João Augusto Amaral Gurgel

João Augusto Amaral Gurgel
João Augusto Amaral Gurgel
Nome completo João Augusto Conrado do Amaral Gurgel
Nascimento 26 de março de 1926
Franca, SP
Morte 30 de janeiro de 2009 (82 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Ocupação engenheiro, empresário

João Augusto Conrado do Amaral Gurgel (Franca, 26 de março de 1926São Paulo, 30 de janeiro de 2009) foi um engenheiro e industrial brasileiro do ramo automobilístico. Ele montou em 1969 a fábrica Gurgel, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Romeu do Amaral Gurgel e Maria H. Conrado, foi casado com Carolina Barbosa e teve três filhos: Fernando Barbosa do Amaral Gurgel,[1] Maria Cristina Barbosa do Amaral Gurgel e Maria.

O empresário[editar | editar código-fonte]

Desde sua juventude, sonhava em fazer um carro brasileiro, tanto que em sua formatura da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, apresentou um pequeno veículo de dois cilindros, batizado Tião.[2] Como projeto pedido foi um guindaste, quase é reprovado. Ouviu então de seu professor: "carro não se fabrica, Gurgel, se compra".

Pós-graduado nos Estados Unidos, trabalhou na Buick Motor Corporation e na General Motors Truck and Coach Corporation.

Em 1958, criou a Moplast Moldagem de Plásticos e começou a desenvolver projetos próprios, tornando-se fornecedor de luminosos para diversas empresas brasileiras.

Em 1964 João Augusto se desligou da Moplast e abriu, ainda em São Paulo, a Macan Indústria e Comércio Ltda., revenda Volkswagen que também fabricava karts, mini-carros infantis e um transportador industrial para movimentação de cargas em fábricas e aeroportos, denominado Mocar.[3] Pouco depois, em 1 de setembro de 1969, fundou a Gurgel Indústria e Comércio de Veículos Ltda., ainda em São Paulo.

Sua carreira foi marcada pela busca do desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais, utilizando capital igualmente nacional. Característica marcante nos veículos fabricados por sua empresa eram as suas carrocerias de fibra de vidro.

Gurgel era contrário ao uso do álcool de cana-de-açúcar como combustível. Ainda assim, produziu alguns (poucos) carros com motor a álcool. Na grande maioria os veículos da sua marca eram movidos a gasolina. Segundo ele, a terra deve produzir alimentos e não combustíveis.

Morte[editar | editar código-fonte]

Sofrendo do mal de Alzheimer havia oito anos, João Gurgel morreu no dia 30 de janeiro de 2009, aos 82 anos, na sua casa, na cidade de São Paulo (SP).[4][5]

Gurgel Motores[editar | editar código-fonte]

BR-800, fabricado pela Gurgel
Gurgel Itaipu E150

Fundada em 1969, na cidade de Rio Claro, a Gurgel Motores S/A foi a concretização de seus sonho. A partir de 1972 passou a dedicar-se à produção de veículos especiais e em 1975, começaram a ser produzidos os primeiros veículos utilitários tipo fora de estrada da marca Gurgel, marca que em 1981 lançou o primeiro veículo elétrico da América Latina, o Itaipu E-500.

Idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o Gurgel BR-800, dizia que sua empresa era "muitonacional" ao contrário das demais multinacionais.

A Gurgel fechou as portas no final de 1996, por questões financeiras e derrotada pelas grandes multinacionais devido a abertura econômica do país.

Gurgel X-12 Tocantins

Polêmicas[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2004, o empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu a marca Gurgel, já que o registro encontrava-se expirado no INPI desde 2003. No processo de aquisição, o empresário desembolsou o valor de R$ 850,00. A família Gurgel não foi consultada e por isso decidiu mover uma ação judicial contra Paulo Emílio.[6]

“Não sei se tenho pena ou raiva desse Lemos”, disse Maria Cristina, filha de João Gurgel. Na mesma matéria Lemos diz: “a família deveria estar agradecida por ele ter resgatado o nome”.[6]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um sonho forjado em fibra. São Paulo: Editora Labortexto, 2004. ISBN 8587917161
  • CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um brasileiro de fibra. São Paulo: Editora Alaúde, 2008. ISBN 8598497940

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Folha de S.Paulo - Economia: Falida, Gurgel vai a leilão por R$ 20 mi - 28/01/2001». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2024 
  2. «Best Cars Web Site - Carros do Passado - Gurgel». www1.uol.com.br. Consultado em 26 de março de 2021 
  3. «GURGEL (i)». Lexicar Brasil. 31 de janeiro de 2015. Consultado em 26 de março de 2021 
  4. Dono da extinta fábrica de carros Gurgel morre em São Paulo. Folha Online. 31/01/2009.
  5. Dono da extinta fábrica Gurgel será sepultado neste sábado. Estadão. 31/01/2009.
  6. a b Istoedinheiro Arquivado em 2 de maio de 2013, no Wayback Machine. - Que Gurgel é esse? Empresário registra o nome da falida montadora à revelia da família Gurgel. A briga vai parar na Justiça. (Site acessado em 25 de Maio de 2010).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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