Henry Welfare

Henry Welfare
Informações pessoais
Nome completo Henry Welfare
Data de nasc. 20 de agosto de 1888
Local de nasc. Liverpool, Reino Unido
Nacionalidade britânico
brasileiro
Morto em 1 de setembro de 1966 (78 anos)
Local da morte Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil
Altura 1,90 m
ambidestro
Apelido Harry, Tanque inglês,
Britânico tricolor, Tanque tricolor
Informações profissionais
Posição treinador
centroavante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1906–1912
1912–1913
1913
1913–1924
1906–1924
Northern Nomads
Liverpool
Tranmere Rovers
Fluminense
TOTAL
0100 00(137)
0004 0000(1)
0007 000(13)
0165 00(161)
0276 00(312)
Seleção nacional
1916–1924 Seleção Carioca
Times/clubes que treinou
1927–1937
1940
Vasco da Gama
Vasco da Gama

Henry Welfare (Liverpool, 20 de agosto de 1888Angra dos Reis, 1 de setembro de 1966) foi um futebolista, treinador e também um professor britânico, naturalizado brasileiro sendo igualmente conhecido pela forma de tratamento íntima como "Harry" Welfare.[1]

É o sexto maior artilheiro da história do Fluminense,[2] como também um de seus maiores ídolos.[3]

O "Tanque" Tricolor[editar | editar código-fonte]

Não temos dúvidas em afirmar que Welfare modificou muito o nosso futebol. Os maiores capítulos do futebol carioca, no tempo do amadorismo, foram escritos com letras ciclópicas por esse extraordinário jogador. Estabeleceu um padrão próprio com seu jogo inteligente, impetuoso, objetivo e realizador.[4]

Suas duas características principais eram o "rush" que espalhava terror nas zagas adversárias e o chute violento com qualquer dos pés. Além disso, fazia alarde de um excelente drible baseado no jogo de corpo e no controle de bola.

Foi o pioneiro na "tabelinha". Ele dizia para os companheiros: "– Me dá a bola e corre a frente para receber novamente". Essa jogada foi aperfeiçoada pelos grandes jogadores.

O "Tanque inglês", conforme ficou conhecido posteriormente pelo seu físico privilegiado, pelos seus 1,90 m de altura, além de ser forte e de ter um estilo rompedor, numa época onde a média de altura da pessoas era bem menor.

Certa vez, Mário Filho escreveu que "com Welfare o Fluminense usava uma metralhadora, enquanto seus adversários lutavam de espada".

Carreira[editar | editar código-fonte]

Fluminense[editar | editar código-fonte]

Taça do Torneio Início de 1916.
Taça Colombo, a primeira oficial do Campeonato Carioca.

Ele chegou ao Rio de Janeiro no dia 9 de agosto de 1913 para cumprir um contrato de professor secundário com o Ginásio Anglo-Brasileiro. Logo depois foi levado para o Fluminense. Treinou como centro-avante no segundo time e agradou. Outro treino e, desta vez no primeiro time. Agradou mais ainda. Daí por diante foi uma verdadeira máquina de fazer gols.[4]

Somente no ano seguinte é que surgiu a notícia de que Henry Welfare jogara num time de profissionais da primeira divisão da Inglaterra. Mesmo jogando no time profissional do Liverpool, Welfare era amador.

Defendeu o Fluminense até 1924, que o fez "Sócio Benemérito" em 1920, título honroso que lhe deu o direito de ser membro perpétuo do Conselho Deliberativo do clube tricolor.

Chegou ao Rio de Janeiro em 1913 para lecionar Geografia e Matemática no Gymnasio Anglo-Americano.

Como já havia jogado no Liverpool, fez testes no Fluminense, sendo aprovado e posteriormente conquistando a posição de centroavante titular do Tricolor, neste mesmo ano de 1913.

