Bronquiectasia

Bronquiectasia
Bronquiectasia
Figure A mostra a seção transversal de um pulmão com as vias aéreas normais. Figura B mostra a seção transversal de uma via aérea normal. Figura C mostra a seção transversal de um pulmão com bronquiectasia.
Especialidade Pneumologia
Sintomas Tosse, dispneia, dor no peito[1][2]
Duração Longa duração[3]
Causas Infecções, fibrose cística, desconhecido[2][4]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, imagiologia médica[5]
Tratamento Antibióticos, broncodilatadores, transplante de pulmão[2][6][7]
Frequência 1–250 por 250.000 adultos[8]
Classificação e recursos externos
CID-10 J47, Q33.4
CID-9 494, 748.61
CID-11 1935524933
OMIM 211400, 613021, 613071
DiseasesDB 1684
MedlinePlus 000144
eMedicine article/296961
MeSH D001987
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A bronquiectasia é uma doença em que há aumento permanente de partes das vias aéreas do pulmão.[3] Sintomas normalmente incluem uma tosse crônica com produção de muco.[2] Outros sintomas incluem falta de ar, tosse com sangue, e dor no peito.[1] Sibilos e hipocratismo digital também podem ocorrer.[1] As pessoas com a doença muitas vezes desenvolvem infecções pulmonares com frequência.[6]

A bronquiectasia pode resultar de uma série de infecções e causas adquiridas incluindo a pneumonia, a tuberculose, problemas no sistema imunológico, e fibrose cística.[4] A fibrose cística, eventualmente resulta em um agravo da bronquiectasia em quase todos os casos.[9] A causa, em 10% a 50% daqueles sem a fibrose cística é desconhecida. O mecanismo da doença é o colapso das vias aéreas devido a uma resposta inflamatória excessiva. As vias aéreas envolvidas (brônquios) tornam-se maiores e, assim, menos capaz de limpar as secreções. Essas secreções aumentam a quantidade de bactérias nos pulmões, resultar em obstrução das vias aéreas e posterior colapso das vias aéreas.[2] Ela é classificada como uma doença pulmonar obstrutiva, juntamente com a doença pulmonar obstrutiva crônica e asma.[10] O diagnóstico de suspeita baseado nos sintomas e confirmado utilizando a tomografia computadorizada.[5] Culturas de mucos produzidos podem ser úteis para determinar o tratamento para aqueles que tem uma piora aguda e pelo menos uma vez por ano.[5]

O agravamento pode ocorrer devido a uma infecção e, nestes casos, antibióticos são recomendados.[6] Antibióticos típicos utilizados incluem a amoxicilina, eritromicina, ou doxiciclina.[11] Os antibióticos também podem ser utilizados para evitar o agravamento da doença.[2] Técnicas de desobstrução das vias respiratórias, um tipo de terapia física, são recomendados.[12] Medicação para dilatar as vias aéreas pode ser útil para alguns, mas a evidência não é muito boa.[2] O uso de corticosteróides inalados não foi identificado como útil.[13] A cirurgia, enquanto comumente realizada, não tem sido bem estudada.[14] O transplante de pulmão pode ser uma opção para aqueles com um quadro muito grave da doença.[7] Embora a doença possa causar problemas de saúde significativos, a maioria das pessoas com a doença vivem bem.[3]

A doença afeta entre 1 em 1000 e 1% de 250.000 adultos,[8] sendo mais comum em mulheres e com o aumento da idade.[2] Tornou-se menos comum desde a década de 1950, com a introdução de antibióticos e é mais comum entre certos grupos étnicos, como os povos indígenas.[8] Foi descrita pela primeira vez por René Laennec , em 1819. Os custos econômicos nos Estados Unidos são estimados em $630 milhões por ano.[2]

Causas[editar | editar código-fonte]

Existem diversas possíveis causas[15]:

Ciclo vicioso[editar | editar código-fonte]

O evento inicial (como uma infecção ou condição genética), leva a um comprometimento da limpeza dos cílios e mucos, o que possibilita a permanência de secreção por mais tempo na via aérea, facilitando o desenvolvimento de bactérias que causam maior lesão ao endotélio ciliar, e um processo inflamatório crônico. Assim, tende a ser um ciclo vicioso, em que a primeira lesão, facilita novas infecções e o agravamento da bronquiectasia.

