Guilherme I da Normandia

Guilherme I da Normandia
Duque da Normandia
Guilherme I da Normandia
Nascimento 910
Morte 17 de dezembro de 942 (32 anos)
Sepultado em Catedral de Ruão
Cônjuge Luitegarda de Vermandois
Descendência Ricardo I da Normandia
Dinastia Normanda
Pai Rolão
Mãe Popa de Bayeux
Escudo do Brasão de Armas da Normandia

Guilherme I da Normandia (em francês: Guillaume Longue-Épée, em Latim: Willermus Longa Spata, Língua nórdica antiga: Vilhjálmr Langaspjót; antes de 910 - (por assassinato) 17 de dezembro de 942), dito "Guilherme Espada Longa" [1], foi o filho de Rolão e de Popa de Bayeux, senhora de Bayeux.

Biografia[editar | editar código-fonte]

É considerado como o segundo duque da Normandia, embora o título ainda não existisse na sua época. Foi antes de tudo jarl dos normandos do Sena e pai de Ricardo I da Normandia.

Um poema escrito logo após a morte de Guilherme I mostra que ele nasceu no estrangeiro,[2] confirmando assim as suas origens escandinavas. Foi filho de uma mãe cristã e de um pai que ainda era pagão.

Se no inicio foi somente o filho de um chefe viquingue, chefe de um grupo que percorria os mares em busca de terras que poderiam ser saqueadas, rapidamente, e depois da morte de seu pai, tornou-se mais poderoso.

A pressão dos saques praticados por seu pai, e a influência deste levou a que fosse instalado pelo rei Carlos III de França (17 de setembro de 8797 de outubro de 929), "o Simples", na Normandia, com o acordo de este deixar de saquear as terras francesas.

Com a morte do pai Guilherme tornou-se o herdeiro deste território. Dudão de Saint-Quentin, explica que até ao ano de 927 Rolão se encontrava incapaz de governar o território de forma organizada[3], facto que levou a que um conjunto de normandos e bretões escolhe-se Guilherme como chefe. Apenas eleito, Guilherme dirigiu-se ao Carlos de França, oferecendo-lhe a paz em troca do território, recebendo a concordância real e o título de Jarl.

É muito difícil esboçar um retrato do novo jarl dos Normandos do Sena. O poema de Saint-Quentin Dudon tende a ser, sim, uma hagiografia. Mas não pode haver dúvida de que Guilherme era, ao contrário de seu pai, um verdadeiro cristão. Em 935 ele casou-se, (na religião Cristã) com Luitegarda de Vermandois, filha de Herberto II de Vermandois (c. 880 - 23 de fevereiro de 943), Conde de Vermandois.

Já como jarl ordenou várias doações para os cânones do Monte Saint-Michel e procedeu ao restauro da Abadia de Jumièges, local onde tinha a intenção de ser sepultado.

O principado de Guilherme corresponde a uma consolidação da Normandia. Dudon apresenta o jarl como um restaurador da paz e da ordem. Lucien Musset, descreve-o, mais recentemente: "como o artesão chefe da ressurreição da Normandia". "A ele deve ser atribuído o sucesso final do sucesso do enxerto no tronco escandinavo romano-Franco, que permitiu ao Estado, fundado em 911 o atravessar vitoriosamente a crise geral que viveu nos anos de 940 o mundo escandinavo do Ocidente"[4].

Relações familiares[editar | editar código-fonte]

Foi filho de filho de Rolão I da Normandia[5] (c. 860 - 932) e de Popa de Bayeux, senhora de Bayeux, filha de Berengário II da Nêustria (847 - 896) e de N de Rennes.

Foi casado por duas vezes, a 1ª com Luitegarda de Vermandois (c. 925 - 14 de novembro de 977), filha de Herberto II de Vermandois (c. 880 - 23 de fevereiro de 943) e de Luitegarda de França (885 - 931). Desta casamento, Guilherme, no entanto, não teve filhos.

O segundo casamento em poligamia (More danico Literalmente: À maneira escandinava) foi com Esprota (c. 900 -?), de quem teve:

  1. Ricardo I da Normandia (Fécamp, Normandia 28 de agosto de 933 - Fécamp, Normandia 20 de novembro de 996)[6] entre 942 e 996.

A primeira esposa de Ricardo I da Normandia foi Ema de Paris, que desposou em 960, filha de Hugo, o Grande, conde de Paris. Uniram-se ainda muito jovens. Ela faleceu em 966, sem descendência.

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Complainte de Guillaume Longue Épée, J. Lair (éd.), Étude sur la vie et la mort de Guillaume Longue Épée, Paris, Picard, 1893, p. 61-68
  • Dudon de Saint-Quentin, De gestis Normanniae ducum seu de moribus et actis primorum Normanniae ducum, J. Lair (éd.), Mémoires de la Société des Antiquaires de Normandie, tome XXIII, 1865.
  • Guillaume de Jumièges, Histoire des Normands, Livre III, éd. Guizot, 1826
  • Chisholm, Hugh. Vermandois. Encyclopaedia Britannica, Vol. 25 (11ª Ed.). Cambridge: Cambridge University Press, 1911. Consultada a 9 de Abril de 2011.
  • Anselme. "Histoire Genealogique de la Maison royale de France", 1726.
  • Fouquier-Cholet, M. "Histoire des Comtes héréditaires du Vermandois", Saint-Quentin, 1832.
  • Settipani, Christian, La Préhistoire des Capétiens (Nouvelle histoire généalogique de l'auguste maison de France, vol. 1). Paris: éd. Patrick van Kerrebrouck, 1993.ISBN 2-9501509-3-4

Referências

  1. Chamado Viljâlmr Langaspjôt nas sagas escandinavas.
  2. La Complainte de Guillaume Longue Épée
  3. Según el historiador D. C. Douglas, Rollon estaba, posiblemente, muerto. C. D. Douglas, « Rollo of Normandy », The English Historical Review, vol. 57, n°228, oct. 1942, p434-435.
  4. Lucien Musset, « Naissance de la Normandie », Michel de Bouärd (dir.), Histoire de la Normandie, Privat, Toulouse, 1970, pág. 109
  5. Duques da Normandia
  6. Royal.gov.uk]