Fatos Nano

Fatos Nano
Fatos Nano
Fatos Nano
34.º Primeiro-ministro da Albânia Albânia
Período 31 de julho de 2002
a 11 de março de 2005
Antecessor(a) Pandeli Majko
Sucessor(a) Sali Berisha
30.º Primeiro-ministro da Albânia Albânia
Período 24 de julho de 1997
a 2 de outubro de 1998
Antecessor(a) Bashkim Fino
Sucessor(a) Pandeli Majko
25.º Primeiro-ministro da Albânia Albânia
Período 22 de fevereiro de 1991
a 5 de junho de 1991
Antecessor(a) Adil Çarçani
Sucessor(a) Ylli Bufi
Dados pessoais
Nascimento 16 de setembro de 1952 (71 anos)
Tirana,  Albânia
Alma mater Universidade de Tirana
Primeira-dama Rexhina Nano (1976-2001)
Xhoana Nano (2002-presente)
Partido PPSh (1978-1991)
PSSh (1991-presente)
Profissão Economista
Assinatura Assinatura de Fatos Nano

Fatos Thanas Nano (Tirana, 16 de setembro de 1952), mais conhecido como Fatos Nano, é um economista e político albanês que serviu como primeiro-ministro da Albânia por 3 mandatos, tendo sido o 1º primeiro-ministro do país após sua redemocratização em 1991. Nano é formado em Economia Política e obteve um PhD em Economia pela Universidade de Tirana.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Após a queda da República Popular Socialista da Albânia em 1991, foi nomeado primeiro-ministro do governo de transição, cujo propósito era organizar a primeira eleição parlamentar do país. Poucos meses depois, após diversos protestos e greves, ele renunciou ao cargo, sendo sucedido pelo correligionário socialista Ylli Bufi. Entretanto, ainda em 1991, foi eleito líder do recém-fundado Partido Socialista da Albânia (PSSh), sucessor legal do extinto Partido do Trabalho da Albânia (PPSh).

Acusações de corrupção e prisão[editar | editar código-fonte]

Na eleição parlamentar de 1992, elegeu-se deputado pelo distrito de Kuçovë, porém o oposicionista Partido Democrático da Albânia (PDSh) foi o partido mais votado nas eleições e formou governo, sendo liderado à época pelo primeiro-ministro Aleksandër Meksi e pelo presidente Sali Berisha. Enquanto líder da oposição, suas críticas sistemáticas ao estilo autoritário de governo do presidente e à incapacidade do novo governo de centro-direita em promover reformas estruturais fizeram-lhe sofrer uma série de represálias políticas por parte da bancada do PDSh, que abriu inquérito parlamentar para investigar suspeitas de corrupção e abuso de poder econômico na gestão de fundos de ajuda humanitária mantidos pelo governo da Itália para fornecer suporte material às famílias albanesas durante a grave crise econômica que a Albânia enfrentou no início da década de 1990. Com o avanço das investigações, o procurador-geral Alush Dragoshi protocolou junto ao Parlamento da Albânia pedido de suspensão da imunidade parlamentar de Nano para que se cumprisse a ordem de prisão preventiva expedida pela justiça albanesa. Em 27 de julho de 1993, a maioria governista no parlamento aprovou a cassação da imunidade parlamentar de Nano, que acabou preso 4 dias depois.[1]

Saída da prisão e novos mandatos[editar | editar código-fonte]

Em 1994, esquemas de pirâmides financeiras surgiram na Albânia. Seu colapso total em 1997 causou uma revolta popular armada que forçou o presidente Sali Berisha a renunciar ao cargo.[2][3] Nano, por sua vez, foi inocentado em seu julgamento e libertado. No mesmo ano, após a vitória do PSSh na eleição parlamentar, Nano foi novamente indicado como primeiro-ministro pelo presidente eleito Rexhep Meidani. No ano seguinte, teve que renunciar após uma tentativa de golpe de Estado levada a cabo por militantes mais radicais do PDSh na ocasião do funeral de um líder da oposição, Azem Hajdari. Tal manobra radical custou caro à oposição, que viu o PSSh vencer novamente a eleição parlamentar de 2001 e após um impasse político ocasionado por boicote às funções parlamentares levado à cabo pelo PDSh, Nano tornou-se novamente primeiro-ministro, indicado dessa vez pelo presidente Alfred Moisiu.

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Entretanto, o PSSh acabou sendo derrotado na eleição parlamentar de 2005, perdendo sua maioria parlamentar justamente para o PDSh, que fechou acordos políticos com partidos menores à direita e lançou o ex-presidente Sali Berisha como primeiro-ministro do novo governo. Em 1º de setembro de 2005, Nano renunciou à presidência do PSSh.

Em 20 de junho de 2007, Nano disputou o 1º turno da eleição indireta para a presidência da República para suceder Alfred Moisiu. Entretanto, a maioria da bancada parlamentar de seu próprio partido não o apoiou, preferindo boicotar a eleição. Com isso, recebeu somente 3 votos enquanto que Bamir Topi, deputado do PDSh, recebeu 75 votos. Mesmo assim, Topi não recebeu votos suficientes para se eleger no 1º turno de votação, pois é necessária uma maioria de 3/5 do Parlamento da Albânia (o que corresponde a 84 deputados) para que a eleição presidencial tenha um vencedor.[4][5] Um 2º turno ocorreu dias depois, em 8 de julho, e novamente os parlamentares não chegaram a um consenso sobre a escolha do novo presidente, tendo Nano recebido dessa vez 9 votos, enquanto Topi recebeu 74.

Um 3º turno ocorreu na semana seguinte, em 14 de julho. Nano renunciou à sua candidatura e passou a apoiar a candidatura do independente Neritan Ceka, que recebeu 32 votos contra 50 de Topi. Caso persistisse a dificuldade de eleger um presidente teriam que ser convocadas novas eleições parlamentares.[6] Entretanto, no 4º turno, em 20 de julho, o impasse político teve fim quando Topi obteve 85 votos e sagrou-se vencedor.[7]

Referências

  1. Facebook; Twitter; options, Show more sharing; Facebook; Twitter; LinkedIn; Email; URLCopied!, Copy Link; Print (31 de julho de 1993). «Ex-Albanian Leader Arrested, Accused of Abusing Power». Los Angeles Times (em inglês). Consultado em 21 de maio de 2022 
  2. Albania under the shadow of the pyramids, Carlos Elbirt (Transition Newsletter), 1997.
  3. Anarchy of thugs menaces Albania, Jane Perlez (The New York Times), 2 de março 1997.
  4. "Albanian parliament set to vote for new president", Associated Press (International Herald Tribune), 8 de julho de 2007.
  5. "Albania edges toward elections after presidential vote fails", Associated Press (International Herald Tribune), 9 de julho de 2007.
  6. "Standoff in Parliamentary Ballot to Pick New Albanian President", birn.eu.com, 11 de julho de 2007.
  7. "Albania's new president Bamir Topi sworn in", Associated Press (International Herald Tribune), 24 de julho de 2007.