Marca de Hachberg-Sausenberg



Markgrafschaft Hachberg-Sausenberg
Marca de Hachberg-Sausenberg [1]

Estado Vassalo
(Sacro Império Romano-Germânico)


1306 – 1505

Brasão de armas de Hachberg-Sausenberg

Brasão de armas



Localização de Hachberg-Sausenberg
Localização de Hachberg-Sausenberg
Marca de Hachberg-Sausenberg
Continente Europa
Região Europa Central
Capital Não especificada
Governo Monarquia
Marquês
 • 1306-1313 Rodolfo I de Hachberg-Sausenberg
 • 1487-1503 Filipe de Hachberg-Sausenberg
Período histórico Idade Média
 • 1306 Fundação por Rodolfo I de Hachberg-Sausenberg
 • 1505 integrado na Marca de Baden

A Marca de Hachberg-Sausenberg[2] foi constituída em 1306 pela divisão da Marca de Baden-Hachberg. Henrique III e o seu irmão mais novo Rodolfo I, que até 1306 reinaram conjuntamente em Baden-Hachberg, dividiram a herança paterna, ficando Henrique, o mais velho, como marquês de Baden-Hachberg, e Rodolfo como marquês de Hachberg-Sausenberg.

O novo estado durou até 1503, ano em que o último marquês, Filipe, morreu sem descendência masculina, sendo o território herdado pela linha senior da Casa de Baden.

História[editar | editar código-fonte]

A partilha de 1306[editar | editar código-fonte]

Sausenburg (Reconstituição)

Após a morte do marquês Henrique II de Baden-Hachberg em 1289, os dois filhos, Henrique III e Rodolfo I governaram conjuntamente a herança paterna. Mas, em 1306, decidiram partilhar os estados e, enquanto Henrique III deu continuidade à linha principal em Hachberg, Rodolfo recebeu o Senhorio de Sausenberg, mais a sul (e que fora adquirido em 1232 ao mosteiro de St. Blasien), iniciando a nova linha de marqueses de Hachberg-Sausenberg. Também os Bailiados de Bürgeln, Sitzenkirch e Weitenau, localidades na Floresta Negra, tinham pertencido ao Mosteiro de St. Blasien[3]. Os marqueses instalaram-se no castelo de Sausenburg, construído ante de 1246 para proteger os territórios recém adquiridos.

A herança de Röttlen (1315)[editar | editar código-fonte]

O castelo de Rötteln.

Por volta de 1298/99, Rodolfo I casou-se com a herdeira de Otão, Senhor de Rötteln e, em 1311, tornou-se co-governante do senhorio de Rötteln. Rodolfo I morreu antes de Lüthold II de Rötteln, pelo que, quando este morreu (1316) foi o filho mais velho de Rodolfo, Hemrique que herdou todo o território.[4]

Nessa altura, a base dos marqueses passou de Sausenburg para o castelo de Rötteln, local de maior importância.

Aquisição de Badenweiler (1444)[editar | editar código-fonte]

Brasão de Armas do Senhorio de Badenweiler.

O conde João de Friburgo-Neuchâtel, o último da família dos Condes de Friburgo que também governava o condado Soberano de Neuchâtel, teve seis filhos, mas todos morreram na infância.[5] Assim, cedeu o Senhorio de Badenweiler com os castelos de Baden e de Neuenfels, aos seus sobrinhos Rodolfo IV e Hugo de Hachberg-Sausenberg.

Castelo de Neuchâtel, na Suica.

Os territórios de Rötteln, Hachberg-Sausenberg e Badenweiler passaram a formar a denominada Markgräflerland, um território contínuo a sul de Friburgo, cidade na Brisgóvia, e a norte de Basileia. Em 1447, João conde de Friburgo, também transferiu para Rodolfo o seu Condado de Neuchâtel (na Suíça). Após a sua morte, ocorrida a 19 de fevereiro de 1458, Rodolfo herdou outros domínios no Condado Livre da Borgonha.

