Eulália Maria Lahmeyer Lobo

Eulália Maria Lahmeyer Lobo
Conhecido(a) por primeira mulher a doutorar-se em história no Brasil
Nascimento 17 de julho de 1924
Rio de Janeiro, RJ
Morte 31 de maio de 2011 (79 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Instituições Universidade Federal do Rio de Janeiro
Campo(s) história

Eulália Maria Lahmeyer Lobo (Rio de Janeiro, 17 de julho de 1924 — Rio de Janeiro, 31 de maio de 2011) foi uma historiadora brasileira, primeira mulher a doutorar-se em história no Brasil.[1] No registro de Ronaldo Vainfas, "Foi uma pioneira na historiografia brasileira, principalmente na História da América, nos anos 1950, publicando textos importantíssimos, como ‘Administração colonial luso espanhola’ que faz uma comparação entre a administração centralizada espanhola e a descentralizada, portuguesa".[2]

Biografia e carreira[editar | editar código-fonte]

Filha de Antônio Dias Leite, imigrante português e Georgette Furquim Lahmeyer Leite, sua mãe descendia da família do Barão de Vassouras e de imigrantes alemães e franceses. Nasceu no bairro de Botafogo. É irmã de Antônio Dias Leite Júnior, ministro de Minas e Energia no governo Médici.[3] No ginásio foi aluna de Américo Jacobina Lacombe, de História, o que a influenciou.[4] Recebeu educação em casa, professora Nair Lopes, fazendo o ginasial no Colégio Jacobina.

Formou-se no ano de 1944, pela Universidade do Brasil, em Geografia e História, onde se doutorou na década seguinte em História da América. Nos anos de 1980 passou a lecionar na Universidade Federal Fluminense até se tornar professora emérita em 1998; também lecionou a matéria na Universidade Federal do Rio de Janeiro de 1963 até 1985, quando recebeu da UFRJ o título de professora emérita.[5]

Durante a ditadura militar brasileira, sofreu perseguições do regime, foi expurgada em 1965, ficando largo período afastada do magistério.[4][3]

Atuou como visitante em diversas instituições, dentre as quais a University of Texas System, o Occidental College ou a Universidade Portucalense Infante D. Henrique.[5]

Faleceu em 31 de maio de 2011, aos 79 anos.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Dentre as diversas obras que escreveu e organizou, destacam-se:

  • História político-administrativa da agricultura brasileira: 1808-1889
  • América Latina Contemporânea, Zahar, 1970
  • Estudos Sobre a Rio Light, 2008 (coord. c/ Maria B. Levy)
  • Imigração Portuguesa no Brasil, Hucitec, 2001
  • Rio de Janeiro Operario, Access, 1992
  • História do Rio de Janeiro (2 vol.), Ibmec, 1978.

Referências

  1. «Pioneiras da Ciência no Brasil» (PDF) 
  2. Ronaldo Pelli (1 de junho de 2011). «Historiadora pioneira». Revista de História da Biblioteca Nacional. Consultado em 30 de julho de 2011. Arquivado do original em 14 de março de 2012 
  3. a b Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Escancarada 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca. 526 páginas. ISBN 978-85-8057-408-1 
  4. a b Ronaldo Vainfas (1992). «Entrevista com Eulália Maria Lahmeyer Lobo». Biblioteca Digital FGV. Consultado em 30 de julho de 2011 
  5. a b «MORRE EULÁLIA MARIA LAHMEYER LOBO». ANPUH. 2 de junho de 2011. Consultado em 30 de julho de 2011. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011 
Ícone de esboço Este artigo sobre história ou um(a) historiador(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.