Cidade Colonial de São Domingos

Cidade Colonial de São Domingos 

Rua As Damas (Calle Las Damas), no centro histórico

Tipo Cultural
Critérios (ii), (iv), (vi)
Referência 526
Região América Latina e Caribe
Países República Dominicana
Coordenadas 16° 23′ 55,76″ S, 71° 32′ 12,79″ O
Histórico de inscrição
Inscrição 1990

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

A Cidade Colonial (em espanhol: Ciudad Colonial) é um bairro histórico da cidade de São Domingos, República Dominicana, declarado Património Mundial da UNESCO no ano 1990.

A cidade foi fundada em 1496, apenas alguns anos após a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492. Foi trasladada para o sítio atual em 1502. É o mais antigo assentamento europeu de ocupação contínua do Novo Mundo e foi a primeira sede do governo colonial espanhol no continente. Segundo o sítio da UNESCO, em São Domingos foram criadas a primeira catedral, o primeiro hospital, a primeira alfândega e a primeira universidade da América.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Ao chegar à costa norte da Ilha de São Domingos em 1492, Cristóvão Colombo encontrou um ambiente à primeira vista favorável, com indígenas pacíficos. Construiu ali um forte de madeira (a "Fortaleza de La Navidad") e deixou 39 homens, antes de retornar à Espanha. Ao regressar, um ano depois, esse assentamento havia sido destruído.[1] Colombo fundou então outra povoação mais a leste, que chamou "La Isabela" em homenagem a Isabel de Castela.[1][2] La Isabela foi abandonada em 1498, quando o governador Bartolomeu Colombo (irmão de Cristóvão) decidiu mudar-se ao sul da Ilha, fundando a "Nova Isabela" na margem esquerda do rio Ozama.[3][1]

Em 1502, quando o governador era Nicolás de Ovando, Nova Isabela foi destruída por um furacão.[1] Ovando deslocou a colônia para a outra margem do Ozama, na qual se desenvolveu a atual cidade de São Domingos. Naquele local a povoação foi urbanizada seguindo um esquema regular, adotado mais tarde como modelo em outras cidades coloniais.[1] Na época do governador Ovando foi levantada a Fortaleza Ozama - construída segundo padrões medievais, incluída uma torre de menagem -, um convento franciscano, uma casa de governo e casas de tijolos e pedra para os moradores.[4]

O governador que sucedeu Ovando foi Diogo Colombo (filho de Cristóvão), que levantou entre 1510 e 1514 um palácio para sua residência que ainda existe, o chamado Alcácer de Colombo. O palácio pertenceria à família Colombo até 1577.[5] Em 1511, São Domingos foi convertida em sede de diocese, e no ano seguinte começou a construção do mais importante monumento da cidade, a Catedral de São Domingos. O edifício, inicialmente muito modesto, veio a ser construído essencialmente entre 1521 e 1537, por impulso do bispo Alexandre Geraldini, misturando os estilos gótico e plateresco.[6][7]

Na década de 1530 estavam já terminadas as Casas Reais, onde funcionavam várias repartições da administração colonial, como a Real Audiência, a Chancelaria e despacho dos governadores.[7] O Hospital São Nicolau de Bari pertence à mesma época; suas ruínas revelam que o edifício, inspirado em hospitais renascentistas italianos, seguia um vocabulário arquitetônico ainda gótico.[7] Em 1543 a cidade começou a ser cercada por uma muralha de pedra, processo que só seria completado no século XVIII. Vários trechos da muralha e portas de acesso ainda existem.[7]

No século XVIII, a população da Ilha de São Domingos aumentou graças às políticas de colonização da coroa espanhola. O engenheiro Antonio Álvarez Barba foi o responsável por várias reformas na cidade de São Domingos, como a remodelação da fortaleza, a porta de Carlos III na entrada da rua Las Damas e a ampliação do edifício da prisão, localizado na Plaza Mayor.[8] Um edifício notável dessa época é a Igreja dos Jesuítas (hoje Panteão da Pátria), em estilo neoclássico, com seis contrafortes na fachada e cúpula sobre o transepto.[8]

Referências

  1. a b c d e f Cidade Colonial de Santo Domingo no sítio da UNESCO (em inglês)
  2. Eugenio Pérez Montás Transformación territorial Arquivado em 6 de abril de 2013, no Wayback Machine. in Los espacios de Europa en América: Arquitectura y urbanismo 1492-1844, pág. 83 (em castelhano)
  3. Eugenio Pérez Montás La Isabela: primera casa de Colón Arquivado em 6 de abril de 2013, no Wayback Machine. in Los espacios de Europa en América: Arquitectura y urbanismo 1492-1844, pág. 93 (em castelhano)
  4. Eugenio Pérez Montás La política territorial de los Reyes Católicos: La Concepción de la Vega y Santo Domingo Arquivado em 6 de abril de 2013, no Wayback Machine. in Los espacios de Europa en América: Arquitectura y urbanismo 1492-1844, pág. 97 (em castelhano)
  5. História Arquivado em 10 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine. do Alcácer no sítio do Museo Alcázar de Diego Colón (em castelhano)
  6. José Luis Pano Gracia. El modelo de planta de salón: origen, difusión e implantación en América. págs 43-46 (em castelhano)
  7. a b c d Eugenio Pérez Montás. El plateresco y los grandes conjuntos monumentales de Santo Domingo Arquivado em 6 de abril de 2013, no Wayback Machine. in Los espacios de Europa en América: Arquitectura y urbanismo 1492-1844, pág. 107(em castelhano)
  8. a b Eugenio Pérez Montás. El neoclasicismo. Proyectos del ingeniero Antonio Álvarez Barba y la calle Las Damas Arquivado em 6 de abril de 2013, no Wayback Machine. in Los espacios de Europa en América: Arquitectura y urbanismo 1492-1844, pág. 123(em castelhano)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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