Empadão goiano

Empadão Goiano em Caldas Novas

O empadão goiano é uma torta salgada típica do estado de Goiás com variados recheios.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A torta era originalmente chamada de empada ou empada goiana, até que nos anos 80 passou a ser chamada de empadão ou empadão goiano, talvez para distingui-las das empadas e empadinhas que estariam se popularizando.[1]

Preparo[editar | editar código-fonte]

Via de regra, a torta é assada em fôrma, forrada com a própria massa, normalmente redonda e geralmente servida quente. Seu tamanho contudo varia muito. Um empadão individual tem 14 ou 15 centímetros de diâmetro, mas são comuns os de 20 centímetros, e podem chegar a mais de 35 centímetros.[2]

O recheio também varia bastante. A carne predominante é o frango, geralmente peito, acompanhado de lombo ou pernil de porco. Não há uma receita definida, o ideal é que se tenha liberdade para aproveitar restos de frango, peru, carne de porco ou linguiça.[3]

Além da carne, são ingredientes básicos, o queijo de minas, a guariroba e azeitonas em molho à base de tomate. Existem contudo muitas variações, nas quais é comum o acréscimo de milho verde, ovos, vários tipos de pimenta e legumes.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Empadão Goiano da cidade de Goiás

Alguns dos ingredientes ordinariamente encontrados no empadão podem ser obtidos em Goiás mesmo, ao passo que outros têm que ser trazidos de outros lugares, como a farinha de trigo e as azeitonas. Assim, pode-se inferir que o empadão deve ter tomado suas formas atuais no contexto da expansão da fronteira agrícola do estado, da implantação e expansão de ferrovias e rodovias, e da transferência da capital para Goiânia.[4]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Muito apreciado em Goiás, especialmente na cidade de Goiás, a torta é considerada um produto da identidade goiana. Como um dos pratos regionais mais conhecidos no Brasil, está em processo de reconhecimento como Patrimônio de Natureza Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).[5]

Por esse valor simbólico, o empadão é consumido com uma certa ritualização.[2] Isto pode ser constatado comparando-se as ocasiões em que é servido com aquelas em que se servem empadas ou empadinhas, que seriam parecidas se não fosse pelo tamanho e pelo significado simbólico. Empadinhas são normalmente encomendadas e servidas em aniversários, casamentos e reuniões comerciais (em meio a muitas outras quitandas) enquanto o empadão goiano é preparado em casa e servido em casa, em datas festivas e reuniões familiares (freqüentemente como prato principal).[2].

O empadão pode ser todavia encontrado para comercialização, geralmente em barracas de feiras ou restaurantes de culinária regional. As empadas e empadinhas, por sua vez, são comercializadas em panificadoras, confeitarias, lanchonetes ou supermercados.

Referências

  1. a b FERNANDES, C. 2005. Viagem Gastronômica através do Brasil, 7ª ed. São Paulo: Senac.
  2. a b c PÉCLAT, G. 2009. Empadão Goiano: Expressão de práticas festivas e ecológicas. Revista de Ciências Humanas da Faculdade Estácio de Sá de Goiás 1:139-150
  3. HAMILTON, C. 2005. Brazil: A culinary journey. Nova Iorque: Hippocrene Books.
  4. PÉCLAT, G. 2004. O Empadão goiano no tempo e na história. Revista do cerrado. Página visitada em 23 de maio de 2011.
  5. Patrimônio Gastronômico. Jornal Opção. Página visitada em 23 de maio de 2011.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  1. «Receita de empadão goiano». Consultado em 23 de maio de 2011