Das Wunder von Bern

 Nota: Este artigo é sobre o filme alemão de 2003. Para o jogo de futebol de 1954 entre Alemanha Ocidental e Hungria, veja Final da Copa do Mundo FIFA de 1954.
Das Wunder von Bern
O Milagre de Berna (BRA)
Alemanha
2003 •  cor •  118 min 
Direção Sönke Wortmann
Produção Sönke Wortmann
Tom Spieß
Hanno Huth
Benjamin Herrmann
Roteiro Sönke Wortmann
Rochus Hahn
Elenco Louis Klamroth
Peter Lohmeyer
Distribuição Bavaria Film International
Lançamento 16 de outubro de 2003 (Alemanha)
Idioma alemão

Das Wunder von Bern (br: O Milagre de Berna) é um filme alemão de 2003, dirigido por Sönke Wortmann.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Dois eventos marcaram a história da Alemanha no pós-2ª Guerra Mundial: a queda do Muro de Berlim e a histórica vitória da Seleção da Alemanha na Copa do Mundo de 1954, que ficou conhecido como o milagre de Berna, numa referência à cidade suíça onde ocorreu o jogo. As lembranças do jogo, que deu à Alemanha seu 1º título mundial, são mostradas através da família Lubanski, que vive na pequena cidade de Essen-Katernberg.

Enredo[editar | editar código-fonte]

O filme conta a trajetória do título de uma arrasada Alemanha Ocidental pós-guerra na Copa do Mundo de 1954, usando como referência a família Lubanski, da cidade de Essen. O pai, Richard, é um ex-prisioneiro de guerra que está para retornar ao lar após 11 anos em prisão soviética. Sua família (esposa, Christa, e três filhos) sobrevivem mantendo um bar.

Matthias, o mais novo dos filhos, jamais viu o pai, por ter nascido quando Richard já estava no front. Este, por sua vez, não sabe de sua existência, pois nunca recebeu as cartas da família. O garoto idolatra o jogador Helmut Rahn, de quem se torna "escudeiro". Rahn é atacante e maior estrela do clube da cidade, o Rot-Weiss Essen, mas não se firma na Seleção Alemã-Ocidental, e considera Matthias um amuleto: só ganha os jogos decisivos na presença deste na torcida.

Richard finalmente volta, mas tem dificuldades em relacionar-se com a família, ao querer impor sua rígida disciplina na casa. Mostra-se amargurado com os filhos: o mais velho, o rebelde Bruno, é guitarrista de bandas e simpatizante do comunismo; a do meio, Ingrid, flerta com soldados estadunidenses; e Matthias dá exagerada importância ao futebol, além de idolatar Rahn como a um pai. O rigor de Richard faz Bruno tomar a drástica decisão de fugir de casa rumo a Berlim Oriental, capital da comunista Alemanha Oriental.

Paralelamente, a Seleção Alemã-Ocidental joga na Copa do Mundo da Suíça, mas não convence os jornalistas, que não poupam críticas ao técnico Sepp Herberger, principalmente após a vexatória goleada de 8 x 3 sofrida contra os húngaros, na primeira fase. Herberger preferiu pôr os reservas em campo em jogo que sabia que provavelmente perderia para poupar os titulares para o jogo decisivo, contra a Turquia. O técnico também prefere não escalar Rahn, mesmo contra a Hungria. Os alemães classificam-se para enfrentar a Iugoslávia, tida como favorita. Mesmo vencendo por 2 x 0 na estreia de Rahn no torneio (com gol marcado por ele), a equipe de Herberger continua atraindo descofiança da imprensa, que prefere enaltecer o azar do adversário, que marcou um gol contra.

Após a fuga de Bruno, Richard prefere amolecer seu tratamento com os filhos. Ele, que jogava futebol, passa a incentivar Matthias, aconselhando-o a jogar como zagueiro quando brinca com os amigos após observá-lo, já tendo lhe dado uma bola de presente. Nas semifinais, a Alemanha novamente surpreende ao golear por 6 x 1 a mais equilibrada Áustria, e passa à final, onde novamente encararia a Hungria. Richard faz uma surpresa a Matthias: convida-o a ir de carro com ele até Berna, onde realizar-se-ia a final, para assistir ao jogo, sabendo da superstição que ele e Rahn tinham entre si.

Os jogadores da Alemanha, no dia da final, acordam com um bom pressentimento, pois chove forte em Berna, o tempo favorito do capitão Fritz Walter, que não jogava tão bem no calor por ter contraído malária quando jovem. Os alemães, que tinham chuteiras com travas especialmente para a situação, fornecidas pessoalmente por Adi Dassler (o criador da Adidas), também contavam com que a chuva tornasse os húngaros mais lentos. A Hungria, entretanto, faz dois gols em menos de dez minutos, com Ferenc Puskás, que voltava de lesão, e Zoltán Czibor.

A Alemanha Ocidental não se abate: Horst Eckel cumpre a ordem de Herberger de anular Nándor Hidegkuti, tido como o maior organizador das jogadas húngaras. Em dez minutos, empatam o jogo em contra-ataques, com Max Morlock e Rahn. Os húngaros, que vinham de uma dura vitória na prorrogação contra o Uruguai, diminuem o ritmo e se poupam para nova prorrogação. Matthias e Richard chegam a Berna no decorrer do segundo tempo. O garoto entra no estádio já nos últimos dez minutos de jogo, quando a bola está parada, e olha para Rahn. Ao perceber sua presença, o atacante faz jogada individual após a bola sobrar-lhe e marca o gol da virada. Os magiares pressionam nos minutos restantes, e o goleiro Toni Turek faz grande defesa em chute de Czibor, para o êxtase do narrador Herbert Zimmermann ("Toni, você é um Deus do futebol!"). O resultado não se altera e os alemães-ocidentais vencem, para o delírio do país.

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Lançado em outubro de 2003, o filme é dedicado a Rahn, que falecera dois meses antes.
  • O diretor, Sönke Wortmann, fez outro filme sobre a Alemanha em Copas do Mundo, lançando o documentário Deutschland. Ein Sommermärchen (Alemanha. Um Sonho de Verão) após a Copa de 2006.
  • No início do filme, Matthias mostra-se desanimado com a campanha do Rot-Weiss Essen no campeonato alemão-ocidental, chegando a afirmar que "o clube jamais seria campeão nacional". Na temporada que se seguiu à conquista da Copa de 1954 (a de 1954/55), o time conseguiu finalmente conquistar o que é até hoje seu único título na competição.
  • O sobrenome da família protagonista tem origem polonesa, Lubański, por sua vez derivado do Condado de Lubań. Um grande ex-jogador da Seleção Polonesa foi Włodzimierz Lubański.
  • Em época em que poucas pessoas possuíam TV, a maioria da população acompanhava as partidas pelo rádio. E assim são narrados os jogos no filme, até a final, a única partida encenada. Os gols foram cuidadosamente ensaiados e coreografados, para serem feitos similarmente ao que mostram os vídeos da partida. Entretanto, o filme preferiu não incluir um gol marcado por Puskás após a virada alemã, que foi anulado por impedimento.
  • Foi uma das maiores bilheterias da Alemanha, levando seis milhões aos cinemas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]