Estudo de Proteção do Coração

O Estudo de Proteção do Coração foi um grande ensaio clínico randomizado executado pela Unidade de Serviço de Ensaios Clínicos e financiado pelo Conselho de Pesquisa Médica (MRC) e a Fundação Britânica do Coração (BHF) do Reino Unido. Foi avaliado o uso de estatinas (sinvastatina 40 mg) e suplementação de vitaminas (vitamina E, vitamina C e beta-caroteno) em pessoas com risco de doença cardiovascular.

Resultados[editar | editar código-fonte]

Um esboço do protocolo do estudo foi publicado em 1999.[1] Resultados iniciais publicados em 2002 indicaram que as vitaminas tiveram pouco efeito sobre o risco cardiovascular, mas que a sinvastatina reduziu significativamente o risco de eventos cardiovasculares.[2] Outras publicações, em 2003 e 2004, avaliaram a eficácia da sinvastatina em pacientes com diabetes e na prevenção de AVC.[3][4] Em 2005, um artigo analisou o custo e eficácia de uma estratégia de prescrição semelhante àquela empregada no estudo.[5]

Interpretação[editar | editar código-fonte]

O Estudo de Proteção do Coração é até hoje o maior estudo sobre o uso de estatinas na prevenção de doenças cardiovasculares. Embora haja preocupações sobre efeitos colaterais associados com estatinas (miopatia e rabdomiólise), os registros desses efeitos no estudo foram raros.

O número necessário para tratar (NNT) do estudo foi de 57 pacientes para adiar uma morte e 19 para impedir que um "evento" cardiovascular (em pacientes que tomaram o medicamento sinvastatina por 5 anos) ocorresse. Não houve benefício sobre a mortalidade em mulheres, com uma estatística "p-valor" que não atingiu significância (0.08). Até 2016, não haviam sido publicadas as curvas de mortalidade Kaplan-Meier para homens e mulheres separadamente. O risco de câncer não foi significativamente menor no grupo de tratamento. Na verdade, houve apenas uma diminuição marginalmente significativa no grupo placebo, do risco de diagnóstico para cânceres de pele não-melanoma. Não houve agravamento de doença pulmonar, que era uma preocupação inicial com as estatinas, e a sinvastatina não diminuiu a osteoporose.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «MRC/BHF Heart Protection Study of cholesterol-lowering therapy and of antioxidant vitamin supplementation in a wide range of patients at increased risk of coronary heart disease death: Early safety and efficacy experience». European Heart Journal. 20 (10): 725–41. 1999. PMID 10329064. doi:10.1053/euhj.1998.1350 
  2. Heart Protection Study Collaborative Group (2002). «MRC/BHF Heart Protection Study of cholesterol lowering with simvastatin in 20 536 high-risk individuals: a randomised placebocontrolled trial». The Lancet. 360 (9326): 7–22. PMID 12114036. doi:10.1016/S0140-6736(02)09327-3 
  3. Collins, R; Armitage, J; Parish, S; Sleigh, P; Peto, R; Heart Protection Study Collaborative Group (2003). «MRC/BHF Heart Protection Study of cholesterol-lowering with simvastatin in 5963 people with diabetes: A randomised placebo-controlled trial». Lancet (London, England). 361 (9374): 2005–16. PMID 12814710. doi:10.1016/s0140-6736(03)13636-7 
  4. Collins, R; Armitage, J; Parish, S; Sleight, P; Peto, R; Heart Protection Study Collaborative Group (2004). «Effects of cholesterol-lowering with simvastatin on stroke and other major vascular events in 20536 people with cerebrovascular disease or other high-risk conditions». The Lancet. 363 (9411): 757–67. PMID 15016485. doi:10.1016/S0140-6736(04)15690-0 
  5. Mihaylova, B; Briggs, A; Armitage, J; Parish, S; Gray, A; Collins, R; Heart Protection Study Collaborative Group (2005). «Cost-effectiveness of simvastatin in people at different levels of vascular disease risk: Economic analysis of a randomised trial in 20,536 individuals». The Lancet. 365 (9473): 1779–85. PMID 15910950. doi:10.1016/S0140-6736(05)63014-0 

Veja também[editar | editar código-fonte]