Eleições gerais no Brasil em 1986

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Eleições Gerais de 1986
487 Deputados Federais
953 Deputados Estaduais
49 Senadores
23 Governadores
15 de novembro de 1986
PMDB - Ulysses Guimarães (SP)
Representantes obtidos: 260  30%
Senadores obtidos: 38  322.2%
  
54.4%
PFL - Jorge Bornhausen (SC)
Representantes obtidos: 118  11700%
Senadores obtidos: 7  600%
  
24.2%
PDS - Paulo Maluf (SP)
Representantes obtidos: 33  86%
Senadores obtidos: 2  86.7%
  
6.8%
PDT - Leonel Brizola (RJ)
Representantes obtidos: 24  4.3%
Senadores obtidos: 1  0%
  
5%
PTB - Ricardo Ribeiro (SP)
Representantes obtidos: 17  30.8%
Senadores obtidos: 0  
  
3.5%
PT - Lula da Silva (SP)
Representantes obtidos: 16  100%
Senadores obtidos: 0  
  
3.3%
Governadores eleitos por partido
Eleições gerais no Brasil em 1986
  PMDB (22)
  PFL (1)
Câmara dos Deputados
Eleições gerais no Brasil em 1986
  PDS: 33 cadeiras
  PTB: 17 cadeiras
  PFL: 118 cadeiras
  PDC: 5 cadeiras
  PL: 6 cadeiras
  PSC: 1 cadeira
  PMDB: 260 cadeiras
  PSB: 1 cadeira
  PDT: 24 cadeiras
  PT: 16 cadeiras
  PCdoB: 3 cadeiras
  PCB: 3 cadeiras
Senado Federal
Eleições gerais no Brasil em 1986
  PDS: 2 cadeiras
  PFL: 7 cadeiras
  PMB: 1 cadeira
  PMDB: 38 cadeiras
  PDT: 1 cadeira
Tribunal Superior Eleitoral
Parte da série sobre
Política do Brasil
Portal do Brasil

As eleições gerais no Brasil em 1986 aconteceram em 15 de novembro (sábado) e mobilizaram 69.166.810 eleitores[1] num pleito disputado em meio à euforia causada pelo Plano Cruzado. A porfia resultou em uma vitória quase unânime do PMDB que fez vinte e dois governadores em vinte e três possíveis e fez a maioria dentre os 49 senadores eleitos, 487 deputados federais e o maior número dos 953 deputados estaduais, tendo sido a última vez na história que um partido obteve maioria absoluta no parlamento Brasileiro, dispensando a necessidade de uma coalizão. Pela primeira vez na história o Distrito Federal elegeu sua representação política.[nota 1] Os eleitos comporiam a 48ª legislatura (1987-1991) e ficaram responsáveis pela elaboração da Constituição de 1988 em Assembléia Nacional Constituinte.

Governadores eleitos[editar | editar código-fonte]

Nesta eleição desapareceu a figura do voto vinculado.

Estado Governador Partido Vice-governador Detalhes
Acre Flaviano Melo[2] PMDB Edison Cadaxo AC 1986
Alagoas Fernando Collor[nota 2] PMDB Moacir Andrade AL 1986
Amazonas Amazonino Mendes[2] PMDB Vivaldo Frota AM 1986
Bahia Waldir Pires[nota 3] PMDB Nilo Coelho BA 1986
Ceará Tasso Jereissati PMDB Francisco de Castro CE 1986
Espírito Santo Max Mauro PMDB Carlos Cunha ES 1986
Goiás Henrique Santillo PMDB Joaquim Roriz[nota 4] GO 1986
Maranhão Epitácio Cafeteira[2] PMDB João Alberto MA 1986
Mato Grosso Carlos Bezerra[nota 5] PMDB Edison Oliveira MT 1986
Mato Grosso do Sul Marcelo Miranda PMDB George Takimoto MS 1986
Minas Gerais Newton Cardoso PMDB Júnia Marise[3] MG 1986
Pará Hélio Gueiros PMDB Hermínio Calvinho PA 1986
Paraíba Tarcísio Buriti PMDB Raimundo Asfora[nota 6] PB 1986
Paraná Álvaro Dias PMDB Ary Queiroz PR 1986
Pernambuco Miguel Arraes[nota 7] PMDB Carlos Wilson PE 1986
Piauí Alberto Silva PMDB Lucídio Portela[3] PI 1986
Rio de Janeiro Moreira Franco PMDB Francisco Amaral RJ 1986
Rio Grande do Norte Geraldo Melo PMDB Garibaldi Alves[nota 8] RN 1986
Rio Grande do Sul Pedro Simon[2] PMDB Sinval Guazzelli RS 1986
Rondônia Jerônimo Santana PMDB Orestes Muniz RO 1986
Santa Catarina Pedro Ivo[nota 9] PMDB Casildo Maldaner SC 1986
São Paulo Orestes Quércia PMDB Almino Afonso SP 1986
Sergipe Antônio Carlos Valadares PFL Benedito de Figueiredo SE 1986

