Maurice Béjart

Maurice Béjart
Maurice Béjart
Béjart, em 1988
Nascimento Maurice-Jean Berger
1 de janeiro de 1927
Marselha (França)
Morte 22 de novembro de 2007 (80 anos)
Lausana (Suíça)
Cidadania França, Suíça
Progenitores
Irmão(ã)(s) Alain Béjart
Alma mater
  • Paris Opera Ballet School
Ocupação dançarino, coreógrafo, roteirista, mestre de balé, bailarino, cenógrafo, figurino, designer de iluminação
Prêmios
  • Comendador das Artes e das Letras
  • Grande-Oficial da Ordem da Coroa
  • Grande-Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique
Religião xiismo
Página oficial
http://www.bejart.ch

Maurice Béjart, nome artístico de Maurice-Jean Berger, (Marselha, 1 de Janeiro de 1927Lausana, 22 de Novembro de 2007) foi um dançarino e coreógrafo francês.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fundou em 1953, ao lado de Jean Laurent, Les Ballets de l'Etoile, mais tarde rebatizado de Ballet-Théâtre de Paris. Com o lançamento de seu primeiro grande sucesso, Symphonie pour un homme seul (1955), foi convidado pelo Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas, a criar um balé para seu corpo de baile: assim nasceu sua obra prima. Le Sacre du printemps, em 1959.

Coreografou mais de duzentos balés, a maioria deles para sua própria companhia. Em Bruxelas, Béjart fundou o Balé do Século XX, que por três décadas maravilhou o mundo da dança, até ser transformado, em 1987, no Béjart Ballet Lausanne. Seguidor de culturas orientais, imprimiu em sua obra a marca dos gestos brilhantes com uma produção sensacionalista, muitas vezes com inserção de trechos falados. Seus críticos atacaram os temas filosóficos exagerados e a forma arrogante de utilizar a música. Mesmo assim, atraiu várias estrelas da dança, como Rudolf Nureyev, Maya Pilsetskaya e Suzanne Farrell.

Béjart deu uma nova guinada em 1992 ao extinguir o Béjart Ballet Lausanne e criar um novo grupo, o Mudra, de infraestrutura menor, e com isso por em prática as teorias do centro que fundara em 1970 para pesquisar formas inovadoras de expressão.

Última coreografia[editar | editar código-fonte]

A última coreografia de Maurice Béjart, ainda inacabada e com a duração de 80 minutos, A Volta ao Mundo em 80 Minutos, estreou no dia 20 de Dezembro de 2007, no Teatro Beaulieu, em Lausanne- Suíça.

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Béjard actuou no Coliseu dos Recreios em Lisboa a convite da Fundação Gulbenkian em 6 de Junho de 1968, apresentando o seu espectáculo Romeu e Julieta.

A seguir ao espectáculo subiu ao palco para anunciar a morte do pré-candidato às presidenciais norte-americanas Robert Kennedy, assassinado em Los Angeles. Fez um discurso antiditatorial inflamado e pediu um minuto de silêncio. Conforme se lê no livro A QUEDA DE SALAZAR, de José Pedro Castanheira, António Caeiro e Natal Vaz[1], o público aplaudiu efusivamente esta intervenção de Béjart, fez o minuto de silêncio e por fim rompeu numa ensurdecedora ovação. Natália Thomaz, filha do presidente da República de então, Américo Thomaz, teria também aplaudido, talvez por ingenuidade, até que alguém a convenceu a abandonar o camarote juntamente com dignitários do regime. Nessa noite a PIDE retirou Béjart do Hotel Borges, ao Chiado, e foi abandoná-lo às 3 da manhã no posto fronteiriço luso-espanhol do Caia, de onde seguiu num automóvel da embaixada da Bélgica até Madrid, a fim de apanhar o avião para Bruxelas.

Maurice Béjart voltaria a Portugal em 1974, logo a seguir à revolução do 25 de Abril e voltou a apresentar o mesmo espectáculo "Romeu e Julieta" no Coliseu dos Recreios.

Em 1998, o então Presidente da República Jorge Sampaio condecorou-o com o grau de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Principais obras[editar | editar código-fonte]

Títulos em francês
  • 1955: Symphonie pour un homme seul
  • 1957: Sonate à trois
  • 1958: Orphée
  • 1959: Le Sacre du printemps
  • 1961: Boléro
  • 1964: IXe Symphonie
  • 1966: Roméo et Juliette
  • 1967: Messe pour le temps présent
  • 1968: Bhakti
  • 1972: Nijinski, clown de Dieu
  • 1975: Pli selon pli
  • 1975: Notre Faust
  • 1977: Petrouchka
  • 1980: Eros Thanatos
  • 1982: Wien, Wien, nur du allein
  • 1983: Messe pour le temps futur
  • 1987: Souvenir de Léningrad
  • 1988: Piaf
  • 1989: 1789... et nous
  • 1990: Pyramide
  • 1991: Tod in Wien
  • 1992: La Nuit
  • 1993: M
  • 1995: À propos de Shéhérazade
  • 1997: Le Presbytère...
  • 1999: La Route de la soie
  • 2000: Enfant-roi
  • 2001: Tangos
  • 2001: Manos
  • 2002: Mère Teresa et les enfants du monde
  • 2003: Ciao Federico, em homenagem a Federico Fellini
  • 2006: L'amour de la danse
  • 2006: Zarathoustra
  1. A Queda de Salazar, de José Pedro Castanheira, António Caeiro e Natal Vaz, edições Tinta-da-China, ISBN: 978-989-671-460-4, 2018-19