Ezequiel de Campos

Ezequiel de Campos
Ezequiel de Campos
Ezequiel Pereira de Campos.
Nascimento 12 de dezembro de 1874
Beiriz
Morte 26 de agosto de 1965
Leça do Balio
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação engenheiro civil, escritor, economista
Prêmios
  • Oficial da Ordem Militar de Cristo
Empregador(a) Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Ezequiel Pereira de Campos OC (Póvoa de Varzim, Beiriz, 12 de Dezembro de 1874Matosinhos, Leça do Balio, 26 de Agosto de 1965) foi um engenheiro, economista, escritor e político português.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi aluno da Academia Politécnica do Porto que lhe concedeu o grau de Engenheiro Civil de obras públicas em 1898. E foi como engenheiro de obras públicas que embarcou para São Tomé e Príncipe no ano seguinte e onde permaneceu até 1911. Quando regressou, sendo Deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911, onde apresentou um Projecto de Lei de Utilização de Terrenos Incultos[2], e tornando-se professor catedrático no Instituto Superior de Comércio e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Ezequiel de Campos foi ministro da Agricultura no governo de José Domingues dos Santos (de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925), e de 3 a 5 de Junho de 1926; chefe da Brigada de Estudos Hidráulicos dos rios Douro, Cávado e Tejo; director dos Serviços Municipalizados de Gás e Electricidade do Porto; procurador à Câmara Corporativa (1935) com intervenções nas áreas da electricidade, das finanças, da economia geral e da administração pública. Participou, ainda, na fundação do grupo doutrinário e crítico da Seara Nova, evidenciando as suas preocupações cívicas pelo país real e encontra-se colaboração da sua autoria nas revistas Homens Livres [3] (1923) e Pela Grei[4] (1918-1919).

Em termos políticos, cultivou a equidistância, trocando correspondência de cariz intelectual, tanto com António Sérgio, como com António de Oliveira Salazar[5].

Ezequiel de Campos entregou-se devotadamente a trabalhos de investigação, teórica e prática, nos domínios da hidráulica -- problemas de irrigação do Alentejo, levantamento topográfico e determinação das bacias hidrográficas, estudo do aproveitamento hidroeléctrico da bacia do Douro — e da electrificação—projectos diversos para a cidade do Porto, para o noroeste e para todo o país.

Um aspecto da sua acção cívica e visão de conjunto está bem patente na obra Prólogo do Plano da Cidade do Porto (1932) onde, ultrapassando as circunscrições administrativas existentes, apresenta um plano de ordenamento territorial integrado, abrangendo o Porto e os concelhos limítrofes[6]. Defende, nomeadamente, a criação de um espaço verde junto à Estrada da Circunvalação: o actual Parque da Cidade[7].

A 8 de Maio de 1959 foi feito Oficial da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[8]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • "A fase transitória da electrificação portuguesa", in Boletim da Ordem dos Engenheiros, Ano I, n.º 2, Fevereiro 1937, página 40–43
  • "Electrificação", in Revista da Ordem dos Engenheiros, Ano IV, n.º 27, Março 1946, página 162–180
  • Textos de Economia e Política Agrária e Industrial, 1918-1944, Introdução e direcção de Fernando Rosas, Lisboa, Banco de Portugal, 1998
  • "A Electrificação do País e sua influência no Comércio da cidade do Porto" in Gazeta dos Caminhos de Ferro, n.º 1083, 1 de Fevereiro de 1933, p. 75-77; (cont.) no n.º 1084, 16 de Fevereiro de 1933, página 121–123
  • Lázaro! Subsídios para a Política Portuguesa, Tomo II, Porto, Empresa Industrial Gráfica do Porto, 1928
  • Para a ressurreição de Lázaro, Porto, Empresa Industrial Gráfica do Porto, 1931
  • Prólogo do Plano da Cidade do Porto, Porto, 1932
  • Pregação no Deserto, Porto, Lello & Irmão, 1948

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]