A integração na Marca de Baden (1503)[editar | editar código-fonte]

A marca de Hachberg-Sausenberg foi herdada pela linha principal da Casa de Baden em 1503 devido a um tratado de herança recíproca entre o marquês Filipe de Hachberg-Sausenberg e o marquês Cristóvão I de Baden sendo, então, integrada na Marca de Baden.

O pai de Filipe, Rodolfo IV, já iniciara negociações com os seus primos da linha senior e Filipe concluiu as negociações a 31 de agosto de 1490 com Cristóvão I. O contrato fico conhecido por “Acordo de Rötteln” (em alemão: "Röttelsches Gemächte") [6].

A razão deste tratado prendia-se com o casamento do filho de Cristóvão I, Filipe de Baden, com a filha herdeira de Filipe Hachberg-Sausenberg, Joana. No entanto, este casamento não se veio a realizar dada a pressão política do rei francês. [7]

Joana (1485-1543) herdou o condado soberano de Neuchâtel após a morte do pai casando-se com o nobre francês Luís I de Orleães-Longueville, que também se autodenominava marquês de Rothelin[8]. Após a morte de Joana (1543), o seu filho Francisco continuou a intitular-se marquês de Rothelin e um neto com o mesmo nome fundou o ramo bastardo dos Orleães-Rothelin.

Quer Joana quer a Casa Orleães-Longueville tentaram contestar o acordo de herança entre Cristóvão I de Baden e Filipe, pedindo apoio às cidades de Solothurn, Lucerna, Friburgo e Berna. A disputa viria a ser resolvida em 1581 com o pagamento de 225.000 florins pela Casa de Baden aos Orleães-Longueville.

Brasão dos Hachberg-Sausenberg.

Território[editar | editar código-fonte]

De 1447 até 1503 os Marqueses de Hachberg-Sausenberg reinaram também no Condado soberano de Neuchâtel que não era parte da Marca.

Brasão de Armas[editar | editar código-fonte]

Como linha colateral da Casa de Baden, os marqueses de Hachberg-Sausenberg usaram as armas dos Marqueses de Baden, que é "uma banda de gules em campo de ouro".

Enquanto o timbre da linha principal consistia em chifres de búfalo adornados com ramos de tília, para diferenciar, as linhas secundárias de Baden-Hachberg e de Hachberg-Sausenberg usavam como timbre os chifres de ibex.[9]

Castelos dos Hachberg-Sausenberg[editar | editar código-fonte]

Lista dos Marqueses[editar | editar código-fonte]

  • 1306-1313: Rodolfo I, reinou com o irmão mais velho, Henrique em Baden-Hachberg; em 1306 ele e o irmão partilharam os estados e Rodolfo ficou com Hachberg-Sausenberg, de que foi o 1º marquês.
  • 1313-1318: Henrique, filho mais velho do anterior;
  • 1318-1384: Otão, irmão do anterior a quem sucedeu com outro irmão, Rodolfo II e, após a morte deste último, com o sobrinho, Rodolfo III.
  • 1318-1352: Rodolfo II, irmão do anterior, com quem partilhou o goveno.
  • 1352-1428: Rodolfo III, filho do anterior, reinou com o tio Otão até 1384 e, depois, sozinho.
  • 1428-1441: Guilherme, filho do anterior.
  • 1441-1487: Rodolfo IV, filho do anterior.
  • 1441-1444: Hugo, irmão do anterior.
  • 1487-1503: Filipe, filho de Rodolfo IV. Serviu o duque de Borgonha Carlos, o Temerário e, depois, os reis de França Carlos VIII e Luís XII que lhe atribuíram uma Lettre de naturalité como súbdito francês. Os seus estados foram herdados pelo parente mais próximo, o marquês Cristóvão I de Baden-Baden que, assim, unificou todo o Baden.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Existem autores que designam a marca como "Baden-Hachberg-Sausenberg" mas, seja pela extensão, seja pelas referências historiográficas, perdurou apenas "Hachberg-Sausenberg"
  2. a diferente grafia para Sausenburg/Sausenberg é explicada na obra de Albert Krieger, Topographisches Wörterbuch des Großherzogtums Baden. Vol. 2, quadros 799–800, Documento online da Universidade de Heidelberga
  3. Hans Jakob Wörner: Das Markgräflerland – Bemerkungen zu seinem geschichtlichen Werdegang. In: Das Markgräflerland 2/1994 (Jubiläumsband), Pág. 58–59
  4. Fritz Schülin: Rötteln-Haagen, Beiträge zur Orts-, Landschafts- und Siedlungsgeschichte, Lörrach, 1965; Pág. 65.
  5. Hans Jakob Wörner, Das Markgräflerland – Bemerkungen zu seinem geschichtlichen Werdegang, in: Das Markgräflerland, Edição 2/1994, Pág. 63, Schopfheim, 1994
  6. Johannes Staub: Der Erbvertrag zwischen Markgraf Christoph I. von Baden und Markgraf Philipp von Hachberg vom 31. Aug. 1490. In: Das Markgräflerland, edição 1/1991. Schopfheim, 1991
  7. Karl Seith: Die Burg Rötteln im Wandel ihrer Herrengeschlechter, Ein Beitrag zur Geschichte und Baugeschichte der Burg, Sonderdruck herausgegeben vom Röttelbund e.V., Haagen, o. O.; O.J., S. 28
  8. em alemão: Rötteln
  9. Karl von Neuenstein: Das Wappen des Grossherzoglichen Hauses Baden in seiner geschichtlichen Entwicklung verbunden mit genealogischen Notizen, Karlsruhe, 1892, Pág. 70 Documento online

