CPFL Energia

CPFL Energia
CPFL Energia
Razão social CPFL Energia S/A
Empresa de capital aberto
Cotação B3CPFE3
NYSE: CPL
Atividade Energia
Gênero Sociedade Anônima
Fundação 16 de novembro de 1912 (111 anos)
Sede Campinas,  São Paulo,  Brasil
Proprietário(s) State Grid (83,71%)[1]
Presidente Gustavo Estrella
Pessoas-chave Gustavo Estrella (CEO)
Empregados 12.976
Produtos Geração, transmissão, distribuição, comercialização e soluções em energia elétrica
Subsidiárias CPFL Renováveis
CPFL Brasil
CPFL Piratininga
CPFL Paulista
CPFL Santa Cruz
CPFL Geração
RGE
CPFL Serviços
CPFL Eficiência Energética
Envo
CPFL Atende
CPFL Total
NECT
CPFL Transmissão
Epasa
Ceran
Enercan
Foz do Chapecó
Baesa
Paulista Lajeado
Valor de mercado Aumento R$ 30,028 bilhões (Mar/2019)[2]
Lucro Aumento R$ 2,2 bilhões (2018)
Faturamento Aumento R$ 28,1 bilhões (2018)
Significado da sigla Companhia Paulista de Força e Luz
Website oficial www.cpfl.com.br/

CPFL Energia é um grupo do setor de energia do Brasil, com sede em Campinas, São Paulo, e que atua no segmento de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

A CPFL foi fundada por José Balbino de Siqueira e Manfredo Antônio da Costa, dois engenheiros da Escola Politécnica da USP que, acreditando no potencial de um país que começava a se industrializar e ganhar contornos urbanos, foram os grandes responsáveis por consolidar as empresas que forneciam energia para as cidades de Botucatu, São Manuel e Dois Córregos.[3]

Nascia assim em 16 de novembro de 1912 a Companhia Paulista de Força e Luz, a partir da fusão de quatro companhias (Empresa Força e Luz de Botucatu, Empresa Força e Luz de São Manoel, Empresa Força e Luz de Agudos-Pederneiras e Companhia Elétrica do Oeste de São Paulo). Em 1927, a empresa passou do controle privado nacional ao controle estrangeiro através da venda à empresa American & Foreign Power, pertencente a uma subsidiária da General Electric, permanecendo sob seu controle até 1964, quando foi estatizada e encampada pela Eletrobrás.[3]

Expansão[editar | editar código-fonte]

Sede da CPFL em Campinas (2014).

Em 1973 a CPFL adquiriu a empresa privada dos municípios de São Carlos e Descalvado, à CPE (Companhia Paulista de Eletricidade), que era uma das mais antigas empresas de eletricidade do Brasil. Fundada em 1890, inaugurou a primeira hidrelétrica do estado de São Paulo, a usina de Monjolinho, em julho de 1893.[3]

Em 1975, teve o controle acionário repassado à CESP (Companhia Energética de São Paulo), pertencente ao governo de São Paulo. A CPFL Paulista se manteve sob controle estatal até novembro de 1997, quando foi privatizada por R$ 3,015 bilhões e teve seu controle repassado ao Grupo VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa) (45%), além do fundo de pensão Previ (38%) e Bonaire Participações (que reunia os fundos Funcesp, Sistel, Petros e Sabesprev) (17%).[4]

Foi feita uma reestruturação societária, com a criação da holding CPFL Energia em 1998. A partir da privatização, houve desmembramentos das regionais e novas regionais foram criadas para melhor redimensionamento e atendimento a população.[5]

Em 1999, ocorreu a privatização da Empresa Bandeirante de Energia, oriunda da cisão da Eletropaulo. Tendo a empresa sido adquirida em consórcio da CPFL com a EDP. Em 2001, a companhia foi parcialmente cindida, tendo sido constituídas a Bandeirante Energia, controlada pela EDP, e a CPFL Piratininga, sob controle da CPFL.[5][1]

Em 2000, os ativos de geração de energia foram segregados com a criação da CPFL Geração.[5][1]

Em 2001, a CPFL Paulista adquiriu o controle acionário da Rio Grande Energia (“RGE”), empresa de distribuição de energia das regiões norte e nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, fruto da cisão da CEEE.[5][1]

Em 2002, foi criada a CPFL Brasil, com o objetivo de fornecer energia elétrica às distribuidoras controladas da CPFL Energia, e comercializar e gerir energia no ambiente de contratação livre.[5][1]

Em 2004, foi feita Oferta Pública de Ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo e na Bolsa de Nova Iorque.[6]

Em 2006, adquiriu a Companhia Jaguari de Energia (CPFL Jaguari). No ano seguinte, comprou a CMS Energy Brasil, que atuava nos segmentos de distribuição e geração em São Paulo.[7][1]

