Monumentalismo

Monumentalismo é o termo empregue para definir as tendências da arquitetura que, durante o século XX (principalmente na primeira metade), assume como o principal cânone a inspiração e o retorno do classicismo e neoclassicismo. Verte-se pela tendência de promover ou criar obras de arte ou edifícios de grandes proporções.[1] Os críticos dividem a arquitetura em duas principais correntes: o neobarroco e o neoclassicismo simplificado.

Nas culturas em que o desenho era de uma arquitetura modalmente monumental — egípcia, teotihuacana, zapoteca, tiwanakota ou inca —, a espacialidade é estruturada com urbanismos expansivos, de cheios preponderando sobre vazios, localizado sobre extensas ou elevadas superfícies. Nesse urbanismo de constante expansão, percebe-se uma vontade teológica de expressão estética e ânsia de infinita perduração. Tal monumentalidade mostra-se taxativa nas pirâmides do rei Keops e "do Sol" teotihuacana, em que a estética é de concepção metafísica estabelecida para um ideal obsessivo: a eternidade física das formas.[2]

A obra é construída ou talhada em pedra, de espacialidade expansiva e centrífuga: esteticamente, a sua expansão expressiva é rítmica, é concebida desde um ponto central, em que a expansão monumental parte de dentro, centrifugamente, e aberta e itinerante, como é o caso de Karnak, Gizé e Teotihuacan, ou fechada: como no Monte Albán e Machu Picchu, com uma planta racional e simétrica, que figura o estatismo do espaço cerrado.[2]

Neobarroco[editar | editar código-fonte]

Com o neobarroco, retoma-se o século XVIII com a proporção das ordens no devir do colossal, pronunciada pela ornamentação dos frisos. É esta a arquitetura da União Soviética com vários os edifícios dos comités centrais do partido do Leningrado e Kiev. Aqui, assim como noutros lugares, a visão cenográfica do espaço arquitetónico, deve celebrar o regime, sobre a composição planimétrica da construção. O monumentalismo é uma característica do excesso de representação que se enquadra na modalidade neobarroca de aparição espacial, pela "excedência" ou "desmesura".[3]

Referências

  1. «Monumentalismo» (em espanhol). Diclib. Consultado em 16 de junho de 2015 
  2. a b Sondereguer 2006, p. 11
  3. Gonçalves 2004, p. 66

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Gonçalves, Lisbeth Rebollo (2004). Entre cenografias: o museu e a exposição de arte no século XX. [S.l.]: EdUSP. 164 páginas. ISBN 8531408512 
  • Sondereguer, César (2006). Pirámides y templos: de Egipto y América : fundamentos ideológicos, morfoproporcionalidad, crítica estética (em espanhol). [S.l.]: Nobuko. 84 páginas. ISBN 9875840653 
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