Filme gótico romântico

O filme gótico romântico também chamado de filme de romance gótico é um filme gótico com apelo e foco no feminino. Diane Waldman escreveu no Cinema Journal que o cinema gótico em geral "permite a articulação do feminino, o medo, a raiva e a desconfiança da ordem patriarcal" e que tais filmes durante a II Guerra Mundial e, posteriormente, deu enfâse ao "lugar incomum na afirmação da percepção feminina, interpretação e experiência vivida". Entre 1940 e 1948, o filme de romance gótico foi predominante em Hollywood, sendo produzido por conhecidos diretores e atores. Os melhores e mais conhecidos filmes da época foram Rebecca (1940), a Suspeita (1941), e À Meia Luz (1944). Filmes menos conhecidos foram Correntes Ocultas (1946) e Sonha, Meu Amor (1948). Waldman descreve o tropo destes filmes góticos como: "Uma jovem mulher inexperiente conhece um belo homem mais velho por quem ela é, alternadamente, atraída e repelida."[1] Outros filmes da década incluem Seu Milagre de Amor (1945) e Tarde Demais (1949).[2]

Os filmes góticos românticos da década de 1940, muitas vezes, continham a "motivação Barba Azul", no sentido de que na casa há uma certa parte que é proibida para ser usada, ou até mesmo fechada totalmente.[3] Nos filmes, o quarto proibido é uma metáfora para a experiência reprimida da heroína, e abrir a sala é uma catarse em um momento do filme.[4] Além disso, o design das casas nestes filmes cria a "desorientação espacial [que] gera medo e uma estranha inquietação".[5]

Em 2015, o diretor Guillermo del Toro lançou o filme de romance gótico, Crimson Peak. Ele disse que esses filmes tinham sido "brilhantemente escrito por mulheres e, em seguida, apresentado em filmes de diretores do sexo masculino que reduz a potência das personagens femininas". Para Crimson Peak, ele buscava reverter este tropo.[6]

Referências

  1. Waldman 1984, p. 29
  2. McKee 2014, p. 163
  3. Jacobs 2007, p. 38
  4. Jacobs 2007, p. 39
  5. Jacobs 2007, p. 184
  6. Dockterman, Eliana (8 Outubro 2015). «Crimson Peak Arms the Damsel With a Knife». Time. Consultado em 15 de outubro de 2015 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Jacobs, Steven (2007). The Wrong House: The Architecture of Alfred Hitchcock. [S.l.]: nai010 publishing. ISBN 978-90-6450-637-6 
  • McKee, Alison L. (2014). The Woman's Film of the 1940s: Gender, Narrative, and History. Col: Routledge Advances in Film Studies. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-135-05370-3 
  • Waldman, Diane (Inverno 1984). «'At Last I Can Tell It to Someone!': Feminine Point of View and Subjectivity in the Gothic Romance Film of the 1940s». Cinema Journal. 23 (2): 29–40. doi:10.2307/1225123 

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