Em 2007, o Bradesco, através da holding Bradespar, vendeu as ações da VBC. Em 2009, a Camargo Corrêa comprou as ações da VBC que pertenciam a Votorantim, tornando-se, o único acionista da holding.[8][1]

Em 2010, adquiriu a Companhia Luz e Força Santa Cruz (CPFL Santa Cruz), da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), pertencente ao grupo Votorantim.[9]

Em 2011, foi criada a CPFL Renováveis, a partir da associação de ativos e projetos da CPFL e da ERSA em PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa.[4][1]

Em 2012, foi criada a CPFL Transmissão, para operar a concessão do Leilão de Transmissão ANEEL 007/2012.[5][1]

Em 2016, adquiriu a AES Sul, que teve nome modificado para RGE Sul e foi fundida com a distribuidora RGE em 2019.[10]

Aquisição pela State Grid[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2017, a empresa chinesa State Grid, a maior empresa do setor elétrico do mundo, concluiu a aquisição de 54,64% de participação acionária da CPFL Energia por R$ 14 bilhões. No mesmo ano, a State Grid realizou Oferta Pública de Aquisição (OPA), por meio da qual passou a deter 94,75% do capital social da holding.[11]

Em julho de 2021 a CPFL Energia arrematou a elétrica gaúcha CEEE-T (CEEE Transmissão), em leilão de privatização, por R$ 2,67 bilhões, com ágio de 57,13% ante o mínimo previsto.[12]

Áreas de atuação[editar | editar código-fonte]

No momento, o Grupo CPFL, através de suas 4 distribuidoras, atua em 687 municípios, numa área de 300.000 km², com 17,2 milhões de clientes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, numa área que atende aproximadamente 22 milhões de habitantes.[13][14]

No ramo de geração, possui capacidade instalada no setor de 4,53 GW de geração, sendo 95,6% de fontes renováveis.

Distribuição de energia[editar | editar código-fonte]

Distribuidoras[editar | editar código-fonte]

Nome Oficial Nome Principais Municípios Qtde. municípios Estado(s) Clientes
Companhia Paulista de Força e Luz CPFL Paulista Campinas, Americana, Piracicaba, São Carlos, Araraquara, Ribeirão Preto, Franca, Bauru, Marília, Araçatuba e São José do Rio Preto 234  São Paulo 4.900.000[15]
Companhia Piratininga de Força e Luz CPFL Piratininga Santos, Sorocaba, Jundiaí e Indaiatuba 27  São Paulo 1.900.000[16]
Companhia Jaguari de Energia CPFL Santa Cruz Santa Cruz do Rio Pardo, Itapetininga, Ourinhos, Avaré, Itaí, Jacarezinho, Casa Branca, São José do Rio Pardo, Mococa, Jaguariúna e Pedreira 39  São Paulo
 Paraná
 Minas Gerais
496.000[17]
RGE Sul Distribuidora de Energia RGE Caxias do Sul, Canoas, Santa Maria, Gravataí, Novo Hamburgo e São Leopoldo 381  Rio Grande do Sul 3.000.000[18]

Unificação[editar | editar código-fonte]

Subestação da CPFL

No início de 2018 a CPFL Energia agrupou cinco subsidiárias de distribuição de energia em busca de otimizar custos administrativos e operacionais:[19]

  • CPFL Santa Cruz (Companhia Luz e Força Santa Cruz)
  • CPFL Jaguari (Companhia Jaguari de Energia)
  • CPFL Mococa (Companhia Luz e Força Mococa)
  • CPFL Leste Paulista (Companhia Leste Paulista de Energia, antiga CPEE-Companhia Paulista de Energia Elétrica)
  • CPFL Sul Paulista (Companhia Sul Paulista de Energia)

Na operação a CPFL Jaguari incorporou as demais distribuidoras, e as empresas incorporadas deixaram de existir, surgindo a nova CPFL Santa Cruz (Companhia Jaguari de Energia), que nasce com um faturamento de R$ 882 milhões e lucro de R$ 60,1 milhões, atendendo aproximadamente 442 mil consumidores.[17]

Em dezembro de 2018, a ANEEL autorizou a incorporação da RGE pela RGE Sul em um único contrato de concessão, sendo confirmada mais tarde pela Comissão de Valores Mobiliários.[20] O nome fantasia que restou da fusão foi simplesmente RGE.[21]

Geração de energia[editar | editar código-fonte]

A "CPFL Geração" e a "CPFL Renováveis" possuem 8 (oito) Usinas Hidrelétricas (UHEs), 47 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), duas Usinas Termelétricas (UTE), 6 CGHs, 49 parques eólicos, 8 Usinas a Biomassa e 1 Usina Solar Fotovoltaica. No total, alcançam uma potência instalada de 4,53 GW de geração.[22]

Reservatório da Usina Hidrelétrica de Campos Novos
Algumas usinas

Transmissão de energia[editar | editar código-fonte]

Em leilão realizado na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, em julho de 2021, a CPFL, por meio de sua subsidiária CPFL Cone Sul arrematou o controle acionário da Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (“CEEE-T”) por R$ 2,67 bilhões, ágio de 57,13% ante o mínimo de R$ 1,7 bilhão. Foi adquirido aproximadamente 66,08% do capital social total da CEEE-T (sendo, aproximadamente, 67,12% das ações ordinárias e 0,72% das ações preferenciais), que eram detidas Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações – CEEE-Par.

