Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum

Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum
Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum
Folha de rosto do Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum.
Autor(es) Alexandre de Rhodes
Idioma Vietnamita, português e latim
Género Dicionário de tradução
Lançamento 1651
O jesuíta Alexandre de Rhodes, criador do Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum.

O Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum (em português: Dicionário Vietnamita, Português e Latim) é um dicionário trilingue escrito em vietnamita, português e latim pelo lexicógrafo e jesuíta francês Alexandre de Rhodes, após passar doze anos no Vietname. Foi publicado em Roma no ano de 1651, pela Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide), durante a visita de Rhodes à Europa.[1][2]

Antes da obra de Rhodes, os dicionários tradicionais vietnamitas eram utilizados para mostrar as correspondências entre os carateres chineses e a escrita vietnamita Chữ Nôm.[1] A partir do século XVII, os missionários ocidentais começaram a conceber um sistema de romanização para representar a língua vietnamita, a fim de facilitar a propagação da fé cristã, que resultou no Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum de Alexandre de Rhodes. O dicionário possui 8 000 entradas em língua vietnamita com traduções em português e latim.[1]

O Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum inspirou-se nas duas obras anteriormente perdidas: os dicionários luso-vietnamitas de Gaspar do Amaral, António Barbosa e Manuel Ferreira.[1] O dicionário incorpora um resumo na gramática vietnamita (Brevis Declaratio) e na codificação de algumas pronúncias contemporâneas.[3]

O dicionário estabeleceu o alfabeto vietnamita Quốc ngữ, que foi aperfeiçoado pelos missionários posteriores, e ainda está em uso geral na atualidade.[4][5] O monsenhor Pierre de Béhaine contribuiu para estas melhorias com o seu dicionário anamita-latim de 1783, um manuscrito do qual foi remetido ao monsenhor Jean-Louis Taberd, que publicou-o em 1838.[4]

Durante os próximos duzentos anos, as publicações cristãs no Vietname continuaram a ser feitas em latim e no vietnamita tradicional Chữ Nôm, em vez do alfabeto simples Quốc ngữ, que só teria a ganhar predominância com a invasão francesa de 1861 e o estabelecimento da Indochina Francesa.[6]

Referências

  1. a b c d Hausmann 1989, p. 2583.
  2. Prichard 1844, p. 501.
  3. Silva, Raul Maximo (29 de outubro de 2014). «A Contribuição dos Missionários Portugueses para a actual língua vietnamita». Jornal Tribuna de Macau 
  4. a b Hausmann 1989, p. 2584.
  5. Thompson 1987, p. 54.
  6. Marr 1984, p. 145.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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