Ba-Gua

 Nota: Para outros significados, veja Bagua (desambiguação).
Ba-Gua
Bagé versus Guarany
Informações gerais
Bagé 147 vitória(s), 493 gol(s)
Guarany de Bagé 159 vitória(s), 516 gol(s)
Empates 124
Total de jogos 430
Total de gols 1 009
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Ba-Gua é um clássico brasileiro de futebol da cidade de Bagé no Estado do Rio Grande do Sul. O confronto envolve o Grêmio Esportivo Bagé (Ba) e o Guarany Futebol Clube (Gua). É o segundo clássico com o maior número de confrontos do futebol gaúcho[1], atrás apenas do clássico Gre-Nal.

Já foram realizados 432 clássicos, desde 1921, com 161 vitórias do Guarany, 125 empates e 147 vitórias do Bagé. O Guarany marcou 519 gols, enquanto o Bagé anotou 495. O primeiro clássico ocorreu no dia 31 de julho de 1921, válido pela Taça A. Magalhães, tendo o jogo resultado num empate de 2–2.

Nomenclatura[editar | editar código-fonte]

A denominação Ba-Gua foi dada anos mais tarde do primeiro confronto, pelo jornalista bageense Mário Nogueira Lopes, quando de um clássico de basquetebol disputado pelos dois clubes, mas que acabou transcendendo para o futebol.

História[editar | editar código-fonte]

Primeiro Ba-Gua[editar | editar código-fonte]

O primeiro clássico ocorreu em 31 de julho de 1921,[2] onde ainda hoje localiza-se o Estádio Pedra Moura.

31 de julho de 1921 Bagé Rio Grande do Sul 2–2 Guarany de Bagé Rio Grande do Sul Estádio Pedra Moura, Bagé (RS)

Marceló Gol marcado
Chico Gol marcado
Lagarto Gol marcado
Cláudio Gol marcado
Árbitro: Rio Grande do SulRS
  • Bagé: Duarte, Fortunato e Gavino, Aníbal Machado, Guri e Estanislau, Leonardo, Argeu, Chico, Lucídio e Marceló.
  • Guarany: Balverdu, Avancini e Afonso, Souza Pinto, Seixas e Kluwe, Ratão, Saraiva, Greco, Lagarto e Cláudio.

A segunda partida foi em 14 de agosto de 1921, no Estádio Estrela D'Alva, o Bagé venceu pelo placar de 2–1, gols de Argeu e Ruival, descontando Greco para o Guarany, e conquistou a taça "Antônio Magalhães".

Primeiro Ba-Gua noturno[editar | editar código-fonte]

Ocorreu em 16 de dezembro de 1955, no Estrela D'Alva. O placar foi de 1–1[3]. Gols de Luís Carlos Porquinho (aos 85 minutos de partida), para o Guarany, e Osvaldo Cross Protti para o Bagé[4].

Ba-Gua em Porto Alegre[editar | editar código-fonte]

Depois de muita polêmica entre os dirigentes da dupla Ba-Gua, a Federação Gaúcha de Futebol levou a decisão do título citadino de 1952[carece de fontes?] para Porto Alegre, mais precisamente o Estádio da Timbaúva, do Grêmio Esportivo Força e Luz. O Guarany, de Italiano, Getúlio e Bataclã; Caboclo, Athayde e Carioca; Miguel, Carlos Calvete, Nadir Fontoura, Bica e Zezo, venceu no tempo normal por 2–0, gols de Nadir e Miguel. Mas, na prorrogação, o Bagé, de Haroldo, Ário e Nascimento; Saul Mujica, Ribeiro e Tico; Denica, Heitor Moura, Cross, Álvaro e Saul, ganhou por 1–0, gol de Heitor Moura, e festejou o bicampeonato municipal[3].

Ba-Gua em Pelotas[editar | editar código-fonte]

O Ba-Gua também já foi disputado[5] na cidade de Pelotas: empate em 1–1, em 1977, e vitória do Guarany pelo placar de 1–0, em 1993[3].

