Bandeiras lésbicas

A bandeira lésbica é um símbolo da comunidade lésbica. Embora existam vários, alguns com controvérsias, nenhum design para a bandeira lésbica foi amplamente adotado como oficial, mesmo havendo preferências pessoais.

História[editar | editar código-fonte]

A bandeira lésbica de lábris foi criada em 1999 pelo designer gráfico Sean Campbell e publicada em junho de 2000 na edição de Palm Springs da edição do Gay and Lesbian Times.[1][2] A projeção envolve lábris, uma espécie de machado de duas pontas, sobreposto ao triângulo preto invertido, sobre um fundo violeta. Entre suas funções, o lábris foi associado como uma arma usada pelas amazonas da mitologia.[3][4] Na década de 1970, foi adotado como um símbolo de empoderamento pela comunidade lésbica feminista.[5][6] As mulheres consideradas associais pelo Terceiro Reich por não se conformarem com o ideal nazista de mulher, que incluía mulheres homossexuais, eram condenadas a campos de concentração[7] e usavam um emblema de triângulo negro invertido para identificá-las.[8] Algumas lésbicas reivindicaram este símbolo como os gays reivindicaram o triângulo rosa (muitas lésbicas também reivindicaram o triângulo rosa, embora as lésbicas não tenham sido incluídas no parágrafo 175 do código penal alemão, pois ainda foram perseguidas). A cor violeta passou a ser associada às lésbicas por meio da poesia de Safo.[9] A bandeira é problematizada por ter sido feita por um homem gay cisgênero, por ser usada em grande escala por TERFs e pelo triângulo em relação ao nazismo/antissemitismo.[10][11][2][12] Versões sem o triângulo e com lábris alternativos são utilizadas por vezes.

A bandeira lésbica "rosa" consiste em seis tons de vermelho e rosa com uma barra branca no centro.[13][14] O design é iterado da bandeira lésbica de batom [en] (em inglês: lipstick lesbian), que inclui um beijo vermelho e foi apresentada no weblog This Lesbian Life em 2010.[15] A bandeira lésbica com batom representa apenas "mulheres homossexuais que têm uma expressão de gênero mais feminina"[16] e não foi amplamente adotada;[1] por excluir lésbicas butch. No entanto ignorando as problemáticas por trás dessa bandeira, sua variante rosa sem beijo atraiu mais uso. Mas sempre foi muito criticada por lésbicas butch e masculinizadas. A dona do blog foi acusada de cissexismo e racismo por declarações de dentro do blog e bifobia/monossexismo em tuítes, acusações que levaram ela a deletar seu blog.[2][10][17] A bandeira lésbica lipstick também foi acusada de plágio da bandeira Cougar [en],[18] que por sua vez é baseada na bandeira urso e leather, que se inspiram nas bandeiras do arco-íris de Gilbert Baker.[19][20]

Diversas bandeiras lésbicas foram criadas a fim de substituir a lipstick, mas só a bandeira sunset se popularizou o suficiente para fazer com que a lipstick cair em desuso. A bandeira lésbica "sunset" (pôr-do-sol em inglês) ou "laranja-rosa" foi modelada a partir da bandeira rosa 'lipstick", com a de sete listras introduzida no Tumblr em 2017, com cores laranja escuro representando 'não-conformidade de gênero', laranja para 'independência', laranja claro para 'comunidade', branco para 'relacionamentos únicos com a feminilidade', rosa para 'serenidade e paz', rosa empoeirado para 'amor e sexo' e rosa escuro para femmes.[21] A bandeira também incluía mulheres trans e pessoas não binárias. Uma versão com cinco listras logo foi derivada das cores da de 2017 em 2018.[22]

Uma bandeira inspirada em um poema de Safo foi projetada em junho de 2018, com cores roxo, para amor sáfico, rosa, para fragilidade, amarelo, para força, e verde, para recuperação/cura, como alternativa às demais.[23][24]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Bandeiras em eventos[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bandeiras lésbicas

