Judeia (província romana)

Judeia
Localização da província (em destaque) no Império Romano.
Anexada em: 6 d.C.
Imperador romano: Augusto
Capital: Cesareia
Fronteiras (províncias): Síria e Arábia
Correspondência actual: Israel

Judeia (Iudaea) foi a província do Império Romano, que se estabeleceu no território do Oriente Médio habitado e governado anteriormente pelos judeus.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O Reino Selêucida da Síria, ao impor a helenização forçada dos judeus, provocou uma violenta reação armada por parte das facções mais conservadoras da sociedade.

Em 142 a.C., a Judeia recuperou a independência sob a dinastia dos Asmoneus (ver Macabeus). Durante o século I, começou a manifestar-se de forma crescente o intervencionismo de Roma a pretexto de estabilizar politicamente a região.

Em 63 a.C., o general Pompeu conquistou a Judeia a civilização romana aos judeus e anexou o território ao domínio romano. Entre 63 a.C. e 6 d.C., foi um principado vassalo de Roma.[1]

Em 40 a.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado "rei da Judeia" pelos cônsules Otaviano e Marco António. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos do país. A Judeia foi então invadida pelos partas, porém Herodes obteve ajuda das legiões romanas que expulsaram os invasores.

Herodes tornou-se rei efetivamente em 37 a.C., com a conquista da cidade de Jerusalém. Grande admirador da cultura greco-romana (ver Período helenístico), o rei Herodes lançou um audacioso programa de construções, que incluía as cidades de Cesareia e Sebástia e as fortalezas em Heródio e Massada. Ele também reformou o Templo, transformando-o num dos mais magníficos edifícios da época. Após a morte de Herodes, o território foi dividido em três principados entre os seus filhos: Arquelau, Herodes Antipas e Filipe.

Sobre a tributação dos romanos, calçada no rendimento dos camponeses. A punição por não entregar ou piquetes contra a recolha dos impostos era severa, algumas repressões geravam mortes , A resistência contra os imposto ocorreu de várias maneiras, desde emboscada a caravanas do governo da região, resistência passiva de ficarem na frente das casas, até a não colheita em suas terras.[1]

A partir de 6 d.C., tornou-se uma província romana sob jurisdição parcial do governador da Síria. A administração do território foi entregue a governadores romanos da ordem equestre, chamados de prefeitos. Mais tarde, foram também chamados de procuradores. Arquelau foi chamado a Roma e partiu para o exílio.

À proporção que aumentava a opressão romana sobre os judeus, crescia a insatisfação, que se manifestava por revoltas esporádicas, até que rompeu uma revolta total, em 66 d.C. As legiões romanas, lideradas pelo general Tito, superiores em número e armamento, conquistaram a Judeia e arrasaram a cidade de Jerusalém e seu templo, em 70 d.C., e posteriormente, tomaram a última fortaleza judaica - Massada, em 73 d.C.

Um último breve período de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu à revolta de Simão Barcoquebas, em 132 d.C., quando Jerusalém e a Judeia foram reconquistadas. Três anos depois, o imperador Adriano decidiu rebaptizar a Judeia de Palestina e a Jerusalém foi dado o nome de Élia Capitolina. Grande parte da população foi então massacrada e os sobreviventes tiveram que emigrar, no início da dispersão pelo mundo ou diáspora.

Ao adoptar o cristianismo como religião oficial do império, Roma dispensou especial proteção ao território que a partir de então começou a ser considerado como a "Terra Santa". A cidade de Jerusalém voltou a florescer e transformou-se em importante centro de peregrinação, ao qual afluíam habitantes de todas as regiões do império. Construíram-se basílicas notáveis e a cidade foi embelezada pelos imperadores bizantinos, sob cuja jurisdição ficou a Palestina após a divisão do império, no ano de 395 d.C.. Em 611 d.C., registrou-se a invasão dos sassânidas, que ao fim de 3 anos, conquistam Jerusalém e destruíram todas as igrejas da cidade. Em 628 d.C., o imperador bizantino Heráclio recuperou a Terra Santa.

Geografia política[editar | editar código-fonte]

Quando foi conquistada por Pompeu, as terras dos judeus não se tornaram, imediatamente, uma unidade administrativa do Império Romano, guardando uma certa autonomia, ainda que governada por monarcas politicamente subordinados a Roma, um dos quais foi Herodes, que reinou de 37 a.C. a 4 d.C.

Após a sua morte, a Judeia passou a designar os domínios do etnarca Herodes Arquelau, que abrangiam a Judeia propriamente dita (a Judá, dos tempos davídicos), a Samaria e a Idumeia. Com a deposição de Arquelau, tornou-se a província romana da Judeia, governada por prefeitos (praefectus) nomeados pelo imperador romano, e vinculada à província da Síria.

Nos tempos de Herodes Agripa I, ocorreu a reunificação, e o Reino da Judeia voltou a ser o conjunto de territórios da época de Herodes.

Após a grande revolta de 68-70, desapareceu qualquer resquício de autonomia, passando todos esses territórios a constituirem a província romana da Judeia, desvinculada da província da Síria, e administrada por procuradores imperiais.

Eventos posteriores[editar | editar código-fonte]

Por último, após a revolta de 132-135, seu nome foi trocado para Síria Palestina. Passados dois séculos e meio, em 395 d.C., o Império Romano foi dividido pelo imperador Teodósio em duas partes: Ocidental e Oriental. No ano 637 d.C., a Judeia sofreu invasões dos árabes sarracenos comandados pelo califa Omar que conquistaram toda a Palestina bizantina e passaram a controlá-la durante séculos.

Governadores[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de governadores da Judeia

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  1. a b ARMSTRONG, Karen (2014). Campos de sangue religião e a história da violência. São Paulo: Companhia das letras