Governador do Tocantins[editar | editar código-fonte]

Com a promulgação da constituição de 1988 foi criado o estado do Tocantins, desmembrado do estado de Goiás. Em novembro de 1988 foram realizadas eleições para a escolha do Governador, Deputados e Senadores do novo estado. O então Deputado Federal Siqueira Campos do PDC foi eleito para um mandato de dois anos a se encerrarem após 1990.

Senadores eleitos[editar | editar código-fonte]

Desapareceu o voto vinculado, entretanto a sublegenda ainda vigorava. Foram reeleitos cinco dos senadores biônicos escolhidos em 1978, Afonso Camargo (PR), Alexandre Costa (MA), João Calmon (ES), Jutahy Magalhães (BA) e Saldanha Derzi (MS).

Estado Senador Partido Suplentes
Acre Aloizio Bezerra
Nabor Júnior
PMDB
PMDB
Zamir Teixeira e Emilio Assmar Sobrinho.

Natalino Brito Filho e Rui Lino.

Alagoas Divaldo Suruagy[4]
Teotônio Vilela Filho
PFL
PMDB
Carlos Lyra e Jose Valdomiro Mota.

Rubens Vilar e João do Nascimento Filho.

Amazonas Carlos Alberto de Carli
Fábio Lucena[nota 10]
PMDB
PMDB
Gilberto Miranda[nota 11]
Áureo Melo
Bahia Jutahy Magalhães
Rui Bacelar
PMDB
PMDB
Jair da Silva Brasileiro e Ana Teresa Matos.

Luciano Ribeiro Santos e Adauvo Nunes Dourado.

Ceará Cid Sabóia de Carvalho
Mauro Benevides
PMDB
PMDB
Esmerino Oliveira Arruda Coelho e Nestor Nogueira de Vasconcelos.

Djalma Eufrásio e Humberto Esmeraldo Barreto.

Distrito Federal Maurício Corrêa[nota 12]
Meira Filho
Pompeu de Sousa[nota 13]
PDT
PMDB
PMDB
Pedro Teixeira
Lindberg Aziz Cury
-
Espírito Santo Gerson Camata
João Calmon
PMDB
PMDB
Joaquim Beato e Waldemar Zamprogna.

Camilo Cola e Humberto Esmeraldo Barreto.

Goiás Iram Saraiva[nota 14]
Irapuan Costa Júnior
PMDB
PMDB
Jacques Silva de Souza.

Max Lânio Gonzaga Jaime.

Maranhão Alexandre Costa
Edison Lobão[nota 15]
PFL
PFL
Belo Parga
Magno Bacelar
Mato Grosso Louremberg Nunes Rocha
Márcio Lacerda
PMDB
PMDB
Gastão Muller e ...

Jose Pedro Rodrigues Gonçalves. e ...

Mato Grosso do Sul Saldanha Derzi
Wilson Martins[4]
PMDB
PMDB
João Totó da Câmara e Adir Pires Maia.

Roberto Orro e Alderbaro de Macedo Kautau Filho.

Minas Gerais Alfredo Campos
Ronan Tito
PMDB
PMDB
Hugo Modesto Gontijo e João Bosco Murta Lages.

Jorge Ferraz e Paulo Irmensul Rogelo.

Pará Almir Gabriel[4]
Jarbas Passarinho[nota 16]
PMDB
PDS
Vicente Queiroz e Clóvis Ferro Costa.

Osiel Carneiro.

Paraíba Humberto Lucena
Raimundo Lira
PMDB
PMDB
Armando Klabim e Francisco Haroldo Lucena.

Arnaldo Bezerra Lafayete e Sinval Gonçalves Ribeiro.

Paraná Afonso Camargo[nota 17]
José Richa
PMDB
PMDB
Enéas Faria
Sílvio Name
Pernambuco Antônio Farias[nota 18]
Mansueto de Lavor
PMB
PMDB
Ney de Albuquerque Maranhão e Ivan Rodrigues da Silva.

Luis Piaulyno de Melo e Petronilo Santa Cruz de Oliveira.