Ba-Gua de Bombachas[editar | editar código-fonte]

Em 1988, o desportista Jaul Pacheco criou, no bairro bageense Mascarenhas de Moraes, uma partida de futebol disputada entre torcedores de Bagé e Guarany residentes ali. A particularidade dos confrontos é que os jogadores participantes desses amistosos utilizavam, como parte do uniforme, artigos que fazem parte da indumentária gaúcha, tais como bota com espora e a bombacha. Mais adiante, a partida foi, inclusive, realizada como jogo preliminar em alguns jogos oficiais da dupla Ba-Gua[6]. Nesses jogos, o juiz arbitrava a partida montado um cavalo, também remetendo às tradições do Estado. O primeiro Ba-Gua de bombachas foi realizado no campo da Vila Popular, num ensolarado domingo de manhã. O placar foi de 1–0 para o Guarany, com gol marcado pelo ponta-direita, camisa 7, Ary Teixeira.

Polêmica do Ba-Gua de bombacha[editar | editar código-fonte]

No ano de 1988, criou-se uma polêmica, já que os tradicionalistas eram contra a realização deste tipo de evento, tendo isto resultado em processos judiciais.

Primeiro Ba-Gua pós pandemia

O clássico Ba-Gua foi o primeiro jogo no estado do Rio Grande do Sul a ser disputado com torcida, desde o início da pandemia de Covid-19. A partida terminou empatada em 1x1, no estádio da Pedra Moura, e teve transmissão pela FGF TV e pela página do Facebook da Federação Gaúcha de Futebol, em confronto valido pela 7° rodada da Divisão de Acesso 2021.


Números[editar | editar código-fonte]

Último jogo considerado: Guarany 1x0, 09 de outubro de 2022, Copa FGF, Estádio da Pedra Moura.

Estatística
Número de jogos 430 Vítórias do Guarany 159 Vitórias do Bagé 147
Empates 124
Número de gols 1009 Gols marcados pelo Guarany 516 Gols marcados pelo Bagé 493
  • Maior vitória do Bagé: Bagé 7-0 Guarany, em 1949[3].
  • Maior vitória do Guarany: Guarany 6-0 Bagé, em 1943.
  • Maior série invicta: Bagé, 17 jogos entre 1939 e 1941.

Clássicos históricos[editar | editar código-fonte]

Ba-Gua dos 7–0[editar | editar código-fonte]

Em 1940, o Bagé imprimiu a maior goleada[3] em um clássico Ba-Gua (que perdura até os dias atuais): 7–0 contra o rival Guarany. A bola utilizada na partida é guardada até hoje[7] como recordação daquele clássico, na sede do clube, e recebeu o apelido de "bola 7".

Gol dos 70 metros[editar | editar código-fonte]

Em 1953, o Guarany tinha como goleiro o lendário argentino Juan Héctor Lugano, considerado uma fortaleza no gol alvirrubro, até o clássico daquele ano. O zagueiro jalde-negro, João Nascimento, cobrou uma falta antes do meio do campo. A bola voou por todo o Pedra Moura, e acabou entrando na meta de Lugano. Foi o gol da vitória do Bagé por 1–0, e o gol foi batizado de "o gol dos 70 metros"[3].

Ba-Gua mais curto da história[editar | editar código-fonte]

Houve um clássico que durou apenas 10 minutos. Ocorreu em 18 de setembro de 1941, no Torneio Encerramento, no Pedra Moura. O árbitro Lourival Bueno expulsou de campo o astro jalde-negro Tupan, e os protestos de jogadores e dirigentes do Bagé foram enérgicos. Empatado sem gols, o jogo foi suspenso. No dia 1 de outubro, durante sessão da Liga Bageense de Futebol, para julgar os incidentes, o Bagé foi multado em 500 mil réis e Tupan foi suspenso por três partidas, enquanto Hélio Pimentel, seis jogos.

O segundo Ba-Gua mais curto da história[editar | editar código-fonte]

Foi disputado em 5 de agosto de 1956, no Pedra Moura, em disputa da Taça "Gaspar Silveira Martins". Aos 16 minutos do primeiro tempo, o árbitro Alberto Salgado deu o jogo por encerrado, diante de uma briga generalizada, por conta da marcação de um pênalti contra o Bagé. O escore era de 0–0. O Guarany retirou-se do campo sob a alegação da eminência de fatos mais graves e destinou sua parte na renda a instituições de caridade. O Bagé, também em nota oficial, criticou a postura do adversário, dizendo que dirigentes do Guarany invadiram o gramado e determinaram aos jogadores que deixassem o campo. Com o jogo suspenso, a Federação determinou nova partida, com 90 minutos, começando a partir da cobrança da penalidade. Carlos Calvete marcou o primeiro dos gols para o Guarany, que acabou vencendo por 4–1 e festejando o título, depois do penta jalde-negro[3].

