Guilherme VI de Monferrato

Guilherme VI de Monferrato
Marquês de Monferrato
Nascimento 1173
Morte 17 de setembro de 1226 (53 anos)
  Halmiros

Guilherme VI de Monferrato foi marquês de Monferrato de 1207 a 1225. Era o único filho do marquês Bonifácio I de Monferrato e da sua mulher Elena di Busca (1145 – 1204).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Juventude[editar | editar código-fonte]

Participou de diversas campanhas militares com seu pai. Em 1191, combate os astigianos próximo a Montiglio. Entre 1193 e 1199, compareceu a muitos atos públicos junto com seu pai. Em 12 de junho de 1199, nos acordos estipulados com Acqui Terme, acertou-se que, substituindo Bonifácio, estaria na cidade com 20 cavaleiros para combater contra os alexandrinos e em 27 de outubro estava presente próximo Saluggia nos pactos estipulados com a comuna de Vercelli.

Em 9 de agosto de 1202 casou-se com Berta di Clavesana (1180 – 1224), filha de Bonifácio (marquês de Clavesana), conde de Cortemiglia.

Marquês de Monferrato[editar | editar código-fonte]

O pai Bonifácio partiu para as Cruzadas e cumpriu a promessa feita às comunas de Asti e Alexandria (Itália) de fazer seu filho marquês de Monferrato a pleno título.

Logo Guilherme deveria voltar sua atenção em direção a Asti, protegida pelos milaneses, que estava tornando-se cada vez mais potente e com a qual já havia tido combates ferozes. Em agosto de 1203, com a morte de seu pai, Guilherme fez um acordo com as comunas de Alba e Alexandria contra Asti. Mas, seja por pouca perseverança dos aliados ou pelas cessões feitas por Guilherme, ele teve que reconhecer a derrota em abril de 1286: o tratado de paz, porém, não parecia muito pesado aos monferrinos. Apesar disso, o estado, depois de anos e anos de guerra, parecia, como escreveu Oregio Alfieri, "gravado pela guerra e incapaz de sustentá-la".

Uma vez aceito o tratado também pelos aliados, Guilherme se comprometeu a fazê-lo retificar também por Bonifácio, mas ele já havia morrido nas Cruzadas. Com a morte de Bonifácio, a sucessão ao trono do Reino de Salonica coube ao irmão de Guilherme, Demétrio.

Guilherme contra o império[editar | editar código-fonte]

Por tradição, oa alerâmicos eram da facção gibelina, ferozes apoiadores do partido Hohenstaufen. Conrado de Monferrato era ainda parente de Frederico Barbarossa. Porém Guilherme aproximou-se do opositor imperial Oto IV de Brunsvique. Na realidade, se bem que tivesse estreitado aliança e tivessem previsto algumas campanhas, Guilherme deveria desiludir-se de seu protetor, do qual se esperava muito mais. As poucas campanhas feitas sob suas ordens foram dirigidas contra pequenos potentados e a única com sucesso foi o saque de Cuneo.

Guilherme se associa aos Hohenstaufen[editar | editar código-fonte]

Novamente em seguida a Oto IV de Brunsvique na dieta de Lodi, logo abandonou definitivamente seu aliado preferindo Frederico II da Suábia: em 14 de julho de 1212, junto com outros representantes do partido Hohenstaufen, recebeu com todas as honras Frederico em Gênova. Dali, guiou-o através de suas terras e o conduziu até a Germânia.

Participando do Quarto Concílio de Latrão em 1215, ele apoiou a causa de Frederico contra Oto IV. Muitas vezes esteve em terras alemãs por vontade de Frederico II, e durante essas suas ausências os seus inimigos tentaram, sem resultado, apossar-se das terras monferrinas. Os acontecimentos daqueles anos o viram muitas vezes empenhado em longas lutas contra Asti e Alexandria, sem jamais obter grandes resultados. Mas nele estava nascendo o desejo de vingar-se do pai e lançar-se à cruzada.

Guilherme e o oriente[editar | editar código-fonte]

Com o desejo de vingar o pai morto nas Cruzadas, Guilherme (incitado também por seus menestréis e em particular Elia Carel), decidiu partir para o Oriente bem consciente da pouca ajuda que poderia aportar. O papa Onório III o convenceu a guiar a expediçãp cruzada contra o Egito, mas a chegada de Demétrio de Monferrato à Itália o convence a modificar o objetivo da missão e a redirecioná-la à cidade grega de Salonica.

Declarando-se muitas vezes pronto a partir, teve que frequentemente permanecer devido às ameaças dos seus inimigos no Piemonte e das restrições econômicas que o obrigaram a empenhar a marca de Monferrato nas mãos do imperador Frederico II da Suábia (tratado de Catânia de 1224): conseguiu enfim convencer algumas cidades a fornecerem homens para a cruzada.

Em fevereiro de 1223 estava ao lado de Frederico II em Capua, Ferentino e Sora: a expedição ao oriente, ao contrário, foi retardada até ao menos 1225, quando decidiu-se a partida de Brindisi: no momento de soltar as amarra, porém, ele sentiu-se mal e tudo foi bloqueado ao menos até a primavera de 1226. Quando por fim, sob pressão do papa Honório IIIo exército se move, os contínuos atrasos e desorganização foram fatais para o êxito do empreendimento. Guilherme morreu em torno de 17 de setembro próximo ao porto grego de Halmiros. O exército adoeceu de disenteria e se desintegrou.

Arte[editar | editar código-fonte]

Muitos contestam a Guilherme VI e seus modestos horizontes. A expedição oriental, nunca realizada, foi motivada também pelas críticas contra o marquês pelos trovadores provençais que antes eram ligados à corte monferrina. Os feitos de Bonifácio I de Monferrato e Conrado de Monferrato na Terra Santa eram cantados pelos poetas trovadores até que, desiludidos pelas guerras de Guilherme, decidiram abandonar o território alerâmico.

Matrimônio e descendência[editar | editar código-fonte]

De Berta de Clavesana, Guilherme teve:

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Del Bo, Beatrice (2009). Uomini e strutture di uno stato feudale. Il marchesato di Monferrato (1418-1483) (em italiano). Milano: LED Edizioni Universitarie. ISBN 978-88-7916-440-5 
  • Maestri, Roberto (2014). Monferrato (PDF). uno Stato europeo (em italiano). [S.l.]: Palazzo del Monferrato. Consultado em 11 de fevereiro de 2014 
  • Raoul Molinari (a cura di), La Marca Aleramica. Storia di una regione mancata, Umberto Soletti Editore, Baldissero d'Alba, 2008.
  • Walter Haberstumpf, Dinastie europee nel Mediterraneo orientale. I Monferrato e i Savoia nei secoli XII – XV, Torino 1995 ([1]).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Bonifácio I de Monferrato

Marquês de Monferrato

1207 — 1225
Sucedido por
Bonifácio II de Monferrato
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