Piauí Chagas Rodrigues
Hugo Napoleão[nota 19]
PMDB
PFL
Murilo Rezende
Álvaro Pacheco
Rio de Janeiro Afonso Arinos[nota 20]
Nelson Carneiro
PFL
PMDB
Hidekel Menezes Freitas Lima e Rockfeller Felisberto de Lima.

Jose Colagrossi Filho e Helio Fernandes.

Rio Grande do Norte José Agripino Maia[nota 21]
Lavoisier Maia
PFL
PDS
Dario Pereira e Alvaro Alberto Barreto.

Moacir Duarte e Luis Maria Alves.

Rio Grande do Sul José Fogaça
José Paulo Bisol
PMDB
PMDB
João Gilberto Lucas Coelho e Jarbas Pires Machado.

Odacir Klein e Paulo Egon Widerkehr.

Rondônia Olavo Pires[nota 22]
Ronaldo Aragão
PMDB
PMDB
Amir Lando
Djair Prieto
Santa Catarina Dirceu Carneiro
Nelson Wedekin
PMDB
PMDB
Cid César de Almeida Pedroso e Márcio Luis Berezoski.

Evilásio Vieira e Altair Jose de Marco.

São Paulo Fernando Henrique Cardoso[nota 23]
Mário Covas[4]
PMDB
PMDB
Eva Alterman Blay e Osvaldo de Oliveira Ribeiro.

Marcos Ribeiro de Mendonça e Joaquim dos Santos Andrade.

Sergipe Francisco Rollemberg
Lourival Batista
PMDB
PFL
Seixas Dória e Hamilton Maciel.

Antonio Fernandes Viana de Assis e ...

Senadores do Tocantins[editar | editar código-fonte]

Três senadores foram eleitos em 1988 no recém criado estado do Tocantins. Devido ao princípio da concomitância eleitoral, os dois senadores mais votados teriam seis anos de mandato a se encerrarem após 1994 e o terceiro senador mais votado teria dois anos de mandato a se encerrarem após 1990.

Estado Senador Partido Suplentes
Tocantins Moisés Abrão
Carlos Patrocínio
Antônio Luiz Maia[nota 24]
PDC
PTB
PDT

Deputados Federais[editar | editar código-fonte]

Graças ao sucesso do Plano Cruzado as maiores bancadas couberam ao PMDB e ao seu aliado o PFL que dominaram assim a Câmara dos Deputados. Apenas o território federal de Fernando de Noronha[nota 25] não elegeu representantes.

UF PMDB PFL PDS PDT PTB PT PL PDC PCB PCdoB PSC PSB Total
Acre 05 01 02 08
Alagoas 04 04 01 09
Amapá 01 03 04
Amazonas 03 03 01 01 08
Bahia 22 14 01 02 39
Ceará 12 06 03 01 22
Distrito Federal 04 03 01 08
Espírito Santo 07 02 01 10
Goiás 12 02 03 17
Maranhão 08 08 02 18
Mato Grosso 05 02 01 08
Mato Grosso do Sul 04 03 01 08
Minas Gerais 35 10 03 01 01 03 53
Pará 13 02 02 17
Paraíba 07 04 01 12
Paraná 24 05 01 30
Pernambuco 13 11 01 25
Piauí 02 05 03 10
Rio de Janeiro 13 07 01 13 03 02 05 01 01 46
Rio Grande do Norte 04 03 01 08
Rio Grande do Sul 17 02 05 05 02 31
Rondônia 05 03 08
Roraima 02 02 04
Santa Catarina 09 03 04 16
São Paulo 28 06 04 02 09 08 01 01 01 60
Sergipe 03 04 01 08
Total 260 118 33 24 17 16 06 05 03 03 01 01 487
Percentual 53,39% 24,23% 6,78% 4,93% 3,49% 3,28% 1,23% 1,03% 0,62% 0,62% 0,20% 0,20% 100%

Deputados Federais do Tocantins[editar | editar código-fonte]

O recém criado estado do Tocantins realizou eleições em 1988 nas quais 8 representantes foram eleitos para representar o estado na Câmara dos Deputados Federais.