Abandono de campo por árbitro[editar | editar código-fonte]

No clássico do dia 25 de novembro de 1951, o árbitro Heitor Calvete ofendeu-se com as provocações de um torcedor do Guarany e negou-se a apitar o segundo tempo, tendo de ser substituído por Agostinho Félix de Souza. O Guarany venceu a partida pelo placar de 2–1.

Ba-Gua dos 100 tiros[editar | editar código-fonte]

Em 1964 ocorreu um Ba-Gua no Estádio Antônio Magalhães Rossell, que era a primeira da partida da decisão do Campeonato Citadino de Bagé daquele ano, tendo como resultado um empate em 1–1. No final da partida ocorreu um grande distúrbio, e a Brigada Militar efetuou vários disparos para o alto para tentar conter as torcidas. Por conta deste fato, o jornal porto-alegrense Folha da Tarde noticiou a partida sob a manchete "Ba-Gua dos 100 tiros", que acabou batizando definitivamente aquele confronto[3].

Últimos confrontos[editar | editar código-fonte]

  1. Bagé 1–1 Guarany — 5 de fevereiro de 2006
  2. Guarany 1–0 Bagé — 5 de março de 2006
  3. Guarany 3–1 Bagé — 9 de abril de 2006
  4. Bagé 2–2 Guarany — 7 de maio de 2006
  5. Guarany 4–0 Bagé — 28 de maio de 2006
  6. Bagé 1–1 Guarany — 8 de julho de 2006[3]
  7. Bagé 2–1 Guarany — 29 de março de 2009
  8. Guarany 0–1 Bagé — 3 de maio de 2009
  9. Guarany 0–0 Bagé — 25 de fevereiro de 2010
  10. Bagé 1–1 Guarany - 05 de setembro de 2021
  11. Guarany 1–0 Bagé - 09 de setembro de 2021
  1. Bagé 0–1 Guarany - 09 de outubro de 2022
  2. Bagé 0–1 Guarany - 28 de maio de 2023
  • Jogos pelo Campeonato Citadino de Bagé:
  1. Bagé 1–1 Guarany — 15 de fevereiro de 2009
  2. Guarany 0–0 Bagé — 2 de março de 2009
  3. Bagé 2–1 Guarany — 29 de março de 2009
  4. Guarany 0–1 Bagé — 3 de maio de 2009[3][8]

Referências

  1. DIVERIO, Rafael (17 de agosto de 2013). «Diferente do Gre-Nal, clássico bajeense terá 50% de cada torcida». ZeroHora.clicRBS.com. Consultado em 19 de agosto de 2013 
  2. «Bagé e Guarany fazem neste domingo clássico que marca os 100 anos do Ba-Gua e a volta do público aos estádios». Federação. 5 de setembro de 2021. Consultado em 5 de setembro de 2021 
  3. a b c d e f g h i j GONÇALVES, José Higino (21 de julho de 2009). «O velho clássico chega aos 88 anos». JornalMinuanoAntigo.com. Consultado em 2 de agosto de 2015 
  4. GONÇALVES, José Higino (27 de fevereiro de 2009). «Depois de 15 anos, clássico noturno no estádio alvirrubro». JornalMinuanoAntigo.com. Consultado em 2 de agosto de 2015 
  5. GALVANI, Sérgio (15 de agosto de 2013). «Bageense vive clima do grande clássico». JornalFolhaDoSul.com. Consultado em 24 de setembro de 2013 
  6. «Tradicionalismo x Futebol». JornalFolhaDoSul.com. 24 de setembro de 2011. Consultado em 2 de agosto de 2015 
  7. «Algumas Curiosidades». GEBagé.com. Consultado em 2 de setembro de 2013 
  8. CECCONI, Eduardo (4 de maio de 2009). «Bagé Campeão do Citadino 2009». clicRBS.com. Consultado em 2 de agosto de 2015 
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