Gondwana

Animação da divisão da Pangeia e de Gondwana
Distribuição geográfica dos fósseis gondwânicos
Visão de reconstrução do Gondwana há 420 milhões de anos, centrada no Polo Sul.
Gondwana

O supercontinente do sul Gondwana ou Gonduana[1][2] foi um grande continente que incluía a maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os continentes do hemisfério sul, incluindo a Antártida, América do Sul, África, Madagáscar, Seicheles, Oceania, Nova Guiné, Nova Zelândia, Nova Caledónia além da Índia no hemisfério norte.[3]

Formado durante o final do Paleoproterozoico e começou a se desmembrar a partir do Jurássico. Os seus desmembramentos se deram a partir do desmembramento de América do sul com a Antártida (formando a Passagem de Drake) e o desmembramento Antártida, Austrália.[4]

O termo original para designar o supercontinente que haveria ao sul, Gondwanaland (também conhecido em língua portuguesa como Gonduanalândia[5]), foi cunhado pelo geólogo inglês Eduard Suess em 1861, em referência à região de Gondwana, na Índia, onde a flora de Glossopteris, plantas fósseis permianas, foi encontrada pela primeira vez.[6]

A construção desse supercontinente, só foi possível pela acreção de vários Crátons se tornando o maior pedaço de crosta continental do Paleozoico, com área de cerca de um quinto de toda a superfície da Terra. Ela se findou, no período Carbonífero com acreção de outro supercontinente Laurásia para assim formar a maior massa já formada, Pangeia.[7]

Formação[editar | editar código-fonte]

Vários dados de informação de Gondwana não são compreendidos na sua totalidade, pois não possuem dados paleomagnéticos. Esses dados foram subtraídos depois de amalgamações promovidas pelas orogenias Pan-Africanas que levam a formação de um outro supercontinente mais antigo, Rodínia. Quatro cinturões orogenéticos são observadas:

  • Moçambique Belt, formada entre 800 a 650 Ma interpretaram como sutura entre o oriente (Índia, Madagascar, Antártida e Austrália) e Gondwana ocidental (África e América do sul).
  • Orogenia do leste africano entre 800 a 650 Ma.
  • Orogenia Kuunga (que inclui a Orogenia da Malásia) em 550 Ma
  • Orogenia Brasiliano em 660 a 530 Ma onde houve colisões sucessivas entre a América do sul e a África.[8]

Como consequência dessas orogenias, dois mares oceanos foram consumidos, o oceano Adamastor e o oceano Moçambique.[8]

Desenvolvimento da Peri-Gondwana: riftes paleozóicos e acreções[editar | editar código-fonte]

Um grande número de massas de terra foram acrecidas à Eurásia durante a existência de Gondwana, mas a origem cambriana ou precambiana de muitos dasssas massas de terra permanece incerta. Por exemplo, alguns terraços palaeozóicos e microcontinentes que agora compõem a Ásia Central, muitas vezes chamados de "terraneses cazaques" e "terras mongol", foram progressivamente amalgamados no continente cazaque no final siluriano. Não se sabe se esses blocos se originaram nas margens de Gondwana.[9]]

A longa margem norte de Gondwana permaneceu uma margem passiva em todo o Palaeozoico. A abertura permiana inicial do Oceano Neo-Tethys ao longo desta margem produziu uma longa série de terranes, muitos dos quais foram e ainda estão sendo deformados no Orogenia do Himalaia. Da Turquia ao nordeste da Índia: os Taurides no sul da Turquia; o Menor Cáucaso Terrane na Geórgia; os terranes Sanand, Alborz e Lut no Irã; o Mangysglak ou Kopetdag Terrane no Mar Cáspio; o Terrane afegão; o Karakorum Terrane no norte do Paquistão; e os terráqueos Lhasa e Qiangtang no Tibete. O alargamento permiano-triássico dos Neo-Tethys empurrou todos esses terranes através do Equador e para a Eurásia.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Fonseca, Fernando Venâncio Peixoto da (29 de junho de 2009). «Gonduana e Gondwana». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa 
  2. «Gonduana». Dicionário Michaelis. Editora Melhoramentos. Consultado em 27 de maio de 2017 
  3. «Gondwana». Dicionários Porto Editora. Infopédia 
  4. Bradley, Dwight C. (1 de setembro de 2011). «Secular trends in the geologic record and the supercontinent cycle». Earth-Science Reviews (em inglês) (1): 16–33. ISSN 0012-8252. doi:10.1016/j.earscirev.2011.05.003. Consultado em 14 de julho de 2022 
  5. Rüegg, Nabor Ricardo (1976). «Características de distribuição e teor de elementos principais em rochas basálticas da bacia do Paraná». Universidade de São Paulo. Boletim do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. 7: 94 
  6. Rance, Hugh (2007). «The coals of southern Pangea (Suess, Gondwana, Glossopteris)». The Present is the Key to the Past (PDF) (em inglês). 5. Hollywood: Geowords. ISBN 9780970442338. OCLC 627617960 
  7. Meert, Joseph G.; Van Der Voo, Rob (maio de 1997). «The assembly of Gondwana 800-550 Ma». Journal of Geodynamics (em inglês) (3-4): 223–235. doi:10.1016/S0264-3707(96)00046-4. Consultado em 14 de julho de 2022 
  8. a b Meert, Joseph G.; Van Der Voo, Rob (1 de maio de 1997). «The assembly of Gondwana 800-550 Ma». Journal of Geodynamics (em inglês) (3): 223–235. ISSN 0264-3707. doi:10.1016/S0264-3707(96)00046-4. Consultado em 14 de julho de 2022 
  9. a b Torsvik, Trond H.; Cocks, L. Robin M. (1 de novembro de 2013). «Gondwana from top to base in space and time». Gondwana Research (em inglês) (3): 999–1030. ISSN 1342-937X. doi:10.1016/j.gr.2013.06.012. Consultado em 16 de julho de 2022 
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