Coluna de água

Estratificação da coluna de água em mar aberto.

Uma coluna de água[1] é uma coluna conceptual de volume de água que se contabiliza desde da superfície da água, geralmente do mar ou de outro corpo de água, como um rio ou um lago, até aos sedimentos do leito no fundo.

O conceito de coluna de água é usado em muitos campos da hidrologia e das ciências ambientais, para avaliar a estratificação ou a mistura, por efeito térmico ou químico, dos diferentes estratos de água dos rios, lagos ou oceanos.[2]

O conceito de coluna de água dá conta de alguns fenómenos correlacionados com a mistura vertical incompleta dos parâmetros químicos, físicos e biológicos.[3] Por exemplo, no estudo do metabolismo dos bentos, a concentração de substâncias químicas presentes no estrato do fundo da coluna de água é decisivamente mais importante do que a composição média das substâncias presentes ao longo da coluna inteira. [3]

Com efeito, outro âmbito de relevo para o conceito de coluna de água, prende-se com a pressão hidrostática, que pode ser analisada em função da altura da coluna de água, visto que quanto maior a altura da coluna, maior será a correspondente pressão a uma determinada profundidade.[4][5] Nesta toada ganha destaque o conceito de metro de coluna de água, como unidade de pressão hidrostática.[6][7]

O conceito de coluna de água é ainda utilizado no âmbito do mergulho submarino, para descrever a área dentro da qual se deslocam os mergulhadores.[8]

Estratos das colunas de água[editar | editar código-fonte]

No mar[editar | editar código-fonte]

  • Zona Epipelágica[9], que é o espaço da coluna de água, nos mares e oceanos, que vai da superfície do mar até aproximadamente a 200 metros de profundidade. [10]
  • Zona pelágica[9], que é o espaço da coluna de água, nos mares e oceanos, se encontra compreendido entre os 200 e os 1000 metros de profundidade abaixo da superfície do mar . [10]
  • Zona batipelágica[9] que é o espaço da coluna de água, nos mares e oceanos, se encontra compreendido compreendida entre 1.000 e os 4.000 metros.[11]
  • Zona abissopelágica[9] que é o espaço da coluna de água, nos mares e oceanos, se encontra a profundidades superiores a 4.000 m.[12]

Nos lagos[editar | editar código-fonte]

  • Epilímnio [13], que é o estrato ou camada superior da coluna de água, num lago ou albufeira, situando-se acima do metalímnio e caracterizando-se por ser a camada constituída por águas mais quentes e oxigenadas. [14]
  • Metalímnio[15] ou Termoclina[16], que é a camada ou estrato intermédia da coluna de água, situada abaixo do epilímnio e acima do hipolímnio, caracterizando-se por variações de temperatura que são tanto mais acentuadas, quanto maior for a profundidade. [17]
  • Hipolímnio[18], que é o estrato ou camada inferior da coluna de água, num lago ou albufeira, situando-se abaixo do metalímnio e caracterizando-se por concentrar águas estagnadas, por sinal as que estão às temperaturas constantes mais baixas da coluna de água. [17]

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «coluna de água». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  2. Munson, B.H., Axler, R., Hagley C., Host G., Merrick G., Richards C. (2004). "Glossary". Water on the Web. University of Minnesota-Duluth. Retrieved 27 May 2014.
  3. a b Giere, O. Meiobenthology: The microscopic fauna in aquatic sediments. Hamburg, Springer-Verlag, p. 235, 1993.
  4. Halliday,D.; Resnick, R.; Walker,J.; Fundamentos de Física 2, Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro, 2012
  5. Peres, José (2006). Hidráulica Agrícola. Araras: EdUFSCAR. p. 49 
  6. «Pressão da água - Seu banho com qualidade e conforto». Aquecenorte. 5 de abril de 2017. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  7. UENO, Toru e YAMAMOTO (1977). Estudos de Física. 3 1 ed. São Paulo: Moderna 
  8. Raymond, Keith A.; West, Brian; Cooper, Jeffrey S. (2021). «Diving Buoyancy». Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. PMID 29261960. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  9. a b c d "Breve caracterização do meio marinho" Arquivado em 7 de dezembro de 2012, no Wayback Machine. no site do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, Portugal. Acesso a 30 de junho de 2009.
  10. a b Compendio de Geografía General P. Gourou y L. Papy Editorial RIALP pag. 27 - 28 ISBN 84-321-0249-0
  11. Infopédia. «batipelágico | Definição ou significado de batipelágico no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  12. Infopédia. «abissopelágico | Definição ou significado de abissopelágico no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  13. S.A, Priberam Informática. «Epilímnio». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  14. Gonçalves, Sónia (2009). MANUAL PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE BIOLÓGICA DA ÁGUA EM LAGOS E ALBUFEIRAS SEGUNDO A DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA (PDF). Lisboa: Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Instituto da Água, I.P. p. 38 
  15. S.A, Priberam Informática. «Metalímnio». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  16. S.A, Priberam Informática. «TERMOCLINA». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  17. a b Gonçalves, Sónia (2009). MANUAL PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE BIOLÓGICA DA ÁGUA EM LAGOS E ALBUFEIRAS SEGUNDO A DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA (PDF). Lisboa: Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Instituto da Água, I.P. p. 39 
  18. S.A, Priberam Informática. «Hipolímnio». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de janeiro de 2022