Referências

  1. a b Bendix, Trish (8 de setembro de 2015). «Why don't lesbians have a pride flag of our own?». AfterEllen. Consultado em 8 de junho de 2019. Cópia arquivada em 9 de setembro de 2015 
  2. a b c Kasandra Brabaw (19 de junho de 2019). «A Complete Guide To All The LGBTQ+ Flags & What They Mean». Refinery29. Consultado em 6 julho de 2019 
  3. «Gay Symbols Through the Ages». The Alyson Almanac: A Treasury of Information for the Gay and Lesbian Community. Boston, Massachusetts: Alyson Publications. 1989. pp. 99–100. ISBN 0-932870-19-8 
  4. Murphy, ed. (2000). Reader's Guide to Lesbian and Gay Studies 1st ed. Chicago, Illinois: Fitzroy Dearborn Publishers. ISBN 1-57958-142-0 
  5. Zimmerman, ed. (2000). «Symbols (by Christy Stevens)». Lesbian Histories and Cultures: An Encyclopedia 1st ed. New York, New York: Garland Publishing. p. 748. ISBN 0-8153-1920-7 
  6. Pea, Georgie (9 de agosto de 2013). «LABRYS Tool of Lesbian Feminism». Finding Lesbians. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  7. «Lesbians and the Third Reich». United States Holocaust Memorial Museum. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  8. Elman, R. Amy. «Triangles and Tribulations: The Politics of Nazi Symbols». Remember.org. Consultado em 10 de dezembro de 2016  (Originally published in the Journal of Homosexuality, 1996, 30 (3): pp.1–11, doi:10.1300/J082v30n03_01, ISSN 0091-8369)
  9. Prager, Sarah (29 de janeiro de 2020). «Four Flowering Plants That Have Been Decidedly Queered (Sapphic Violets)». JSTOR Daily. Consultado em 19 julho de 2020 
  10. a b Arzuffi, Ana Sierra (10 de junho de 2021). «Historia de la creación de las banderas lésbicas». Homosensual. Consultado em 18 de julho de 2022 
  11. «Quais são as bandeiras LGBTQIA+ e o que elas significam?». Revista Galileu. 11 de junho de 2021 
  12. «The origins, meaning and symbolism of the lesbian pride flag». Cosmopolitan (em inglês). 18 de março de 2021. Consultado em 18 de julho de 2022 
  13. a b Mathers, Charlie (1 de janeiro de 2018). «18 Pride flags you might not have seen before». Gay Star News. Consultado em 4 de junho de 2019 
  14. a b Rawles, Timothy (12 de julho de 2019). «The many flags of the LGBT community». San Diego Gay & Lesbian News. Consultado em 3 de setembro de 2019 
  15. McCray, Natalie (28 de julho de 2010). «Lipstick Lesbian Pride!!!». This Lesbian Life. Consultado em 27 de setembro de 2020. Cópia arquivada em 19 de novembro de 2015 
  16. Blaxk, Natasha A.; Stern, Alana (22 de junho de 2016). «9 Queer Pride Flags That You Probably Didn't Know About». Odyssey. Consultado em 23 de janeiro de 2019 
  17. «We Need to Talk About The Lesbian Flag». Live Love LGBTQ+ (em inglês). 29 de dezembro de 2018. Consultado em 18 de julho de 2022 
  18. «All 20+ LGBT pride flags and their meanings explained». Heckin' Unicorn (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2022 
  19. «The Lesbian Pride Flag Has A Long And Nuanced History That Is Still Relevant Today». sports.yahoo.com (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2022 
  20. «The Stolen Gay Male Pride Flag». Beyond MOGAI Pride Flags (em inglês). uwumars. 8 de junho de 2021. Consultado em 18 de julho de 2022 
  21. a b «Lesbian Flag, Sadlesbeandisaster». Majestic Mess. Abril de 2019. Consultado em 1 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019 
  22. a b Murphy-Kasp, Paul (6 julho de 2019). «Pride in London: What do all the flags mean?». BBC News. Consultado em 6 julho de 2019  (video)
  23. «» Lésbica». Orientando. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  24. «Lesbian Flag, Lydia – Majestic Mess Designs». majesticmess.com. Consultado em 12 de outubro de 2021 
  25. Bendix, Trish (8 de setembro de 2015). «Why don't lesbians have a pride flag of our own?». AfterEllen. Consultado em 8 de junho de 2019. Cópia arquivada em 9 de setembro de 2015 
  26. Ávila, Flávia (29 de junho de 2021). «Orgulho LGBTQIA+: Conheça as principais bandeiras e seus significados». OFuxico. Consultado em 27 de dezembro de 2022 
  27. «Variations of the Gay Pride Rainbow Flag». www.crwflags.com. Consultado em 27 de agosto de 2021 
  28. Lesbian, Neighborhood (6 de junho de 2019). «Towards A Universal Lesbian Flag». Medium (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2021 
  29. «FREE Lesbian Classified Ads». Lesbian Quarterly (em inglês). 7 de julho de 2021. Consultado em 12 de outubro de 2021