Morador do bairro da Gávea, se deslocava de bonde ou a pé por mais de uma hora para treinar e jogar no Fluminense, sendo por isto um grande símbolo da época do amadorismo, onde além de não receberem remuneração pelos seus serviços, os jogadores mostravam imensa paixão pelo esporte e pelos seus clubes, com Welfare sendo um dos jogadores que melhor representaram as primeiras décadas do Fluminense. Era raro o dia que nenhum admirador se oferecia para levar a sua maleta.

Em 1915 ele chegou a jogar algumas partidas, mas por conta de seu emprego no Gymnasio Anglo-Brasileiro teve de se afastar no clube, em função da distância, retornando para o Fluminense em 1916 após trocar de emprego, tendo ficado afastado dos jogos por conta de uma contusão no joelho, a partir daí, retornando aos gramados em 1917 para ser um dos grandes destaques do tricampeonato tricolor.

Flamengo[editar | editar código-fonte]

No final do ano de 1915 e início do ano de 1916, fez algumas partidas pelo Flamengo numa excursão ao Norte do Brasil, convidado especial que foi, algo comum naquela época, além de durante a sua carreira ter defendido também a Seleção Carioca de Futebol.[4]

Vasco da Gama[editar | editar código-fonte]

Em 18 de novembro de 1926, o jornal O Imparcial assim noticiava: "A directoria do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama acaba de tomar uma medida acertada contractando para instructor technico de seus associados o competente e laureado Harry Welfare… um perfeito conhecedor do métier"

Ele, que era profundamente ligado ao Fluminense, deixava o clube das Laranjeiras e aceitava o cargo remunerado de treinador cruzmaltino. Era a revolução vascaína em marcha, que começara desafiando e triunfando sobre os clubes, chegando no Vasco quando o clube erguia São Januário, o maior estádio do continente daquela época e que agora tirava um dos grandes símbolos das Laranjeiras um dos seus principais nomes.

O inglês Harry Welfare, ex-artilheiro tricolor que se apaixonou pela causa cruz-maltina e que pretendeu fazer do Vasco uma potência mundial. Por mais de uma década (1927 a 1937, e entre idas idas vindas em 1940 a 1943) dirigiu o Gigante da Colina. Sua transferência das Laranjeiras para São Januário causou gigantesco furor ainda nos tempos do amadorismo.

Foi o segundo treinador vascaíno e o treinador do Vasco da Gama com mais tempo no comando do clube[5], entre suas principais conquistas os títulos Cariocas de 1929, 1934 e 1936.

Durante muito tempo, Harry Welfare foi considerado o melhor treinador do futebol brasileiro. Fora um general tático, comandante de grandes soldados das Tropas da Colina, como Jaguaré, Domingos da Guia, Fausto dos Santos, Russinho e Leônidas da Silva.

Também, criou o departamento médico do Vasco e foi assessor tático do uruguaio Ondino Viera, o montador do Expresso da Vitória nos anos 40, a máquina cruzmaltina que atropelou pelos trilhos por onde passou.

Mesmo deixando o cargo de treinador, Harry continuou sendo uma figura forte nos bastidores do futebol vascaíno até a chegada de Ondino Vieira e sendo assessor tático deste por pelo menos um ano.

Eterno artilheiro[editar | editar código-fonte]

Em 2006, mais de oitenta anos após abandonar os gramados como jogador, Welfare ainda é o maior artilheiro do confronto entre Fluminense e Botafogo, o Clássico Vovô, com 23 gols, à frente de Waldo (Flu) e Heleno de Freitas (Botafogo), ambos com 21.

Campeão no basquete[editar | editar código-fonte]

Taça AMEA de basquete, destinada ao clube que se sagrasse campeão carioca por 3 vezes consecutivas a partir de 1924.

Ao encerrar a sua carreira como futebolista, Welfare integrou o elenco do Fluminense, campeão carioca de basquete de 1924.[6]

Treinador[editar | editar código-fonte]

Em 18 de novembro de 1926, o jornal O Imparcial assim noticiava: "A directoria do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama acaba de tomar uma medida acertada contractando para instructor technico de seus associados o competente e laureado Harry Welfare… um perfeito conhecedor do métier"

Ele, que era profundamente ligado ao Fluminense, deixava o clube das Laranjeiras e aceitava o cargo remunerado de treinador cruzmaltino. Era a revolução vascaína em marcha, que começara desafiando e triunfando sobre os clubes, chegando no Vasco quando o clube erguia São Januário, o maior estádio do continente daquela época e que agora tirava um dos grandes símbolos das Laranjeiras um dos seus principais nomes.

