Mary Douglas

Mary Douglas
Nascimento 28 de novembro de 1921
Sanremo, Itália
Morte 16 de maio de 2007 (86 anos)
Londres, Inglaterra
Nacionalidade Britânica
Ocupação Antropóloga

Mary Douglas (Sanremo, 25 de Março de 1921Londres, 16 de Maio de 2007) foi uma antropóloga britânica.

Vida[editar | editar código-fonte]

Mary Douglas é filha de Gilbert Tew, funcionário do serviço colonial Britânico e sua esposa Phyllis; o nome de solteira era Margaret Mary Tew. Passou a infância em Totnes, sul da Inglaterra.

A área de pesquisa é a de antropologia social. Foi considerada uma seguidora de Émile Durkheim e uma proponente da análise estruturalista, com um grande interesse por religião comparada.

Com 12 anos a mãe morreu e teve que ficar aos cuidados dos avós.[1] Margaret e a irmã foram educadas no colégio católico "Sagrado Coração de Roehampton", distrito a sudoeste de Londres. Entre 1939 e 1943 estudou Filosofia, Ciências Políticas e Economia em Oxford onde foi aluna do antropólogo Evans-Pritchard que exerceu uma grande influência intelectual sobre ela[2].

Mary Douglas rodeada por colegas

Durante a Segunda Guerra trabalhou em um serviço colonial mas retornando a Oxford em 1947, terminou os estudos em 1949 realizando um trabalho antropológico com os Lele, uma tribo africana que vivia na época no Congo Belga; isso a levou à vida da aldeia na região entre o rio Kasai e o rio Loange, onde os Lele viviam à beira do que anteriormente era o Reino Kuba. Por fim, uma guerra civil a impediu de continuar seu trabalho de campo, mas, no entanto, isso levou à primeira publicação de Douglas, The Lele of the Kasai, publicada em 1963.[3][4]

No início dos anos 50 se casou com James Douglas e tiveram três filhos. Durante 25 anos foi professora universitária do Colégio de Londres e depois lecionou nos Estados Unidos por mais 11 anos. Na obra aparecem os temas: análise de risco, economia, economia do consumo e bem-estar, comida e ritual. Muitos dos trabalhos foram tornados populares fora dos círculos antropológicos; o livro Pureza e Perigo se tornou célebre dentro da área. Nele, a antropóloga investiga as palavras e o significado da sujeira em diferentes contextos culturais, demonstrando que o que é considerado sujeira em uma dada sociedade é qualquer questão considerada fora de lugar. Por meio de uma leitura complexa e sofisticada de ritual, religião e estilo de vida, Douglas desafiou as ideias ocidentais de poluição, deixando claro como o contexto e a história social são essenciais.

Apos quatro anos de trabalho (1977-1981) como professora de Estudos Culturais no Instituto Russel Sage de Nova York; mudou para a Universidade Northwestern como professora de Humanidades, produzindo os vínculos entre Teologia e Antropologia. Nesta época, com ajuda do economista Baron Isherwood, publica O mundo dos bens que foi uma obra pioneira na antropologia econômica.

Em 2004 perde o marido e em 16 de maio de 2007 falece em Londres aos 86 anos, por complicações associadas a um câncer.

Escritos[editar | editar código-fonte]

Em inglês

  • The Lele of kasai (1963)
  • Purity and Danger: An Analisys of Concepts of Pollution an Taboo (1966) (edição em português: Pureza e perigo)
  • Natural Symbols: Exploration in Cosmology (1970)
  • Rules and Meanings. The Anthropology of Everyday Knowledge: Selected Readings (1973)
  • Implicit meanings: Essays in Anthropology (1975)
  • The World of Goods: An Anthropological Approach of the Theory of Consuption, em coautoria com Baron Isherwood (1976)
  • Risk and Cultura: An Essay on the Selection of Technological and Environmental Danger (1982), em coautoria com Aaron Wildalwsky
  • How Institutions Think (1986)
  • Missing persons: a critique of the social sciences (1988) with Steven Ney
  • Risk and Blame: Essays in Cultural Theory (1992)
  • Thought styles: Critical essays on good taste (1996)
  • Leviticus as Literature (1999)
  • In the Wilderness: The Doctrine of Defilement in the Book of Numbers (2001)
  • Constructive Drinking: Perspectives on Drink from Anthropology (2002)
  • Jacob's Tears: The Priestly Work of Reconciliation (2004)
  • Thinking in Circles (2007)

Em português

Livros

  • Levítico como literatura. São Paulo: Ed. Loyola, 2019.
  • O mundo dos bens - para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2013. ISBN 978-8571083738
  • Risco e cultura: um ensaio sobre a seleção de riscos tecnológicos e ambientais.Rio de Janeiro: Campus, 2012. ISBN 9788535255669
  • Como as instituições pensam. São Paulo: EDUSP, 2007. ISBN 978-8531404559
  • As lágrimas de Jacó - o trabalho sacerdotal da reconciliação. São Paulo: Ed. Loyola, 2010.
  • Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva. ISBN 9788527309080

Artigos

Referências

  1. ROCHA, Everardo; FRID, Marina (2015). «Mary Douglas (1921- 2007)». Os antropólogos. de Edward Tylor a Pierre Clastres. Rio de Janeiro/Petrópolis: PUC RIO/Vozes. pp. p.225 
  2. Oliveira, Janaina de; Casagrande, Natalia; Jardim, Maria A. Chaves (2012). «Homenagem: Mary Douglas». REDD – Revista Espaço de Diálogo e Desconexão (2). ISSN 1984-1736. doi:10.32760/1984-1736/REDD/2012.v4i2.5175. Consultado em 31 de dezembro de 2020 
  3. Tambascia, Christiano Key (5 de fevereiro de 2010). «Recontando Mary Douglas: metodologias de pesquisa para análise de uma trajetória intelectual». Revista Espaço Acadêmico (106): 36–41. ISSN 1519-6186. Consultado em 31 de dezembro de 2020 
  4. Fardon, Richard. (2004). Mary Douglas : uma biografia intelectual. Rio de Janeiro (RJ): UFRJ. OCLC 817967173 
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) antropólogo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.