", entre 1929 e 1931. Expedições a "camas" de fósseis de Tendaguru, na África Oriental Alemã (atualmente Tanzânia), desenterraram ricos tesouros paleontológicos. As coleções de espécimes são extensas e atraem investigadores de todo o mundo.

Exposições adicionais incluem uma coleção de minerais que representa 75% dos existentes no mundo, uma grande coleção de meteoritos, o maior pedaço de âmbar do mundo; exposições dos atualmente extintos quagga, huia e tigre-da-tasmânia, além do gorila "Bobby", que foi um sucesso de "atração" do Jardim Zoológico de Berlim nos períodos de 1920 e 1930.

Exposições[editar | editar código-fonte]

O Salão do Dinossauro visto da entrada, com o esqueleto de Giraffatitan brancai (anteriormente Brachiosaurus) ao centro.

Desde a reforma do museu em 2007, em um grande salão são explicados os processos de evolução e biodiversidade, enquanto que em várias outras salas há exposições especiais que mudam regularmente.

Salão do Dinossauro[editar | editar código-fonte]

O modelo de Giraffatitan brancai exposto no salão central é o maior esqueleto de dinossauro montado no mundo. Ele é composto de ossos fossilizados recuperados pelo paleontólogo alemão Werner Janensch das "camas" de fósseis de Tendaguru, na Tanzânia, entre 1909 e 1913. Os restos mortais são principalmente de um animal gigantesco, com exceção de alguns ossos da cauda (vértebras caudais) que pertencem a outros animais da mesma espécie e tamanho.

O corpo como o de um dinossauro, a cabeça anexa cheia de dentes, além das asas, das garras e da cauda longa como a de um lagarto, e a clara impressão de penas na pedra ao redor são evidências da ligação entre répteis e aves.

A montagem tem 12,72 m (41 pés e 5 pol) de altura e 22,25 m (73 pés) de comprimento (a partir de 2005). Quando vivo, o herbívoro de cauda longa e de pescoço comprido provavelmente pesava em torno de 23 toneladas.[3][4] Enquanto o Diplodocus carnegiei, montado ao lado dele (uma cópia do original montado no Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh, nos Estados Unidos) é maior em comprimento (27 m ou 90 pés), o espécime de Berlim é mais alto e muito mais maciço.

Archaeopteryx[editar | editar código-fonte]

O espécime de Berlim do Archaeopteryx lithographica está em exibição no salão central de exposições. O Archaeopteryx é um fóssil de transição descoberto em 1861, dois anos depois do lançamento da obra principal de Charles Darwin, A Origem das Espécies, tornando-se o mais famoso fóssil no mundo.

Recuperado da formação geológica de calcário de Solnhofen na Alemanha, em 1871, foi apenas o terceiro Archaeopteryx a ser descoberto e o mais completo. O primeiro espécime, um único exemplar de 150 milhões de anos encontrado em 1860, também está sob a posse do museu.

Salões dos Minerais[editar | editar código-fonte]

A coleção do museu compreende cerca de 250 000 exemplares de minerais, dos quais cerca de 4 500 estão em exposição no Salão dos Minerais.[5][6]

Evolução em ação[editar | editar código-fonte]

Num grande salão são explicados os princípios da evolução. O local foi inaugurado em 2007, após uma grande renovação de partes do edifício.

História[editar | editar código-fonte]

Os minerais expostos no museu eram originalmente parte da coleção dos instrutores da Academia de Mineração de Berlim. A Universidade de Berlim, fundada em 1810, adquiriu a primeira destas coleções em 1814, sob a égide do novo Museu de Mineralogia. Em 1857, o departamento de paleontologia foi fundado, abrindo caminho para a adição dos departamentos de petrografia e geologia geral.

Em 1886, pelo fato de os recintos da Universidade de Berlim não comportarem mais coleções de minerais por falta de espaço, houve a necessidade de se elaborar um projeto para a construção de um novo edifício nas proximidades, na rua Invalidenstrasse 43, onde foi inaugurado como Museu de História Natural, em 1889. O museu foi construído no local de uma antiga siderúrgica e isso se reflete na existência de duas escadas de ferro fundido no interior do edifício.

De particular importância foi a contribuição do primeiro diretor após a mudança para o novo edifício. No passado, o museu simplesmente consistia na exposição dessas coleções, mas Karl Möbius idealizou a divisão entre um espaço de exibição pública com algumas amostras, juntamente com explicações sobre a sua relevância, e o restante da coleção separado em arquivos para estudos científicos.

O Salão dos Minerais no Museu de História Natural de Berlim.

As coleções, porém, foram danificadas pelos bombardeios à Berlim durante a Segunda Guerra Mundial. A ala leste do museu foi severamente danificada na época, sendo que somente em 2011 o local foi reconstruído e atualmente abriga as coleções inteiras de álcool, parcialmente acessíveis ao público.

Em 1993, após o abalo causado pela reunificação da Alemanha, o museu foi dividido em três partes: Institutos de Mineralogia, de Zoologia e de Paleontologia. Contudo, as disputas internas entre os diretores dos Institutos causaram mudanças importantes em 2006, culminando na nomeação de um diretor-geral e a substituição dos antigos Institutos por uma divisão entre coleções, pesquisas e exposições.

Em 1 de janeiro de 2009, o museu se separou oficialmente da Universidade Humboldt e tornou-se um museu de investigação no âmbito da "Associação Leibniz", passando a ser nomeado de Museum für Naturkunde - Leibniz-Institut für Evolutions- und Biodiversitätsforschung (em português: Museu de História Natural - Instituto Leibniz de Pesquisa da Evolução e Biodiversidade). O museu está definido legalmente como uma fundação.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. About us. Museum für Naturkunde Berlin. [cited 11/11/2015].
  2. Novo estudo restaura Archaeopteryx ao grupo das aves. Último Segundo IG. 29/05/2013 [cited 11/11/2015].
  3. Braquiossauro 'emagrece' mais de 50 toneladas em novo estudo. Editora Abril. 06/06/2012 [cited 11/11/2015].
  4. Dinosaurs lighter than previously thought. The University of Manchester: Faculty of Life Sciences. 06/06/2012 [cited 11/11/2015].
  5. Wissenschaft im Paradies – Museum für Naturkunde, Berlin. Süeddeutsche Zeitung. 13/08/2011 [cited 11/11/2015].
  6. Mineraliensammlung am Museum für Naturkunde. Hermann von Helmholtz-Zentrum für Kulturtechnik, Humboldt-Universität zu Berlin. 01/03/2009 [cited 11/11/2015].

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Maier, Gerhard (2003). African Dinosaurs Unearthed: The Tendaguru Expeditions (Life of the Past). Bloomington, Indiana: Indiana University Press. ISBN 978-0-25334-214-0 
  • Olshevsky, George (1991). A Revision of the Parainfraclass Archosauria Cope, 1869, Excluding the Advanced Crocodylia [Mesozoic Meanderings # 2 Series]. San Diego, California: Publications Requiring Research, 1 (4): p. 196 
  • Paul, Gregory S (1988). The Brachiosaur Giants of the Morrison and Tendaguru with a Description of a New Subgenus, Giraffatitan, and a Comparison of the World's Largest Dinosaurs. Boulder, Colorado: Hunteria (Societas Palaeontographica Coloradensis), 2 (3): pp. 1–14. ISSN 0892-3701 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Museu de História Natural de Berlim