O inglês Harry Welfare, ex-artilheiro tricolor que se apaixonou pela causa cruz-maltina e que pretendeu fazer do Vasco uma potência mundial. Por mais de uma década (1927 a 1937, e entre idas idas vindas em 1940 a 1943) dirigiu o Gigante da Colina. Sua transferência das Laranjeiras para São Januário causou gigantesco furor ainda nos tempos do amadorismo.

Foi o segundo treinador vascaíno e o treinador do Vasco da Gama com mais tempo no comando do clube [7], entre suas principais conquistas os títulos Cariocas de 1929, 1934 e 1936.

Durante muito tempo, Harry Welfare foi considerado o melhor treinador do futebol brasileiro. Fora um general tático, comandante de grandes soldados das Tropas da Colina, como Jaguaré, Domingos da Guia, Fausto dos Santos, Russinho e Leônidas da Silva.

Também, criou o departamento médico do Vasco e foi assessor tático do uruguaio Ondino Viera, o montador do Expresso da Vitória nos anos 40, a máquina cruzmaltina que atropelou pelos trilhos por onde passou.

Mesmo deixando o cargo de treinador, Harry continuou sendo uma figura forte nos bastidores do futebol vascaíno até a chegada de Ondino Vieira e sendo assessor tático deste por pelo menos um ano.

Títulos[editar | editar código-fonte]

Como futebolista[editar | editar código-fonte]

Fluminense
Flamengo
  • Taça Jornal Folha do Norte: 1915
  • Taça Tricentenário de Belém: 1916

Como treinador[editar | editar código-fonte]

Vasco da Gama

Artilharias[editar | editar código-fonte]

Fluminense

Referências

  1. «Um tanque chamado Welfare (da Redação)». Panorama Tricolor. 24 de novembro de 2015. Consultado em 11 de março de 2024 
  2. «Flu homenageia Welfare, sexto maior artilheiro da história do clube». NetFLU. 20 de agosto de 2020. Consultado em 11 de março de 2024 
  3. «Ídolos - 1902 a 1930». Fluminense FC. Consultado em 11 de março de 2024 
  4. a b c Livro Um jogo inteiramente diferente, de Aidan Hamilton (2001)
  5. «Henry ou "Harry" Welfare, 10 anos seguidos como treinador do Vasco da Gama». soumaisvasco.com. Consultado em 17 de abril de 2024 
  6. Livro Um jogo inteiramente diferente, de Aidan Hamilton (2001), página 177
  7. «Henry ou "Harry" Welfare, 10 anos seguidos como treinador do Vasco da Gama». soumaisvasco.com. Consultado em 17 de abril de 2024 
  8. «Conheça a história do 1° jogo intercontinental do Vasco, contra o Sporting-POR, em 1928». netvasco.com. Consultado em 17 de abril de 2024 
  9. m.supervasco.com https://m.supervasco.com/noticias/vasco-relembra-titulo-da-copa-myrurgia-em-1931-310353.html. Consultado em 17 de abril de 2024  Texto "títuloVasco relembra título da Copa Myrurgia em 1931" ignorado (ajuda); Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  10. «Súmula: Fluminense 1 X 4 Vasco Da Gama. Dia 04 De Setembro De 1930». www.flunomeno.com. Consultado em 17 de abril de 2024 
  11. «Títulos do Vasco (futebol masculino), década a década». soumaisvasco.com. Consultado em 17 de abril de 2024 

Bibiografia[editar | editar código-fonte]

  • Livro Um jogo inteiramente diferente, de Aidan Hamilton, Editora Gryphus (2001), ISBN 85-7510-002-5.