Música minimalista

Nas últimas três décadas o termo minimalismo foi usado para eventualmente referir-se à produção musical que reúne as seguintes características: repetição frequentemente de pequenos trechos, com pequenas variações através de grandes períodos de tempo ou estaticidade na forma de tons executados durante um longo tempo; ritmos quase hipnóticos. É frequentemente associada (e inseparável) da composição na música eletrônica. Esta conexão é provavelmente uma das razões que fazem com que compositores chamados minimalistas não se sintam à vontade com o termo. Philip Glass (talvez o mais popular compositor entre aqueles chamados minimalistas), cujo grupo inicialmente apresentou-se em galerias de arte nas quais seus amigos (artistas minimalistas) expunham, chegou a dizer que "Aquela palavra [minimalismo] deveria ser extinta" (That word should be stamped out!).

Além de Philip Glass, Steve Reich, Arvo Part, John Coolidge Adams são os mais famosos compositores minimalistas.

História[editar | editar código-fonte]

A música minimalista é um género originário dos Estados Unidos da América e que se cataloga como experimental ou downtown. Terá origens na década de 1960 e é baseada na harmonia consonante, em pulsações constantes, no estático ou nas lentas transformações, muitas vezes na reiteração das frases musicais em pequenas unidades como figuras, motivos e células. Este movimento começou como movimento underground nos espaços alternativos de San Francisco e logo se fez ouvir nos ambientes dos lofts de Nova Iorque. O minimalismo musical expandiu-se até ser o estilo mais popular da música experimental do século XX. Inicialmente chegou a envolver dezenas de compositores, apesar de que só quatro deles terão alcançado relevância - Terry Riley, Steve Reich, Philip Glass, e, com menos visibilidade mas muita originalidade, La Monte Young. Na Europa os seus maiores exponentes são Louis Andriessen, Karel Goeyvaerts, Michael Nyman, Stefano Ianne, Gavin Bryars, Steve Martland, Henryk Górecki, Arvo Pärt, Wim Mertens e John Tavener.

A palavra "minimalista" foi empregada pela primeira vez em 1968 numa referência à obra de Michael Nyman numa crítica sobre a sua peça Cornelius Cardew, do álbum The Great Digest. Nyman posteriormente alargou a sua definição de minimalismo na música no seu livro de 1974 Experimental Music: Cage and Beyond. Tom Johnson, um dos poucos que se autoreconhece como minimalista no campo da música, reclama ser um dos poucos compositores que a usar esta categoria ao analisar The Village Voice.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bernard, Jonathan W. 1993. "The Minimalist Aesthetic in the Plastic Arts and in Music". Perspectives of New Music 31, no. 1 (Winter): 86–132.
  • Bernard, Jonathan W. 2003. "Minimalism, Postminimalism, and the Resurgence of Tonality in Recent American Music". American Music 21, no. 1 (Spring): 112–33.
  • Cope, David (1997). Techniques of the Contemporary Composer, p. 216. New York, New York: Schirmer Books. ISBN 0028647378.
  • Fink, Robert (2005). Repeating Ourselves: American Minimal Music as Cultural Practice. Berkeley: University of California Press. ISBN 0520240367. ISBN 0520245504.
  • Gann, Kyle (1997). American Music in the Twentieth Century. Schirmer. ISBN 002864655X.
  • Gann, Kyle (1987). "Let X = X: Minimalism vs. Serialism." Village Voice (24 February): 76.
  • Gann, Kyle (2006). Music Downtown: Writings from the Village Voice. University of California Press. ISBN 0520229827.
  • Gotte, Ulli (2000). Minimal Music: Geschichte, Asthetik, Umfeld. Taschenbucher zur Musikwissenschaft, 138. Wilhelmshaven: Noetzel. ISBN 3795907772.
  • Johnson, Timothy A. 1994. "Minimalism: Aesthetic, Style, or Technique? " Musical Quarterly 78, no. 4 (Winter): 742–73.
  • Johnson, Tom (1989). The Voice of New Music: New York City 1972-1982 – A Collection of Articles Originally Published by the Village Voice. Eindhoven, Netherlands: Het Apollohuis. ISBN 90-71638-09-X.
  • Linke, Ulrich (1997). Minimal Music: Dimensionen eines Begriffs. Folkwang-Texte Bd. 13. Essen, Germany: Die blaue Eule. ISBN 3892068119.
  • Lovisa, Fabian R. (1996). Minimal-music: Entwicklung, Komponisten, Werke. Darmstadt, Germany: Wissenschaftliche Buchgesellschaft.
  • MacDonald, Ian. (2003) "The People's Music". Pimlico Publishing, London. UK ISBN 1844130932.
  • Mertens, Wim. 1983. American Minimal Music: La Monte Young, Terry Riley, Steve Reich, Philip Glass. Translated by J. Hautekiet; preface by Michael Nyman. London: Kahn & Averill; New York: Alexander Broude. (Translation of Amerikaanse repetitieve muziek.) ISBN 0900707763
  • Nyman, Michael, Experimental Music: Cage and Beyond, 1974, Studio Vista ISBN 0289701821; reprinted 1999 by Cambridge University Press. ISBN 0521653835.
  • Potter, Keith (2000). Four Musical Minimalists: La Monte Young, Terry Riley, Steve Reich, Philip Glass. Music in the Twentieth Century series. Cambridge, UK; New York: Cambridge University Press. ISBN 052148250X.
  • Schwarz, K. Robert (1996). Minimalists. 20th Century Composers series. London: Phaidon. ISBN 0714833819.
  • Strickland, Edward (2000). Minimalism: Origins. Bloomington: Indiana University Press. Corrected and somewhat revised version of the original 1993 hardback edition. ISBN 0253213886.
  • Sweeney-Turner, Steve (1995). "Weariness and Slackening in the Miserably Proliferating Field of Posts." Musical Times 136, no. 1833 (Nov.): 599–601.

Leituras especializadas[editar | editar código-fonte]

  • Mertens, Wim (1980/1983/1988). American Minimal Music, trans. J. Hautekiet. ISBN 0-912483-15-6. "Still stands as the single extended culture-critical treatment of American minimalism" (Fink 2005, p. 5).
Ícone de esboço Este artigo sobre música é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.