Companhia de Seguros Ultramarina

Companhia de Seguros Ultramarina
Companhia de Seguros Ultramarina
Sociedade Anónima
Slogan SEGUROS EM TODOS OS RAMOS E CONTRA TODOS OS RISCOS
Fundação 1901
Destino Fundida com Companhia de Seguros Bonança
Encerramento 1979
Sede Lisboa, Portugal
Área(s) servida(s)
Proprietário(s) Companhia de Seguros Fidelidade
Sucessora(s) Companhia de Seguros Bonança

A Companhia de Seguros Ultramarina, também conhecida pela sigla CSU ou, simplesmente, Ultramarina, foi uma companhia de seguros portuguesa, com sede em Lisboa, que existiu entre 1901 e 1979.

História[editar | editar código-fonte]

Edifício da agência em Aveiro, década de 1950.

A Ultramarina foi criada, originalmente, com o nome Companhia de Seguros Marítimos Ultramarina, na modalidade de sociedade anónima de responsabilidade limitada, em 11 de maio de 1901,[1] por Francisco Inácio de Carvalho, António Marques de Freitas e Joaquim Afonso de Barros.[2]

O objetivo original desta seguradora era o de efetuar seguros marítimos e fluviais ou de outra natureza, com sede em Lisboa, na Rua dos Capelistas, n.º 82 e, posteriormente, na Rua da Prata, n.º 14 e n.º 82.[2] Tal como o nome Ultramarina indicava, esta companhia focava-se especialmente na área geográfica do território ultramarino português, possuindo agências nas principais cidades da metrópole, bem como nos Açores e Madeira (1919), Angola (1901), Moçambique (1922), Cabo Verde (1936), Macau (1938), Guiné Bissau (1940), São Tomé e Príncipe e Timor-Leste (1950).[1]

Apesar do seu inicial foco em seguros marítimos, a Ultramarina rapidamente expandiu a sua atividade e começou a segurar a atividade de risco Postal (1904), Vida (1906), Agrícola (1909), Incêndio (1912), Guerra (1914) e Roubo (1916). Com os seus estatutos de 1933, o nome da seguradora perdeu a designação Marítimos, fruto da abrangência de atividade que a companhia revelava nesta data, estando autorizada a operar nas seguintes áreas:

  • a) Transportes marítimos, fluviais e terrestres;
  • b) Incêndio, explosão e raio;
  • c) Agrícola;
  • d) Desastres no trabalho;
  • e) Postal;
  • f) Quebras de vidros.
— Estatutos da Companhia de Seguros Ultramarina, 1933.[1]

O capital da companhia era de 500 mil réis, dividos em 5 mil ações no valor de 100 réis cada uma. Em 1933, este capital foi aumentado para 1 milhão de escudos e, em 1945, para 10 milhões. Em 1953, o capital foi novamente aumentado para 20 milhões de escudos, com o valor de 2 mil escudos por ação. Faziam parte dos acionistas o Banco Nacional Ultramarino (380 ações) e a Companhia Portuguesa de Resseguros Equidade (1 524 ações).[1]

Após a Revolução de 25 de abril de 1974, a Ultramarina foi nacionalizada, juntamente com todas as companhias de seguro com capital português, através do Decreto-Lei n.º 135-A/75, de 15 de Março.[3] Passou a ser gerida por uma comissão administrativa, até à nomeação de um Conselho de Gestão.[1]

Em 1979, a Companhia de Seguros Ultramarina foi integrada, por fusão, na Companhia de Seguros Bonança, E.P., juntamente com a seguradora Comércio e Indústria e a União[4] Fusões posteriores viriam a integrar a seguradora na Império Bonança, na Fidelidade Mundial e no seu grupo atual, Fidelidade.[5]

Logótipo[editar | editar código-fonte]

Logótipo original.

O emblema original, de forma retangular, retratava um navio misto em alto mar sobre um fundo amarelo, seguido de das inscrições "ULTRAMARINA SEGUROS" e "Lisboa 1901".[1]

Posteriormente, foi adotado um logótipo azul, em forma de escudo, com um navio inserido no topo deste, dentro de uma coroa, duas inscrições ("SEGUROS" e "ULTRAMARINA") e as cinco quinas da bandeira portuguesa, no centro.

Referências

  1. a b c d e f Mendes, Coordenaçao de Miguel Figueira de Faria E. José Amado (22 de maio de 2014). Dicionário de História Empresarial Portuguesa, Séculos XIX e XX — Volume II — Seguradoras. [S.l.]: INCM 
  2. a b SILVA, Luís C. M. Companhia de Seguros Ultramarina - 1901-1979. [S.l.: s.n.] p. 12 
  3. «Empresas de Seguros Nacionais (estabelecidas antes de 1975 em Portugal)» (PDF). Instituto de Seguros de Portugal. Consultado em 14 de julho de 2020 
  4. Casimiro, Nuno (13 de julho de 2011). «História da Companhia de Seguros Bonança». investidor.pt. Consultado em 14 de julho de 2020. Cópia arquivada em 17 de março de 2019 
  5. «História». www.fidelidade.pt. Fidelidade. Consultado em 14 de julho de 2020. Cópia arquivada em 13 de março de 2017