Ginástica rítmica do Brasil

A ginástica rítmica no Brasil foi introduzida no Brasil na década de 1960 por meio da Professora Ilona Peuker, uma imigrante húngara radicada no Brasil desde década de 1950.[1][2] Teve várias denominações ao longo dos anos: foi chamada de ginástica moderna, ginástica rítmica moderna e ginástica feminina moderna. Depois, por decisão da Federação Internacional de Ginástica, passou à denominação de ginástica rítmica desportiva e, finalmente, ginástica rítmica.[3]

Atualmente, o esporte é organizado no Brasil por meio da Confederação Brasileira de Ginástica. O país ocupa papel de destaque no cenário internacional com medalhas conquistadas em competições como Jogos Sul-Americanos, Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo de Ginástica Rítmica e Gymnasíada, e acumula diversas participações em campeonatos mundiais da modalidade e nos Jogos Olímpicos.

Origens[editar | editar código-fonte]

Na década de 1960, a ginástica estava vinculada à Confederação Brasileira de Desportos, através de um Conselho de Ginástica, assim como as demais atividades esportivas. Uma das conselheiras era a Professora Ilona Peuker, que passou a dirigir a então denominada ginástica feminina moderna. A primeira equipe competitiva de ginástica rítmica no Brasil foi chamada Grupo Unido de Ginastas (GUG), criada pela Professora Ilona Peuker.[1] Outro grupo expressivo para a época foi desenvolvido em Minas Gerais, o GRUGIM, Grupo de Ginástica de Minas Gerais, sob a direção da Professora Terezinha Ribeiro Bonfim. Somente foi possível a realização do primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade quando a Professora Ilona foi orientada a ceder parte de suas atletas para o antigo Estado da Guanabara, o que possibilitou, com três federações (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Guanabara), a realização do primeiro Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica, em 1971.[2] A primeira campeã brasileira no individual geral foi Geísa Bernardes.[4] O segundo campeonato brasileiro da modalidade foi realizado novamente apenas em 1974, e a campeã no individual geral foi Maria Inês Machado.[2]

Competições internacionais[editar | editar código-fonte]

Jogos Olímpicos[editar | editar código-fonte]

O Brasil participou da estreia olímpica da ginástica rítmica em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, com a ginasta Rosana Favilla.[5][3] Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Marta Schonhorst conseguiu a 41ª colocação entre as 43 ginastas que disputaram o evento.[5][3] Em 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, o conjunto brasileiro conseguiu o seu melhor resultado em uma Olimpíada, ficando em oitavo lugar.[5] Em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas, o conjunto nacional se classificou à final e também terminou em oitavo lugar.[3] Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 a ginasta Natália Gaudio alcançou a melhor posição histórica para uma ginasta individual brasileira, o 23º lugar.[6]

Campeonatos mundiais[editar | editar código-fonte]

A primeira participação brasileira em um campeonato mundial da modalidade foi em 1971. A ginasta Deise Barros foi a principal representante do país naquele ano.[1] No Campeonato Mundial de 1975 as ginastas brasileiras conquistaram aquelas que perduram, até 2020, como as melhores posições do país no evento: 16ª posição no individual geral para Ines Oliveira e 7º posição na competição geral de conjuntos. Naquele ano, no entanto, as principais potências da época como União Soviética, Bulgária e Checoslováquia, não participaram da competição. As melhores posições alcançadas posteriormente, em campeonatos mundiais com participação de todos os principais países da modalidade, foram o 8º lugar na competição geral de conjuntos no Campeonato Mundial de 2002 e o 31º lugar no individual geral para Bárbara Domingos no Campeonato Mundial de 2019.[7]

Copas do Mundo de Ginástica Rítmica[editar | editar código-fonte]

O Brasil é o único país da América Latina e América do Sul a conquistar uma medalha em uma etapa da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, obtida em 2013, na etapa de Minsk, na Bielorrússia.[8]

Campeonato dos Quatro Continentes[editar | editar código-fonte]

O Campeonato dos Quatro Continentes foi uma competição oficial criada pela Federação Internacional de Ginástica e disputado entre 1978 e 2001. Ginastas brasileiras conquistaram medalhas nas edições de 1978, 1980 e 2001. As edições de 1980 e 2001 foram realizadas no Brasil; a primeira na cidade do Rio de Janeiro e a segunda em Curitiba.[9]

Jogos Pan-Americanos[editar | editar código-fonte]

A estreia da modalidade em Jogos Pan-Americanos ocorreu em 1987, apenas com a participação de ginastas individuais. Naquele ano, as ginastas brasileiras não conquistaram medalhas. Na edição seguinte, em 1991, os conjuntos passaram a se apresentar e as ginastas brasileiras conquistaram a primeira medalha na história da competição. Em 1995 o conjunto foi o responsável novamente por trazer uma medalha; esta, aliás, foi a única medalha conquistada pela ginástica brasileira, já que a ginástica artística não conquistou medalhas na edição daquele ano. Em 1999, a equipe brasileira que conquistou a primeira medalha de ouro na história da competição era formada apenas por ginastas da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR).[5]. A instituição é considerada o berço e maior centro de treinamento de ginástica rítmica no país.[5]

A edição dos Ginástica nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, representou a participação mais vitoriosa do Brasil na modalidade até então, quando o país conseguiu três medalhas de ouro e uma medalha de bronze.[3] Pela primeira vez, uma ginasta individual conquistou uma medalha -- Tayanne Mantovaneli, que obteve o bronze no aparelho maças. As ginastas brasileiras realizaram campanha similar àquela de Santo Domingo no ano de 2007, nos Jogos Pan-Americanos realizados na cidade do Rio de Janeiro. Mais uma vez, o país obteve três medalhas de ouro e uma medalha de bronze. Em número total de medalhas, a melhor campanha brasileira aconteceu nos Jogos Pan-Americanos de 2011 com sete conquistas: três medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze. Aqui, destaca-se a participação da ginasta Angélica Kvieczynski, responsável por quatro das sete medalhas.

Em 2015, novamente os destaques foram o conjunto, com duas medalhas de ouro e uma de prata, e Angélica Kvieczynski, que conquistou duas medalhas de bronze. A edição de 2019 foi a primeira vez em que todas as competidoras brasileiras conquistaram uma medalha. O conjunto conquistou uma medalha de ouro e duas de bronze, enquanto as ginastas Natália Gaudio e Bárbara Domingos conquistaram, respectivamente, o bronze no individual geral e a prata na fita. Entre 1991 e 2019, o conjunto brasileiro obteve medalhas em todas as provas disputadas nos Jogos Pan-Americanos, somando 13 medalhas de ouro, 2 de prata e 3 de bronze.

Referências