Modestino Gonçalves

Senador Estadual
Modestino Gonçalves
Modestino Gonçalves
Senador Estadual
Modestino Gonçalves
Prefeito de Santa Luzia (Minas Gerais)
Período 21 de dezembro de 1930
até junho de 1936
Sucessor(a) Emílio Bernardo Zeymer
Senador Estadual por  Minas Gerais
Período 1925
até 1930
Presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia (Minas Gerais)
Período 1916
até 1930
Dados pessoais
Nascimento 24 de janeiro de 1861
Santa Luzia, MG
Morte 10 de julho de 1941[1]
Belo Horizonte, MG
Progenitores Mãe: Maria Candida de São Camilo
Pai: Antônio Gonçalves Giraldes
Profissão Advogado

Modestino Carlos Gonçalves Moreira (Santa Luzia, 1861 - Belo Horizonte, 1941) foi um político, rábula e oficial da Guarda Nacional Brasileira.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 1861, em Santa Luzia. Era filho do tenente Antônio Gonçalves Giraldes e de sua esposa Maria Candida de São Camilo.[3] Seus pais eram proprietários da Fazenda do Taquaraçu de Baixo, vizinha à Fazenda das Bicas (propriedade de seu avô materno), ambas localizadas em Santa Luzia do Rio das Velhas, termo da vila do Sabará.

Descendia pelo lado paterno de Ana Senhorinha Margarida de São José Ribeiro dos Guimarães, Marquesa de Telles e Duquesa de Faiões, filha do Sargento-Mor Pacheco Ribeiro, que se radicou na região de Sabará no século XVIII. Era membro de uma tradicional família mineira, que enriqueceu com o trabalho escravizado e com a produção agrária.[4][5]

Mesmo sem formação acadêmica, atuou como advogado, na fundação de rábula. Chegou a ser criminalista e promotor público das comarcas de Santa Luzia e Piranga. Era conhecido pela inteligência, ponderação, lucidez, poder de argumentação, memória prodigiosa e amor à causa pública.[6]

Foi casado com Maria Adélia de Araújo Valle, com que teve os filhos Maria Augusta Gonçalves Teixeira, Cecília Gonçalves Diniz, Diva Gonçalves Rocha, Lafontaine Gonçalves, Odillon Gonçalves Moreira, Floriano Peixoto Gonçalves, Lafaiete Gonçalves e Modestino Gonçalves Filho. Faleceu aos 80 anos, em 10 de julho de 1941, em Belo Horizonte, após uma longa enfermidade.

Serviço público[editar | editar código-fonte]

Em 1879, com 18 anos, candidatou-se e foi eleito Conselheiro da Intendência de Lagoa Santa,[7] representando o Partido Liberal. Teve seu primeiro projeto aprovado ao conquistar o apoio de membros do Partido Conservador, possibilitando assim a construção do Chafariz da Intendência.[8]

Entre 1890 e 1891 foi secretário dos engenheiros que estudavam o prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasil até Pirapora,[7] quando foi nomeado secretário da Empresa Viação do Brasil, encarregada da navegação do Rio das Velhas até o Rio São Francisco. Permaneceu no cargo até 1893, quando solicitou exoneração.[8]

Em 1º de junho de 1893 foi nomeado Promotor de Justiça da Comarca de Santa Luzia,[7] cargo que exerceu durante quatro anos. Foi Promotor de Justiça da Comarca de Piranga e, retornando a Santa Luzia em 1897, candidatou-se a presidente e agente executivo da Câmara Municipal.[8] Negociou e obteve empréstimo do governo estadual permitindo a iluminação da cidade de Santa Luzia com energia elétrica, sendo esta gerada pela Usina do Rio Vermelho.

Política[editar | editar código-fonte]

Ingressou no Senado Estadual de Minas Gerais preenchendo a vaga deixada pelo doutor Getúlio Ribeiro de Carvalho, que faleceu no intervalo da 2ª para a 3ª sessão da 9ª legislatura (1923-1926). Em maio de 1925 candidatou-se pela Aliança Liberal e foi eleito para a 10ª legislatura, com mandato até 1934. No entanto, em 1930 o Senado Estadual Mineiro foi extinto, em decorrencia da Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas.

Extinto o Senado Estadual, foi nomeado o primeiro prefeito de Santa Luzia, continuando no cargo por consecutivos mandatos, sendo o principal representante da vertente conservadora da política santaluzense.[4][5] Na época, o município era composto por 14 distritos, que viriam a formar 8 municipios mineiros, depois de processos de emancipação política. Modestino Gonçalves foi responsável pela construção de diversas escolas nesses distritos. Dentre as instituições educativas que construiu, destacam-se:[8]

  • Grupo Escolar “Santa Luzia”, em Santa Luzia – MG;
  • Grupo Escolar “Modestino Gonçalves”, em Santa Luzia – MG;
  • Grupo Escolar “Doutor Lund”, em Vespasiano – MG;
  • Grupo Escolar “Cardeal Arcoverde”, em Jaboticatubas – MG;
  • Grupo Escolar “São José”, em Pedro Leopoldo – MG.

Também foi responsável pela articulação que gerou o estabelecimento da “Fábrica de Tecidos”, em Santa Luzia, impondo uma cláusula determinando que operários locais tivessem preferência como trabalhadores neste novo empreendimento.[9] Trabalhou com Afonso Vaz de Melo, então prefeito da capital, na alocação e construção de uma rodovia ligando a cidade à Belo Horizonte, cujo traçado permanece até os dias atuais e inclui trechos da antiga Estrada de Bicas, abrangendo a atual Avenida das Indústrias.[9]

Precedido por
cargo inexistente
Prefeito de Santa Luzia
19301936
Sucedido por
Emílio Bernardo Zeymer

Homenagens póstumas[editar | editar código-fonte]

Conforme projeto de lei apresentado pelo Deputado Estadual Jorge Ferraz, que gerou a Lei Estadual nº 2764, de 30 de dezembro de 1962,[10] aprovada pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais e sancionada pelo Governador Magalhães Pinto, o antigo distrito de Mercês de Diamantina foi emancipado de Diamantina, passando a denominar-se Senador Modestino Gonçalves.

Referências bibliográficas:[editar | editar código-fonte]

  1. «Jornal do Brasil, 13 julho de 1941». Consultado em 30 de outubro de 2016 
  2. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :4
  3. GOIS MONTEIRO, Norma. «Dicionário Biografico de Minas Gerais – período republicano 1889-1991». Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais (1994). Dicionário Biografico de Minas Gerais – período republicano 1889-1991: 292 
  4. a b «História do Município - CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA LUZIA - MG». www.cmsantaluzia.mg.gov.br. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  5. a b NESP (24 de fevereiro de 2022). «OPINIÃO: Santa Luzia, o perverso modelo de gestão municipal neoliberal para a RMBH». Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas. Consultado em 2 de dezembro de 2023 
  6. ORZIL, Lair (31 de janeiro de 1961). «"O Arco de São João"». Órgão Oficial da Paróquia de São João Batista - Santa Luzia - Minas Gerais 
  7. a b c ORZIL, Lair (15 de fevereiro de 1961). «"O Arco de São José"». Órgão Oficial da Paróquia de São João Batista - Santa Luzia - Minas Gerais 
  8. a b c d ORZIL, Lair (4 de abril de 1961). «"O Arco de São José"». Órgão Oficial da Paróquia de São João Batista - Santa Luzia - Minas Gerais 
  9. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :3
  10. «Leis Estaduais». leisestaduais.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2021