UF PMDB PDS PDC PSDB Total
Tocantins 03 02 02 01 08

Eleitorado por unidade federativa[editar | editar código-fonte]

As informações a seguir foram extraídas do Anuário Estatístico do Brasil, edição de 1989, disponível na Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.[5]

Unidade Federativa Eleitorado Percentual Variação
 São Paulo 15.920.473 23,02%
 Minas Gerais 7.938.417 11,48%
 Rio de Janeiro 7.138.362 10,32%
 Rio Grande do Sul 4.985.636 7,21%
Bahia Bahia 4.807.541 6,95%
 Paraná 4.313.837 6,24%
 Pernambuco 3.150.552 4,55%
 Ceará 2.851.185 4,12%
 Santa Catarina 2.302.270 3,33%
 Goiás 2.160.701 3,12%
Pará Pará 1.748.646 2,53%
 Maranhão 1.726.827 2,50%
 Paraíba 1.464.280 2,12%
 Espírito Santo 1.158.985 1,68%
 Piauí 1.074.552 1,55%
 Rio Grande do Norte 1.068.878 1,54%
 Alagoas 990.886 1,43%
 Mato Grosso 825.531 1,19%
 Mato Grosso do Sul 820.142 1,19%
 Distrito Federal 728.543 1,05%
 Amazonas 656.576 0,95%
 Sergipe 607.797 0,88%
 Rondônia 447.541 0,65%
 Acre 141.836 0,20%
 Amapá 84.564 0,12%
 Roraima 52.252 0,08%
Total 69.166.810 100%

Notas

  1. Segundo o disposto na Emenda Constitucional nº 25 de 10 de maio de 1985 seriam eleitos três senadores e oito deputados federais.
  2. Renunciou ao mandato em 14 de maio de 1989 e foi eleito presidente da República em 17 de dezembro.
  3. Renunciou ao mandato em 14 de maio de 1989 e foi candidato a vice-presidente na chapa de Ulysses Guimarães.
  4. Nomeado interventor em Goiânia em 23 de março de 1987, deixou o cargo e foi nomeado governador do Distrito Federal pelo presidente José Sarney em 19 de setembro de 1988 permanecendo no cargo até 9 de março de 1990.
  5. Renunciou ao mandato em abril de 1990 e foi candidato a senador em outubro.
  6. Suicidou-se em Campina Grande dia 6 de março de 1987.
  7. Renunciou ao mandato em abril de 1990 e foi eleito deputado federal em outubro.
  8. Pai de Garibaldi Alves Filho, eleito prefeito de Natal em 1985.
  9. Morreu de câncer em Florianópolis em 27 de fevereiro de 1990
  10. Renunciou ao mandato obtido em 1982 e obteve outro em 1986, interrompido por seu suicídio em Brasília, 14 de junho de 1987.
  11. Foi eleito suplente do senador Amazonino Mendes em 1990.
  12. Ministro da Justiça no governo Itamar Franco (entre 3 de outubro de 1992 e 5 de abril de 1994).
  13. Eleito para um mandato de quatro anos a ser renovado nas eleições de 1990.
  14. Nomeado ministro do Tribunal de Contas da União em agosto de 1994 pelo presidente Itamar Franco.
  15. Eleito governador de seu estado em 1990.
  16. Ministro da Justiça do governo Fernando Collor (entre 13 de outubro de 1990 e 2 de abril de 1992).
  17. Ministro dos Transportes e Ministro das Comunicações do governo Fernando Collor (entre 13 de abril e 2 de outubro de 1992).
  18. Morreu em 13 de abril de 1988.
  19. No governo José Sarney foi Ministro da Educação (entre 30 de outubro de 1987 e 17 de janeiro de 1989) e Ministro interino da Cultura (entre 1º de agosto e 21 de setembro de 1988); no governo Itamar Franco foi Ministro das Comunicações (entre 19 de outubro de 1992 e 23 de dezembro de 1993).
  20. Morreu no Rio de Janeiro em 27 de agosto de 1990.
  21. Eleito governador de seu estado em 1990
  22. Assassinado em Porto Velho em 16 de outubro de 1990.
  23. Durante o governo Itamar Franco foi nomeado Ministro das Relações Exteriores (entre 5 de outubro de 1992 e 20 de maio de 1993) e Ministro da Fazenda (entre 21 de maio de 1993 e 5 de abril de 1994), foi eleito presidente da República em 1994 e reeleito em 1998.
  24. Eleito para um mandato de dois anos a ser renovado nas eleições de 1990.
  25. Criado pelo Decreto-lei nº 4.102 de 09/02/1942 e extinto pela Constituição de 1988.

Referências

  1. Fonte: Secretaria do Tribunal Superior Eleitoral - TSE. Anuário Estatístico do Brasil - 1986. Rio de Janeiro: IBGE, v. 47, 1987. P. 245.
  2. a b c d Renunciou ao mandato e foi eleito senador em 1990.
  3. a b Eleito senador em 1990.
  4. a b c d Eleito governador de seu estado em 1994.
  5. «Biblioteca do IBGE: Anuário Estatístico do Brasil». Consultado em 9 de outubro de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]