Batalha de Toro

Batalha de Toro
Parte da Guerra de Sucessão de Castela
Data 1 de Março de 1476
Local Toro
Desfecho Inconclusivo, sendo considerado empate. Do ponto de vista político, vitória para os isabelinos. De acordo com as tradições de cavalaria da época, vitória do príncipe João.
Beligerantes
Reino de Portugal

Castelhanos joanistas
Reino de Aragão

Castelhanos isabelinos
Comandantes
D. Afonso V de Portugal
Príncipe João de Portugal
Garcia de Meneses, bispo de Évora
Alfonso Carrillo de Acuña(Arcebispo de Toledo)
Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela.
Cardinal Mendoza
Álvaro de Mendoza
Conde de Alba de Liste (Prisioneiro)
Forças
Cerca de 8 000 homens:
  • 5 000 peões
  • 3 500 cavaleiros
Cerca de 8 000 homens:
  • 5 000 peões
  • 2 500 ou 3 000 cavaleiros
Baixas
Perto de 1 000 (mortos, presos e afogados) Muitas centenas (mortos e presos)

A batalha de Toro deu-se em 1 de Março de 1476, durante a Guerra de Sucessão de Castela, entre tropas portuguesas e castelhanas joanistas de D. Afonso V, e castelhanas isabelinas de Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela.

O soberano português fora a campo defender os direitos de sua sobrinha, Joana, a Beltraneja, rainha consorte de Portugal. Na batalha distinguiram-se o príncipe D. João (que viria a reinar como João II de Portugal), Gonçalo Pires, e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiada a bandeira portuguesa.

A luta feriu-se entre as tropas isabelinas do Leão e Castela, reforçadas por quatro grandes divisões, e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do conde de Monsanto, do duque de Guimarães, do conde de Vila Real e pelas tropas castelhanas joanistas do arcebispo de Toledo. As tropas isabelinas estavam em desvantagem numérica, mas as tropas portuguesas mergulharam em desordem, abandonando o pavilhão real.

Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heróica bravura. Uma cutilada cortou-lhe a mão direita; indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte; decepam-lhe essa mão também; desesperado, toma o estandarte nos dentes, e resiste até cair moribundo. Os isabelinos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires, com a ajuda de Diogo Gomes de Lemos, conseguiu recuperá-la.[1] [2] Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos; inutilizado de ambas as mãos para toda a vida, passando a ser conhecido por O Decepado.

A última fase da batalha registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão. O contra-ataque joanista desbaratou as forças isabelinas, assenhoreando-se do campo de batalha. Enquanto isso, os isabelinos recuaram para a protecção das muralhas de Zamora. Conforme era normal pelas regras da guerra à época, permaneceu no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de Março, como sinal inequívoco da vitória.

Na realidade, o resultado da batalha foi inconclusivo. Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume I, pág. 245.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Segundo. Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. pp. 328–330 
  2. Soveral, Manuel Abranches de. «Filhos do 1.º senhor da Trofa - Diogo Gomes de Lemos». Casa da Trofa. Consultado em 1 de dezembro de 2022