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Os sinais e sintomas podem incluir[16]:

  • Tosse persistente com muito catarro;
  • Dificuldade de respirar, piora com exercício;
  • Dor no peito;
  • Sibilâncias;
  • Mau hálito;
  • Extremidades azuladas (por falta de O2);
  • Fatiga;
  • Deformação dos dedos e unhas.

Complicações:

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Além do diagnóstico clínico, é feito também o radiológico principalmente tomografias.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O objetivo do tratamento é melhorar os sintomas e reduzir a progressão da doença. Infecções são tratadas com antibióticos adequados, dependendo da bactéria ou fungo encontrado. Broncodilatadores são muito úteis para melhorar a respiração. Expectorantes ajudam a limpar o catarro. Fisioterapia respiratória pode ser feita para potencializar a higienização da árvore brônquica e evitar infecções recorrentes. Corticosteroides inalados também resolvem inflamações dos brônquios. Oxigenioterapia resolve a falta de ar temporariamente até que outros medicamentos tenham efeito.[17] Pode ser necessário uma cirurgia se ocorrer muito sangramento ou colapso dos pulmões.[18]

Referências

  1. a b c «What Are the Signs and Symptoms of Bronchiectasis?». NHLBI. 2 de junho de 2014. Consultado em 10 de agosto de 2016. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2016 
  2. a b c d e f g h i McShane, PJ; Naureckas, ET; Tino, G; Strek, ME (15 de setembro de 2013). «Non-cystic fibrosis bronchiectasis.». American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. 188 (6): 647–56. PMID 23898922. doi:10.1164/rccm.201303-0411CI 
  3. a b c «What Is Bronchiectasis?». NHLBI. 2 de junho de 2014. Consultado em 10 de agosto de 2016. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2016 
  4. a b Nicki R. Colledge; Brian R. Walker; Stuart H. Ralston, eds. (2010). Davidson's principles and practice of medicine. illustrated by Robert Britton 21st ed. Edinburgh: Churchill Livingstone/Elsevier. ISBN 978-0-7020-3085-7 
  5. a b c «Quality Standards for Clinically Significant Bronchiectasis in Adults». British Thoracic Society. Julho de 2012. Consultado em 29 de abril de 2017. Cópia arquivada em 7 de julho de 2017 
  6. a b c «How Is Bronchiectasis Treated?». NHLBI. 2 de junho de 2014. Consultado em 10 de agosto de 2016. Cópia arquivada em 28 de julho de 2016 
  7. a b Corris, PA (Junho de 2013). «Lung transplantation for cystic fibrosis and bronchiectasis.». Seminars in respiratory and critical care medicine. 34 (3): 297–304. PMID 23821505. doi:10.1055/s-0033-1348469 
  8. a b c Cottin, Vincent; Cordier, Jean-Francois; Richeldi, Luca (2015). Orphan Lung Diseases: A Clinical Guide to Rare Lung Disease (em inglês). [S.l.]: Springer. p. 30. ISBN 9781447124016. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2016 
  9. Brant, William E.; Helms, Clyde A., eds. (2006). Fundamentals of diagnostic radiology 3rd ed. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins. p. 518. ISBN 9780781761352. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2017 
  10. Michael Filbin; Lisa M. Lee; Shaffer, Brian L. (2003). Blueprints pathophysiology II : pulmonary, gastrointestinal, and rheumatology : notes & cases 1st ed. Malden, Mass.: Blackwell Pub. p. 12. ISBN 9781405103510. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2017 
  11. Brent, Andrew; Davidson, Robert; Seale, Anna (2014). Oxford Handbook of Tropical Medicine (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford. p. 223. ISBN 9780191503078. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2016 
  12. Lee, AL; Burge, AT; Holland, AE (23 de novembro de 2015). «Airway clearance techniques for bronchiectasis.». The Cochrane database of systematic reviews (11): CD008351. PMID 26591003. doi:10.1002/14651858.CD008351.pub3 
  13. Kapur, N; Bell, S; Kolbe, J; Chang, AB (21 de janeiro de 2009). «Inhaled steroids for bronchiectasis.». The Cochrane database of systematic reviews (1): CD000996. PMID 19160186. doi:10.1002/14651858.CD000996.pub2 
  14. Corless, JA; Warburton, CJ (2000). «Surgery vs non-surgical treatment for bronchiectasis.». The Cochrane database of systematic reviews (4): CD002180. PMID 11034745. doi:10.1002/14651858.CD002180 
  15. [1]
  16. [2]
  17. [3]
  18. [4]