Em abril de 2022, a CPFL Cone Sul comprou a participação acionária de 32,66% da Eletrobrás na CEEE-T por R$ 1,1 bilhão. Com a aquisição, a CPFL Cone Sul passou a deter aproximadamente 99,26% do capital social total, sendo 99,68% das ações ações ordinárias e 72,80% das ações preferenciais.[23]

A CEEE-T opera por todo o Rio Grande do Sul e possui 56 subestações, que somam potência instalada própria de 10,5 mil MVA. A empresa é responsável pela operação e manutenção de 121 de linhas de transmissão que totalizam 6 mil km, representando 60% do serviço de transmissão no território do estado.[24][25]

A CPFL Transmissão opera 6.120 km de linhas de transmissão e 88 subestações no total (2022), nas linhas de transmissão: 500kV, 440kV, 230kV, 138kV, 69kV, e com diversos modelos de estrutura, estando presente em quatro estados (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará).[25]

Outras áreas[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

O braço da empresa que financia projetos culturais é a CPFL Cultura. Criada em 2003, conta com palestras, debates, cinema, teatro e exposições de arte. Coloca artistas, intelectuais e especialistas em contato com diferentes públicos para a discussão de grandes temas. Esses encontros dão origem a produtos culturais, como as séries televisivas Café Filosófico e Invenção do Contemporâneo, exibidas pela TV Cultura e pelas plataformas digitais.[26]

Investimentos[editar | editar código-fonte]

A CPFL está presente na B3 e na NYSE.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i CPFL. «Formulário de Referência - 2014 - CPFL ENERGIA SA» 
  2. Editorial, Reuters. «CPFE3.SA - CPFL Energia S.A. Profile | Reuters». www.reuters.comundefined (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  3. a b c «História CPFL Energia | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  4. a b «História CPFL Energia | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  5. a b c d e f «Breve histórico da Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL». Memória da Eletricidade. Consultado em 10 de março de 2024 
  6. «CPFL Energia CPFE3». InfoMoney. Consultado em 10 de março de 2024 
  7. «CPFL Energia paga US$ 211 milhões pela CMS Energy Brasil». O Globo. 12 de abril de 2007. Consultado em 10 de março de 2024 
  8. «State Grid adquire o controle acionário da CPFL Energia | CPFL». www.cpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  9. «CBA negocia venda da Santa Cruz para CPFL Energia». Exame 
  10. «RGE e RGE Sul anunciam fusão na distribuição de energia». Diário de Santa Maria. Consultado em 10 de março de 2024 
  11. «Chinesa State Grid adquire controle acionário da CPFL Energia». G1. 24 de janeiro de 2017. Consultado em 10 de março de 2024 
  12. «CPFL Energia vence disputa por CEEE-T, com oferta de R$ 2,67 bilhões». Valor Econômico. 16 de julho de 2021. Consultado em 18 de julho de 2021 
  13. «Distribuição | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  14. «Distribuição | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 22 de abril de 2023 
  15. «CPFL Paulista | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  16. «CPFL Piratininga | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  17. a b «CPFL Santa Cruz | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  18. «RGE | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  19. «Mapas de concessão (energia elétrica e gás natural)». FIESP. Consultado em 7 de fevereiro de 2022 
  20. «CPFL Energia agrupa concessões das distribuidoras RGE Sul e RGE». Isto É. 31 de dezembro de 2018. Consultado em 6 de abril de 2020 
  21. «CPFL Energia anuncia incorporação da RGE pela RGE Sul». Canal Energia. 2 de janeiro de 2019. Consultado em 6 de abril de 2020 
  22. «CPFL Geração e Renováveis | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 22 de abril de 2023 
  23. thunders. «Eletrobras vende participação na CEEE-T por R$ 1,1 bilhão». www.canalenergia.com.br. Consultado em 13 de novembro de 2022 
  24. «Subestações e linhas de transmissão — Portal CEEE». www.ceee.com.br. Consultado em 13 de novembro de 2022 
  25. a b «Transmissão | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 13 de novembro de 2022 
  26. «CULTURANDO» (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]