Conjectura de Collatz

A sequência de Collatz começando em 127. A sequência sobe até o máximo 4372 antes de alcançar o 4, 2, 1.

A conjectura de Collatz é uma conjectura matemática que recebeu este nome em referência ao matemático alemão Lothar Collatz, que foi o primeiro a propô-la, em 1937.[1]

Além desse nome, este problema também é conhecido por Problema 3x + 1, Conjectura de Ulam (pelo matemático polonês-americano Stanisław Marcin Ulam), Problema de Kakutani (pelo matemático nipo-americano Shizuo Kakutani), Conjectura de Thwaites (pelo acadêmico britânico Bryan Thwaites), Algoritmo de Hasse (pelo matemático alemão Helmut Hasse) ou Problema de Siracusa.[1]

Esta conjectura aplica-se a qualquer número natural inteiro, e diz-nos para, se este número for par, o dividir por 2 (/2), e se for impar, para multiplicar por 3 e adicionar 1 (*3+1). Desta forma, por exemplo, se a sequência iniciar com o número 5 ter-se-á: 5; 16; 8; 4; 2; 1. A conjectura apresenta uma regra dizendo que, qualquer número natural inteiro[1], quando aplicado a esta regra, eventualmente sempre chegará a 4, que se converte em 2 e termina em 1. Essa sequência em questão também pode ser chamada de Números de Granizo ou Números Maravilhosos. A explicação destes últimos nomes está em "como o granizo nas nuvens antes de cair, os números saltam de um lugar ao outro antes de chegar ao 4, 2, 1".[1]

A explicação para estes saltos, quando ocorrem Números de Granizo, está na quantidade de fatores primos iguais a 2 quando decompomos este número, o que determina quantas vezes, de forma sucessiva, será aplicada a conjectura para números pares f(x)=x/2. Por exemplo, a enésima potência de 2 (2n) chegará a 1 em n passos, o que demonstra ser infinita a abrangência da Conjectura de Collatz. Vale ressaltar que as potências pares de 2 são acessadas por 3x+1, por exemplo, 3x5+1=16 e 3x21+1=64.

O matemático alemão Gerhard Opfer publicou em maio de 2011 um artigo com o teorema que supostamente provava esta conjectura, causando alvoroço na comunidade matemática.[2]. Em 17 de julho de 2011, entretanto, o autor publicou uma nota, na última página de seu artigo, onde reconhecia que uma de suas afirmações estava incompleta, o que não garantia a ele a prova do problema.

A sequência de Collatz começando em 77031. Esta é a maior sequência obtida para x menor que 100000.

A Tabela a seguir descreve a porcentagem de números pares e ímpares para a quantidade de números dados. Em geral, ocorre o dobro de números pares em relação aos ímpares conforme mostrado nessa tabela.

Quantidade x 10 100 1000 10000 100000
%Par 5,00 21,37 39,88 56,76 71,88
%Ímpar 2,70 11,05 20,65 29,20 36,64

Enunciado do problema[editar | editar código-fonte]

Considere a seguinte operação em um número inteiro positivo arbitrário qual que:

  • Se o número é par, divida-o por 2;
  • Se é ímpar, multiplique-o por 3 e some 1

Em notação aritmética, a função é definida tal que:

Ou equivalente:


Onde a presença das funções fatorial, duplo fatorial e a função gama é observada.

Implementações de computador[editar | editar código-fonte]

Na linguagem Python:

def collatz(x):     while x > 1:         if x % 2 == 0:             x /= 2         else:             x = 3*x+1 

Na linguagem Java:

static void collatz(int x) { 	System.out.println(x); 	if (x>1) { 		collatz( (x%2==0) ? x/2 : (3*x+1) ); 	} } 

Na linguagem C:

void collatz(int x) {	 	printf("%d ", x);	 	if (1 == x) 		return; 	else if (x % 2 == 0)		 		collatz(x/2); 	else 		collatz(3*x+1); } 

Na linguagem PHP:

function collatz($x){ 	if($x == 1){ 		return $x;  	}else if($x % 2 == 0){ 		$result = $x / 2; 		return collatz($result); 	}else{ 		$result = ($x * 3) + 1; 		return collatz($result); 	} } 

Na linguagem Haskell:

collatz :: (Integral a) => a -> [a]   collatz 1 = [1]   collatz n       | even n =  n:collatz (n `div` 2)       | odd n  =  n:collatz (n*3 + 1) 

Na linguagem Ruby:

def collatz(n)   puts n   return if n == 1   return collatz(n*3 + 1) if n.odd?   return collatz(n/2) end 

Importância[editar | editar código-fonte]

Segundo o matemático Greg Muller, a importância desta conjectura está em que "os matemáticos suspeitam que solucionar a conjectura de Collatz abrirá novos horizontes e desenvolverá novas e importantes técnicas na teoria dos números".[1]Derek Jennings comenta que "outra razão é que, por ser fácil de apresentar e entender, tem potencial de atrair jovens para a matemática. Eu mesmo soube de sua existência no ensino médio e não resisti a seu encanto".[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f bbc.com/ Por que um problema simples é um dos buracos negros da matemática
  2. «An analytic approach to the Collatz 3n + 1 Problem» (PDF) (em inglês) 
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