Durvillaea antarctica

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Durvillaea poha (Second Bay, Otago, Nova Zelândia).
Durvillaea poha (Second Bay, Otago, Nova Zelândia).
Classificação científica
(sem classif.) Supergrupo SAR
Filo: Heterokontophyta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Fucales
Família: Durvillaeaceae
Género: Durvillaea
Espécie: D. antarctica
Nome binomial
Durvillaea antarctica
(Chamisso) Hariot
Sinónimos

Durvillaea antarctica, a planta do mar, o cochayuyo, cachiyuyo, cochaguasca, cochahuasca, ou coyofe, é uma alga castanha[1] comestível rica em iodo que habita na costa dos mares sub-antárcticos, em Chile, Nova Zelândia e o oceano Atlântico Sul.[1] O seu nome rende homenagem ao explorador francês Jules Dumont d'Urville (1790-1842).

Descrição[editar | editar código-fonte]

Cochayuyo seco.

Trata-se de uma alga de grande tamanho que pode chegar a atingir os 15 metros de longitude. Seus filoides ("folhas"), também chamadas como toda a planta, são de cor castanho verdoso quando estão no mar e castanho roxo após de secar, têm consistência carnosa e seu interior é uma estrutura de panal que lhes dá grande resistência para suportar o embate da ondulação. Seu cauloide ("talo") é circular e não tem espaços cheios de ar, sua cor é verde claro e mede ao redor de um metro de longo até o nascimento do primeiro filoide. O disco basal ou rizoide é uma estrutura muito forte que se adere às rochas na zona da rompente, pelo que deve ser capaz de resistir o golpe contínuo das ondas sem se desprender do substrato.

Nomes[editar | editar código-fonte]

Por uma parte, esta alga tem dois nomes de origem quíchua: cochayuyo, qhutra yuyu, «planta de mar», e cochaguasca ou cochahuasca, qhutra waska, «soga de mar», que lhe foi dado pelo parecido que tem com as cordas.[1]

Por outra parte, também recebe nomes de origem mapuche: "coyofe" é uma adaptação da voz original kollof, que designa suas filoides. Na zona central e sul de Chile os cauloides são chamados "ulte" (ou "huilte"), nos arredores de Valdivia recebem o nome de "lunfo" (do termo lüngfo ou lenfü[1]) e em Chiloé chamam "lembo" ou "raguay" a esta estrutura junto com o disco basal, nome que se lhe aplicava humorísticamente ao pene por seu parecido em forma e constituição.[1] Já velha, esta alga é chamada müngo.[1]

Usos[editar | editar código-fonte]

Imagem de cochayuyo secando-se.
Pacote de cochayuyo que se consome em Chile desde épocas precolombinas.

Esta alga tem sido um dos recursos alimentares de comunidades indígenas americanas durante séculos e hoje em dia faz parte da gastronomia chilena. Em Chile tem-se extraído desde a costa e secado em pacotes que, graças a seu baixo peso, eram trocados no interior do país. Existem muitos pratos chilenos que usam esta alga, fazendo parte de guisados, saladas, pastéis e sopas, fabricando-se inclusive uma "marmelada de cochayuyo", com sabor de frutas. No entanto, nos últimos anos seu consumo tem diminuído. Aos alimentos que contêm esta alga, são atribuídos efeitos digestivos e tónicos.[1]

No passado usava-se para que os bebés que estavam a desenvolver os dentes a mordessem.

Mesmo assim, os mapuche obtinham dos talos um colorante castanho muito escuro para tender suas teias.[1]

Actualmente, existe um gel de planta do mar, em fase experimental, que serve como sustrato nutritivo para conseguir que sementes de plantas colonizem terrenos pobres e que se usou para criar pasto sobre o sub-solo que fica ao descoberto após construir caminhos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h de Mösbach, Ernesto Wilhelm (1992). «Collofe». Botánica indígena de Chile (PDF) 1ª ed. Santiago, Chile: Editorial Andrés Bello. 51 páginas. ISBN 956-13-0970-X. Consultado em 4 de janeiro de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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