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (em alemão) Hans Jakob Wörner, Das Markgräflerland – Bemerkungen zu seinem geschichtlichen Werdegang. In: Das Markgräflerland]], Edição 2/1994, Pág. 56–69, Documento online da Universidade de Friburgo;
  • (em alemão) Johann Christian Sachs, Einleitung in die Geschichte der Marggravschaft und des marggrävlichen altfürstlichen Hauses Baden, Parte I, Editora Lotter, Karlsruhe, 1764, Pág. 476–588, Livros Google, Pág. 476;
  • (em alemão), Johannes Staub, Der Erbvertrag zwischen Markgraf Christoph I. von Baden und Markgraf Philipp von Hachberg vom 31. Aug. 1490. In: Das Markgräflerland, Edição 1/1991; Pág. 93–103, Documento online da Universidade de Friburgo;
  • (em alemão) August Huber, Über Basels Anteil am Röteler Erbfolgestreit im Jahre 1503. In: Basler Zeitschrift für Geschichte und Altertumskunde, Vol. 4, 1905, Documento online da ETH Zürich;
  • (em alemão) Thomas Alfried Leger, Hochberg, Hachberg. In: A.G. Hoffmann: Allgemeine Encyklopädie der Wissenschaften und Künste, Zweite Section, Parte IX, Leipzig, 1832, Pág. 117–129, Livros Google;
  • (em alemão) Regesten der Markgrafen von Baden und Hachberg 1050–1515, edição da Badischen Historischen Commission” coordenada por Richard Fester, Innsbruck 1892, Pág. h9–h116, Documento online;
  • (em alemão) Heinrich Witte, Regesten der Markgrafen von Baden und Hachberg, 1050–1515., Vol. 2, Markgrafen von Hachberg 1422–1503. Innsbruck, 1901, 1. + 2., período 1422–1444. Pág. 1–160; Documnto online;
  • (em alemão) Karl Seith, Die Burg Rötteln im Wandel ihrer Herrengeschlechter, Ein Beitrag zur Geschichte und Baugeschichte der Burg. In: Das Markgräflerland, 3. Jahrgang, Edição 1, 1931, Pág. 1–29, Documento online da Universidade de Friburgo;
  • (em alemão) Hansmartin Schwarzmaier, Baden In: Meinrad Schaab, Hansmartin Schwarzmaier (Hrsg.) u. a.: Handbuch der baden-württembergischen Geschichte. Vol. 2: Die Territorien im alten Reich., edição da Kommission für geschichtliche Landeskunde in Baden-Württemberg, editores Klett-Cotta, Estugarda, 1995, ISBN 3-608-91466-8, Pág. 194–196.