Hortus conclusus

Martin Schongauer, Virgem do Rosal, 1473

Hortus conclusus é um termo em latim, que significa literalmente ¨jardim fechado¨. Ambas as palavras em hortus conclusus se referem linguisticamente ao cercado[1]. Descreve um tipo de jardim que foi fechado como uma preocupação prática, um tema importante na história da jardinagem, onde jardins murados eram e são comuns[2]. O quarto do jardim é uma característica semelhante, geralmente menos completamente fechada.

Tendo raízes no Cântico dos Cânticos nas escrituras hebraicas, o termo hortus conclusus tem sido aplicado de forma importante como um atributo emblemático e um título da Virgem Maria na poesia e arte medieval e renascentista, aparecendo pela primeira vez em pinturas e iluminuras de manuscritos por volta de 1330.

A Virgem Maria como Hortus Conclusus[editar | editar código-fonte]

Anunciação - Museu Nacional de São Marcos, Florença

A expressão hortus conclusus é derivada do Cântico dos Cânticos (também chamado de Cantares de Salomão) 4:12 da Bíblia Vulgata, em latim: Hortus conclusus soror mea, sponsa, hortus conclusus, fons signatus (Um jardim fechado é minha irmã, minha esposa; um jardim fechado, uma fonte selada),

Isto abastece a cultura linguística compartilhada do Cristianismo, expressa em homilias que explicam o Cântico dos Cânticos como alegoria, onde a imagem da canção nupcial do Rei Salomão para sua noiva foi reinterpretada como o amor e a união entre Cristo e a Igreja, o casamento místico com a Igreja como a Noiva de Cristo. em A passagem Tu és toda formosa, meu amor, e em ti não há mancha do Cântico dos Cânticos (4:7) também foi considerada uma confirmação escriturística da doutrina em desenvolvimento e ainda controversa da Imaculada Conceição de Maria - nascida sem o Pecado Originalmacula¨ é latim para ¨mancha¨).

A tradição cristã afirma que Jesus Cristo foi concebido em Maria milagrosamente e sem interromper sua virgindade pelo Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Como tal, Maria na arte medieval e renascentista tardia, ilustrando a doutrina de longa data da virgindade perpétua de Maria, bem como a Imaculada Conceição, foi mostrada dentro ou perto de um jardim murado ou quintal. Tratava-se de uma representação de seu ventre "fechado", que deveria permanecer intocado, e também de estar protegida, como por uma parede, do pecado. No Breviário Grimani, rótulos de rolagem identificam os objetos emblemáticos da Imaculada Conceição: o jardim fechado (hortus conclusus), o cedro alto (cedrus exalta), o poço de águas vivas (puteus aquarum viventium), a oliveira (oliva speciosa), a fonte do jardim (fons hortorum), a roseira (plantatio rosae).

Leitura Adicional[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Clifford, A History of Garden design, (New York:Praeger) 1963:17.
  2. Rob Aben and Saskia de Wit, The Enclosed Garden: History and Development of the Hortus Conclusus and its Re-Introduction into the Present-Day Urban Landscape (Rotterdam) 1999. A typological catalogue of design features and a design manual.