Homossexualidade e anglicanismo

O assunto da homossexualidade no anglicanismo é controverso. A maior parte das Províncias da Comunhão Anglicana considera que os atos homossexuais são "incompatíveis com a Escritura" e declara que o casamento e sexo é apenas para casais heterossexuais.[1][2] Durante a décima-terceira Conferência de Lambeth em 1988, uma resolução foi aprovada declarando que atos homossexuais são "incompatíveis com a Escritura" por uma votação de 526 a 70.[3] No entanto, o documento também continha uma declaração dizendo que esta política não seria a palavra final e que a pesquisa continuaria (As Resoluções de Lambeth não são obrigatórias para as igrejas membros da comunhão anglicana, mas têm considerável autoridade moral). Outras resoluções foram aprovadas, como a Issues in Human Sexuality, aprovada em 1991, que declara que relações estáveis entre pessoas do mesmo sexo são aceitáveis para leigos mas não para o clero.[4]

Em 2003, a Igreja da Inglaterra anunciou a nomeação de Jeffrey John, um clérigo vivendo em uma relação doméstica com outro homem, como bispo de Reading. Tradicionalistas da Igreja se sentiram ofendidos e John sucumbiu à pressão do Arcebispo de Cantuária (que tinha apoiado a nomeação inicialmente) e outros para desistir antes que tivesse sido formalmente eleito. Ele foi então nomeado Deão de Saint Albans. Até o ano de 2004, outras províncias tais quais a Igreja Episcopal dos Estados Unidos, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Anglicana do México, a Igreja Episcopal da Escócia e a Igreja Anglicana da África Meridional permitiam a ordenação de clérigos homossexuais não-celibatários e a benção de uniões do mesmo sexo. Na Igreja Anglicana do Canadá, seis paróquias na Diocese de New Westminster abençoam uniões entre pessoas do mesmo sexo e o deão Peter Elliott daquela diocese é um homossexual em uma relação compromissada. Um ex vigário homossexual categorizou a Igreja Anglicana como ''homofóbica'' após receber uma carta de seu bispo dizendo que não teria permissão para trabalhar na Igreja.[5]

Em junho de 2018, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil aprovou a celebração de matrimônio entre pessoas do mesmo sexo,[6] se tornando, assim, a terceira Igreja na Comunhão Anglicana a permitir tais tipos de matrimônio. A Igreja Episcopal dos Estados Unidos já reconhece desde 2015 e a Igreja Episcopal da Escócia desde 2017.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Gill, Gurvinder; Kent, Tamsyn (31 de janeiro de 2020). «Church of England sticking by LGBT sex guidance». BBC News (em inglês) 
  2. «House of Bishops Pastoral Guidance on Same Sex Marriage» (em inglês) 
  3. David Skidmore, 1998-08-07, Lambeth Conference 1998 Archives Arquivado em 28 de julho de 2012, no Wayback Machine..
  4. House of Bishops of the General Synod of the Church of England (1992). Issues in Human Sexuality. New York City: Morehouse. ISBN 0819215880 
  5. «Gay vicar slams Church as 'homophobic'». BBC News (em inglês). 1 de maio de 2017 
  6. «IEAB emenda seus cânones e permite o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo «  SNIEAB». sn.ieab.org.br. Consultado em 30 de novembro de 2018 
  7. «Brazil's Anglican Church changes its canons to permit same-sex marriage». www.anglicannews.org (em inglês). Consultado em 30 de novembro de 2018