Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Grande Otelo
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2023
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
Estatueta do Grande Otelo
Descrição Excelência em cinema
País  Brasil
Primeira cerimónia 12 de setembro de 2002
Apresentação Academia Brasileira de Cinema
Página oficial

O Grande Prêmio do Cinema Brasil (popularmente conhecido como Prêmio Grande Otelo) é o prêmio mais importante do cinema brasileiro, outorgado anualmente pela Academia Brasileira de Cinema com a finalidade de premiar os melhores filmes e condecorar a excelência dos melhores profissionais em cada uma das diversas especialidades do setor. O prêmio consiste numa estatueta banhada em ouro de um cavaleiro em homenagem ao ator brasileiro Grande Otelo segurando uma espada sobre um pedestal, desenhada por Ziraldo e esculpida pelo escultor Altair Souza. No Brasil, a transmissão da cerimônia é realizada pelo Canal Brasil.

É um prêmio organizado e votado pelos próprios profissionais, uma forma da própria classe celebrar o seu trabalho e dar o devido reconhecimento ao talento de seus profissionais.

Desde 2004, a votação passou a ser feita via internet, pelo site da Academia, e cada sócio recebe uma senha eletrônica para votar. A apuração é feita pela PricewaterhouseCoopers, a mesma empresa de auditoria que faz a apuração do Oscar.

Na fase de indicações, as cinco obras de cada categoria que passarão para a etapa seguinte são escolhidas pelos membros do Conselho Acadêmico da Academia, por meio de uma cédula de votação eletrônica com a lista completa de todos os concorrentes. Terminado o processo de apuração do primeiro turno, uma nova relação com os cinco escolhidos em cada categoria é enviada ao Conselho Acadêmico, que escolhe, então, os vencedores. Nas duas etapas, a votação é secreta e a abertura das cédulas é realizada pela PricewaterhouseCoopers que ao fim do processo garante de forma sigilosa os nomes dos vencedores em envelopes lacrados que somente são abertos no palco da cerimônia de premiação, transmitida ao vivo.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Anos 1990[editar | editar código-fonte]

Depois que um decreto durante o governo do presidente Fernando Collor de Mello aboliu o apoio governamental à produção cinematográfica, quase nenhum filme foi produzido internamente no início da década de 1990[2].

Em 1991, apenas 1% dos filmes em exibição no Brasil eram produzidos no país e, em 1992, apenas dois filmes brasileiros eram lançados. Em 1993 (após o impeachment de Collor), o governo decretou um incentivo fiscal para a produção de filmes, e começou Retomada do Cinema Brasileiro, maneira como é chamado o renascimento das produções audiovisuais nacionais[3].

Em 1998, cinco por cento dos filmes nos cinemas eram brasileiros. O Ministério da Cultura do Brasil instituiu os prêmios nacionais de cinema em novembro de 1999 para reconhecer obras e personalidades da área audiovisual; Foram criadas 16 categorias e um prêmio especial. Com os prêmios, o Ministério da Cultura teve como objetivo fomentar a retomada, aumentando o público nacional; a meta era que 20% dos filmes no Brasil fossem produzidos no país a partir de 2002[4].

Anos 2000-2010[editar | editar código-fonte]

Com a criação da Academia Brasileira de Cinema - fundada no dia 20 de maio de 2002, com sede no Rio de Janeiro - uma das atribuições da recém-fundada instituição era, entre outras, a de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento do cinema como manifestação artística, ajudando, desta forma, a fortalecer a indústria cinematográfica brasileira. Hoje são mais de 200 sócios.[1]

Cerimônia do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2019

A primeira edição do prêmio aconteceu em 12 de setembro de 2002, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e era chamado de Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro, pois era patrocinado pela BR, distribuidora de combustíveis da Petrobras. O nome foi mudado junto com o prêmio, que era chamado de Grande Prêmio Cinema Brasil. O grande vencedor da primeira edição foi o filme Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky, que conquistou sete prêmios. [1]

Em 2003, com o fim do patrocínio pela BR, a edição foi realizada com recursos doados por exibidores e distribuidores. Nesta edição, os grandes vencedores foram os filmes Cidade de Deus (seis prêmios, incluindo Melhor Filme de Ficção), de Fernando Meirelles e Kátia Lund, e Madame Satã (cinco prêmios), de Karim Aïnouz.

A partir da edição de 2004, o prêmio passou a se chamar Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro, pois a companhia aérea TAM assinou um contrato com a Academia Brasileira de Cinema por quatro anos. Nesta edição, O Homem que Copiava, de Jorge Furtado, foi o grande vencedor, com seis prêmios.

Em 2005, o grande vencedor foi Cazuza - O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho, com sete prêmios.

Em 2011 o grande vencedor foi Tropa de Elite 2: O Inimigo agora é Outro, o filme foi indicado em 16 categorias e venceu em 9, incluindo Melhor Filme de Ficção, Direção (José Padilha) e Melhor Ator (Wagner Moura). Na categoria Melhor Atriz venceu Glória Pires por Lula, O filho do Brasil. Cássia Kis faturou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por Chico Xavier.

No ano de 2012, o grande vencedor foi O Palhaço, de Selton Mello, com 12 dos 14 prêmios que disputou.

Em 2019, o filme Benzinho, de Gustavo Pizzi, é o grande vencedor do Grande Otelo, que aconteceu pela primeira vez no Theatro Municipal de São Paulo. O longa-metragem conquistou seis prêmios em categorias principais: Melhor Filme de Ficção, Melhor Direção (Gustavo Pizzi), Melhor Atriz (Karine Teles), Melhor Atriz Coadjuvante (Adriana Esteves), Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem de Ficção.

Anos 2020[editar | editar código-fonte]

Devido a pandemia de COVID-19, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro foi transmitido pela primeira vez na TV Cultura e suas plataformas digitais: no site, canal do Youtube, Facebook e Twitter.[5] O grande vencedor do prêmio em 2020 foi Bacurau. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles recebeu 17 indicações e venceu em seis categorias na noite do Theatro Municipal de São Paulo: Melhor Longa de Ficção, Melhor Direção, Melhor Ator (Silvero Pereira), Melhor Roteiro Original, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Montagem de Ficção.

A edição de 2021 também foi transmitida pela TV Cultura em 28 de novembro de 2021.[6]

A Estatueta[editar | editar código-fonte]

No ano em que a Academia celebraria o centenário do artista Grande Otelo, a Academia Brasileira de Cinema pediu para que o artista Ziraldo criasse o novo desenho do troféu Grande Otelo para o 14º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro[7].

Anteriormente o troféu, já batizado com o nome do autor desde a primeira edição, era uma obra abstrata - uma bola preta sobre um suporte entreaberto, no entanto, após o ano de 2015, ele finalmente assumiu as feições do seu homenageado. Ziraldo, autor do desenho, convidou o artesão Altair Souza para criar a escultura[8].

Categorias premiadas[editar | editar código-fonte]

Principais

Coadjuvantes

  • Melhor Longa-Metragem Estrangeiro
  • Melhor Longa-Metragem Documentário
  • Melhor Longa-Metragem de Animação
  • Melhor Longa-Metragem Infantil
  • Melhor Curta-metragem de Ficção
  • Melhor Curta-metragem Documentário
  • Melhor Curta-metragem de Animação

Técnicos

  • Melhor Trilha Sonora
  • Melhor Trilha Sonora Original
  • Melhor Som
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Direção de Fotografia
  • Melhor Maquiagem
  • Melhor Figurino
  • Melhor Montagem de Ficção
  • Melhor Montagem de Documentário
  • Melhores Efeitos Visuais

Além dos prêmios de mérito à excelência, a Academia anualmente outorga, através de seu Conselho, os Prêmios: Homenagem Especial e o Prêmio Especial de Preservação. [1]

Principais vencedores[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Academia Brasileira de Cinema, os filmes vencedores em 2000 e 2001 não são outorgados por ela. Os prêmios anuais chamados de Grande Otelo somente foram concedidos a partir do ano de 2002 (para filmes lançados em 2001) até o presente ano, pois a Academia foi fundada em 20 de maio de 2002, com a primeira cerimônia a ter lugar em setembro de 2002, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o filme Bicho de Sete Cabeças, dirigido por Laís Bodansky e estrelado por Rodrigo Santoro, como o Melhor Filme do ano. A Academia não reconhece os prêmios concedidos em 2000 e 2001 porque foram entregues por uma comissão do Ministério da Cultura.

Melhor Filme de Ficção[editar | editar código-fonte]

Melhor Ator[editar | editar código-fonte]

Melhor Atriz[editar | editar código-fonte]

Melhor Ator Coadjuvante[editar | editar código-fonte]

Melhor Atriz Coadjuvante[editar | editar código-fonte]

Edições[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Academia Brasileira de Cinema». Consultado em 26 de janeiro de 2020 
  2. «Collor x Bolsonaro: 'apagão' do cinema brasileiro pode se repetir?». tab.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  3. Cena, Cinema em. «Não gosta de filme nacional? Entenda o Cinema da Retomada | Cinema em Cena - www.cinemaemcena.com.br». Cinema em Cena (em inglês). Consultado em 3 de abril de 2021 
  4. «Folha de S.Paulo - Política cultural: "Oscar nacional" celebra Grande Otelo - 06/11/1999». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  5. «Pela primeira vez, TV Cultura transmite o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro». Consultado em 1 de outubro de 2021 
  6. «"BOCA DE OURO" E "PACARRETE" LIDERAM INDICAÇÕES AO GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO». Portal Exibidor. Consultado em 1 de outubro de 2021 
  7. «Ziraldo homenageia Grande Otelo criando troféu estilizado do ator – Glamurama». Ziraldo homenageia Grande Otelo criando troféu estilizado do ator – Glamurama. 30 de julho de 2015. Consultado em 3 de abril de 2021 
  8. Scarpa, Guilherme. «Troféu do Prêmio de Cinema Brasileiro homenageia centenário de Grande Otelo». Gente Boa - O Globo. Consultado em 3 de abril de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]